A
população de Uiraúna, Paraíba, e outros municípios da mesma região deixaram, a
partir desta data, de receber água tratada da companhia do Estado, não tendo ainda
previsão sobre a volta do precioso líquido a correr nas torneiras das residências.
A
deplorável medida foi confirmada aos portais de notícias daquela cidade, pela
gerência do órgão, sob a alegação de que não há mais condições técnico-operacionais
para a retirada da água da barragem Capivara, diante da constatação de que o manancial
não conseguiu captar, no período chuvoso, a água necessária ao abastecimento
das cidades, estando com o seu deposito muito aquém da capacidade que é preciso
para o fornecimento de água à população.
A
empresa esclarece que inexistem as mínimas condições de captação e tratamento
da água, diante de o volume da citada barragem não representar sequer 1% da sua
capacidade total, situação esta de completa impossibilidade para o fornecimento
de água com o mínimo de qualidade.
À
toda evidência, a repentina paralisação da distribuição de água provoca verdadeiro
colapso no seio da sociedade de Uiraúna e demais localidades, por dependerem do
regular abastecimento por meio do órgão estatal, que, a partir de agora,
praticamente transfere para as prefeituras a responsabilidade para a administração
do caos que há de se formar a partir de então, principalmente com as
indispensáveis improvisações para a população resolver seus dramáticos problemas,
com o sacrifício das filas, das esperas, da falta de água e principalmente da
péssima qualidade do produto, que certamente deverá ser disponibilizado sem o
devido tratamento.
Diante
dessa terrível realidade, as prefeituras precisam encontram mecanismos que
possam funcionar, com urgência, para o imediato abastecimento de água, com possível
improvisações de depósitos nas ruas, obrigando que, de maneira democrática,
cada cidadão se vire em levar o precioso líquido para as suas casas.
O
pior de tudo isso é a preocupação com as reais condições da qualidade e da segurança
dessa água, que deverá ser obtida sem o processamento necessário à potabilidade,
ou seja, sem o indispensável tratamento como faz normalmente, em princípio, o
órgão estatal, que utiliza os mecanismos mínimos de aferição aconselhável ao
seu uso seguro e confiável.
Enfim,
trata-se de notícia extremamente lamentável e preocupante, porque o anúncio da
suspensão do abastecimento é algo que tem como implicação imediata, em forma de
improvisação, de providências por parte das prefeituras, para se encontrar
outra maneira para o suprimento da cidade com água e de que maneira isso vai
acontecer, com o devido nível de satisfatoriedade, se é que as medidas emergenciais já tenham
sido imaginadas, quanto mais implantadas, diante do surpreendente anúncio, a se
considerar que ninguém consegue viver sem o precioso líquido.
Ao
saber da péssima notícia, eu me comuniquei com alguns amigos e transmiti o meu
real sentimento sobre a situação, dizendo o seguinte: “Tive uma leve pontada no
coração com essa maldita notícia, que não poderia ter sido pior, neste momento,
para os meus queridos conterrâneos. Bem sei do gravíssimo problema de ordem pública
e social que isso representa para o povo. Uma enorme tristeza que é marca indelével
da irracionalidade e da irresponsabilidade do poder público perante a população
que depende da água para viver com o mínimo da dignidade humana, o qual jamais
poderia permitir que calamidade pública dessa natureza batesse de vez às portas
dos cidadãos e invadisse às suas casas e as deixando sem um de seus principais
e indispensáveis meios de sobrevivência. A população indefesa não tem, agora, para
quem recorrer senão a Deus. Peço a Deus que as forças das pessoas de Uiraúna
sejam redobradas e fortalecidas, com embargo de alianças políticas sempre
maléficas ao povo, porque elas têm contribuído para dificultar a solução dos
problemas. É importante que o povo reconheça a gravidade da situação e procure
brigar com muita disposição na defesa de seus interesses.”.
Diante
dos fatos, nunca foi tão cristalino se perceber o quanto tem sido difícil para a
cidade e o seu povo a continuidade da gestão administração sob domínio de grupo
político, que consegue implantar cadeias de vícios que vão se consolidado e se acumulando
ao longo dos anos, com a possibilidade do fácil somatório de mazelas que se
mostram altamente prejudiciais ao povo, ante à falta de interesse à alternância
às melhores práticas de gerenciamento público, infelizmente sempre contando com
o apoio do povo, que não se preocupa de ser utilizado como massa de manobra, à
vista de todas as ruindades que vieram à tona nos últimos tempos.
Na
verdade, os fatos mostram a precariedade da gestão pública de Uiraúna, onde o mesmo
grupo dominante na política consegue administrar o município de maneira a
deixar que faltem alguns serviços públicos extremamente indispensáveis à população,
a exemplo da saúde pública, à vista da falta do hospital para o atendimento
básico e essencial ao povo, e agora outra terrível e inaceitável desgraça contra
os interesses diretos do povo, que acontece em forma de muita maldade, como
golpe de misericórdia, com o anúncio da impossibilidade do fornecimento da água
tratada e encanada, algo que jamais poderia acontecer diante de tanto tempo que
a ameaça tem sido constante e agora se torna inevitável e sofrida realidade.
Ouso
fazer indagação da mais pertinente para este momento angustiante, em que o povo
tão cordeirinho de Uiraúna recebe de presente de grego, como recompensa por sua
indiscutível passividade, duríssima notícia sobre a falta de água, se ela agisse
com a devida severidade, em defesa de seus direitos, esse estado desastroso e incompatível
com o tratamento que o ser humano merece poderia atingir o grau máximo da
maldade, concebida como tal com a falta de abastecimento de água encanada ou se
tudo isso seria evitado se a população soubesse brigar, no bom sentido, na defesa
de seus interesses, não permitindo tamanho desleixo por parte do poder público?
Não
obstante, apesar dos pesares, tenho resquício de esperança de que esse fragoroso
golpe na vida dos uiraunenses sirva de aprendizagem e lição definitivas, no
sentido da conscientização sobre o poder do seu voto, que poderá ser muito útil
nas próximas eleições, no sentido de se apelar pela eleição dos candidatos que demonstrarem
compromisso com a defesa dos interesses do povo de Uiraúna, para tanto sendo preciso
a indicação de seus pleitos, a exemplo do hospital, de universidade, da garantia
de abastecimento perene de água e de outros serviços e obras públicos essenciais
à população.
Finalmente,
deixo meu veemente repúdio a todos os homens públicos de Uiraúna que nada
fizeram para se evitar mais essa tragédia contra o povo dessa cidade,
propugnando para que eles se conscientizem sobre a necessidade de se esforçarem
ao máximo no sentido de que esse desastre tenha existência curtíssima, como
forma de se encurtar o sofrimento das pessoas.
Brasília, em 10 de março de 2020
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