Um
renomado especialista da Ciência Farmacêutica fez projeção estatística sobre as
possibilidades de a população de Uiraúna, Paraíba, que tem aproximadamente 15
mil habitantes, vir a precisar de atendimento médico-hospitalar, em razão de acometimento
do vírus Covid-19, mostrando que, em pior cenário de contaminação, 240 pessoas
precisariam de UTI; em isolamento social brando, 195 precisariam de UTI; em isolamento
social e controle dos idosos, 150 precisariam de UTI; em isolamento social,
supressão da circulação e barreiras sanitárias, 15 pessoas precisariam de UTI,
sendo que, em todos os casos, a duração de internação ficaria em torno de 7
dias, em média.
É
preciso ficar muito claro que a cidade precisaria recorrer aos hospitais das
cidades vizinhas, porque ela não dispõe de tantas UTIs para o atendimento da
projetada demanda de internação, nem mesmo no caso mínimo de 15 doentes, que
também seriam socorridos fora da cidade, ou seja, ninguém de Uiraúna está
autorizado, perante a saúde pública, a ser infectado pelo coronavírus, sob pena
de precisar recorrer a hospital distante, que deverá, provavelmente, ser
abarrotado rapidinho de doentes e não encontrar o devido atendimento médico—hospitalar,
sabendo-se ainda que a duração da internação varia, nesses casos, em média, de
7 dias ou mais, tempo muito longo para quem precisa de prioridade e urgência de
atendimento.
À
vista do cuidadoso trabalho de projeção feito sobre situação que poderá vir a
acontecer, em Uiraúna, convém ser explanada visão sobre esse importante tema, como
maneira de se oferecer mais elementos sobre ele, em detalhe, para que a
população fique um pouquinho mais inteirada acerca da sua responsabilidade
cívica e humana, diante de questão de extrema importância, por se tratar de
pandemia, ou seja, epidemia generalizada por consequência do esparramamento, em
todo mundo, do famigerado vírus Covid-19, popularmente conhecido como
coronavírus.
É
evidente que se trata de possibilidade que isso possa vir a acontecer, mas só
em se pensar que uma única pessoa seja acometida desse violento vírus já é
extremamente preocupante, porque os hospitais precisam atender os doentes da
região, o que significa dizer que não se pode ter a garantia da existência de
leitos e UTIs para todo mundo, a depender da situação precária de atendimento
nas condições normais, quanto mais em estado de emergência, com poucos
profissionais da saúde e a deficiência das demais estruturas materiais e
financeiras, para o suprimento satisfatório dos equipamentos, remédios,
materiais básicos de uso geral e para a assepsia etc.
Vejo
a situação com bastante preocupação e aconselho que a população não somente de
Uiraúna, mas em especial de toda região do Sertão e do Brasil procure se
prevenir com a maior cautela possível, porque as notícias sobre os efeitos do
famigerado coronavírus podem ser sim de simples "gripezinha", na
maioria dos casos afetando gente forte, atleta, jovem, e com possível reserva
de imunização contra incidência maior de judiações ao ser humano.
O
tem sido bem diferente principalmente quando pessoas menos resistentes e pouca
ou nenhuma imunidade, principalmente as mais velhas e ainda que tenham alguma
deficiência orgânica, como diabetes, pressão alta, doenças do coração, pulmão, submetidas
a tratamento regulares de doenças etc., quando a situação pode se agravar para
pneumonia, com consequência devastadora no organismo, que pode implicar
internação em UTI, em tratamento de difícil recuperação, conforme mostram à
saciedade os resultados noticiados pela mídia.
À
toda evidência, é sabido que os hospitais não vão ter condições de oferecer
UTIs fáceis e fartamente para todos doentes em situação complicada, ficando,
desde logo, alertados a todos que a melhor e aconselhável alternativa é não se
correr o risco de testar a capacidade do sistema de saúde pública, porque ele
já é mais do que conhecido, ou seja, jamais terá condições de atender com
presteza e satisfatoriamente os doentes, mesmo em situação normal, quanto mais
em estado de guerra, em que todo atendimento é urgente e prioritário, em
demanda muito superior à capacidade de satisfazer com precisão e tranquilidade
a todos.
Diante
da realidade sobre o atendimento dos doentes acometidos pelo coronavírus, em
caso da sua enorme incidência e da impossibilidade dos satisfatórios
atendimento e tratamento, resta o aconselhamento amigo às pessoas para que
façam sacrifício obsequioso, se for o possível, de ficarem em casa, em
conformidade com o rigoroso, mesmo que penoso, isolamento recomendado pelas
autoridades públicas.
Aconselha-se
o embargo à tresloucada sugestão para o retorno à vida normal, pelas pessoas
mais jovens e saudáveis, porque isso pode contribuir para a retomada das
atividades econômicas, considerando que muitos pais de família precisam
sustentá-la com o seu trabalho, mas isso abre enorme flanco para a
possibilidade da maior proliferação do coronavírus.
Isso
poderá contribuir, em muito, para a superlotação dos hospitais e,
consequentemente, para a potencialização dos riscos de mais mortes, em razão do
aumento progressivo de doentes que deixarão de ser atendidos, em termos de
qualidade e presteza, se a quantidade de casos fosse bem menor, tendo em conta
que as condições operacionais permanecem limitadas pela quantidade de médicos,
enfermeiros e demais estruturas físicas, que talvez fossem suficientes para
atender e salvar a vida daqueles em menor quantidade da incidência do
coronavírus, sob o rigoroso controle do isolamento generalizado.
Por
fim, convém que a população brasileira se desperte, o quanto antes melhor, para
o fato de que o isolamento vertical, com a proteção somente dos idosos e
pessoas de risco, poderá, a depender das circunstâncias, que são absolutamente
imprevisíveis, contribuir para verdadeira catástrofe da saúde pública, cujos
resultados, se forem extremamente prejudiciais à humanidade, dificilmente
haverá de ser atribuída a alguém, que também não terá a mínima dignidade para
assumir seus atos de muita irresponsabilidade, diante de tamanho desastre que
ficará apenas registrado nos anais da história brasileira.
Compete
aos brasileiros a decisão por qual caminho eles querem trilhar, se da incerteza
e do risco ou do bom senso e da razoabilidade, devendo ponderar, com
inteligência, no sentido de ser perseguido o que se vislumbra ser o melhor para o seu destino, em termos de mais segurança
e integridade da vida, na forma preconizada pelas autoridades da saúde pública,
enquanto ainda é possível, porquanto, depois de ser falseado o passo dado, o futuro
da população brasileira poderá estar definitivamente sacramentado e só Deus
sabe o que poderá acontecer.
Brasília,
em 30 de março de 2020
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