quinta-feira, 5 de março de 2020

Cadê o amor ao povo?


Depois que a Câmara Municipal de Uiraúna, Paraíba, negou a licença para o afastamento do prefeito do seu cargo e, por via de consequência, o vice-prefeito se recusou a ser empossado provisoriamente, à vista da vacância do cargo, em razão de o titular encontra-se preso, sob a acusação de desvio de verbas públicas, foi estabelecido verdadeiro caos na administração do município, em especial diante da acefalia da gestão de seus os negócios, com a total paralisação de atividades pertinentes a pagamentos de despesas indispensáveis à execução de diversos serviços de interesse da população.
Diante da impossibilidade da regular movimentação financeira do município, a prefeitura esclareceu à população que foi obrigada a suspender, temporariamente, o pagamento de fornecedores de produtos e prestadores de serviços diversos, tais como o transporte escolar, os atendimentos na área da saúde, a assistência social e outros de natureza continuada, que são necessários e úteis à população.
De imediato, esse desagradável transtorno prejudicou muitos alunos, que ficaram sem o atendimento regular do transporte escolar, dificultando a sua ida às aulas.
A prefeitura alerta que há o potencial temor de que os essenciais serviços relacionados ao SAMU também possam ser atingidos pela crise, entre outras atividades que são consideradas indispensáveis ao satisfatório atendimento à população.
À toda evidência, em razão da inexistência de prefeito, que é o principal gestor do município, as atividades financeiras são obrigadas a parar, até mesmo aquelas de menor complexidade, como o transporte escolar, conforme esclarece a prefeitura, dando a entender que as dificuldades possam tomar rumos ainda mais preocupantes, diante da imprevisibilidade sobre o término desse impasse.
É realmente preocupante que a situação administrativa de Uiraúna tenha chegado ao extremo das dificuldades, em que se permitiu a inviabilização da continuidade da gestão pública, resultante da visível falta de entendimento, sensatez, consenso e principalmente de boa vontade entre as partes envolvidas, para se encontrar a necessária solução para a grave crise.
As autoridades públicas envolvidas nesse imbróglio precisam, em caráter emergencial, se conscientizarem de que essa desagradável e inadmissível situação precisa ser resolvida de imediato, vale dizer, sem mais perda de tempo, antes que o colapso se instale por longo tempo, cuja demora tem sido prejudicial exatamente para a população que não tem nada com os problemas e muito menos qualquer obrigação para pagar pela ingente crise, que precisa ser saneada o quanto antes, a depender exclusivamente da boa vontade das principais autoridades do município, com poderes para agirem em nome do povo.
É preciso que, diante do indiscutível impasse formado entre os poderes Executivo e Executivo, descartada, ao que parece, a salutar mediação da Justiça, que seria extremamente aconselhável em casos que tais, a sociedade, as entidades e organizações civis e quem mais se interesse tomem a iniciativa de liderar movimento de pacificação e união entre os dirigentes daqueles órgãos, no sentido do imediato desarmamento de suas trincheiras, mediante a promoção do saudável armistício em benefício dos interesses da comunidade de Uiraúna, que não merece que vaidades políticas possam continuar prevalecendo sobre a grandeza dos interesses da população.
Não há a menor dúvida de que este exato momento é mais do que ideal para que os políticos resolvam mostrar a sua grandeza em nome dos interesses maiores da população e do próprio município de Uiraúna, que não podem ter seus interesses desprezados e maltratados em razão de desavenças políticas, cuja disputa certamente terá resultado negativo para ambas as partes, diante da indiscutível insensibilidade demonstrada em momento que exige disposição conjunta parra a busca incessante da solução dos problemas e da superação dos obstáculos que somente prejudicam a parte sem poder de atuação: o povo.
Neste momento, é muito importante decisão que compete justamente da parte daqueles que precisam ceder complemente quanto aos seus objetivos políticos de futuro, para o fim de se disporem a lutar para o bem da população e do município, visto que a continuidade da grave crise somente contribuirá para arruinar os interesses de todos, diante da insensibilidade, da incompreensão e principalmente da perda de importante oportunidade para a demonstração de sublimes boa vontade e amor às causas maiores do povo de Uiraúna.
Brasília, em 5 de março de 2020

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