terça-feira, 17 de março de 2020

O Nobel da Paz tupiniquim?


Há o célebre ditado que diz “A César o que é de César” ou “A Deus o que é de Deus”, quando se pretende atribuir a alguém o direito de algo que lhe pertence, por devido mérito.
O Brasil detém no seu currículo o pomposo título de ter conseguido promover, com absoluto sucesso, a Revolução Verde Tropical, tendo dominado a importante liderança mundial no emprego das tecnologias de produção da agricultura e da pecuária tropicais, que tem por mérito, no momento,  a  salvação dos países situados nas regiões equatoriais e tropicais do planeta, que são considerados sempre as mais pobres.
Essa posição de destaque mundial é fruto de maciços investimentos priorizados precisamente na década de 1970, em pleno governo militar, que decidiu eleger o desenvolvimento da ciência, da tecnologia, da inovação e do conhecimento com relação à agricultura do cerrado, considerado pobre de nutrientes nas suas terras vastas.  
O Brasil conseguiu promover essa revolução verde exatamente porque sabia que as terras do cerrado tinham potencial agriculturável, bastando apenas a implementação de estudos e pesquisas apropriados em alto nível, mediante a priorização de políticas públicas e investimentos, de modo que a mentalidade colonial fosse transformada em ação destinada à qualificação para a resolução dos problemas da região, que tinha de tudo, menos a tecnologia para se alcançar o progresso que existe na atualidade, graças aos esforços governamentais.
O governo de então teve a iniciativa de colocar as pessoas certas nos lugares certos e propiciou a elas as imprescindíveis condições de trabalho, visando à conquista de grandes safras.
Já com o sistema de pesquisa agropecuária fortalecido, o governo teve o cuidado de conceder crédito aos agricultores, como forma de estimular a iniciativa privada a ocupar o espaço empreendedor, na forma do agronegócio.
Nesse particular, o Brasil conseguiu avançar de maneira significativa e descobrir que  a produção  de alimentos tem características diferenciadas de região para região, ao contrário do que acontece com a indústria e os serviços, ou seja, a partir de então, foi entendido que a produção de alimentos exigia cuidados especiais e distintos, com vistas à sua otimização.
O governo entendeu que, na agricultura, há facilidade de produção nos países de clima temperado, em terras férteis, onde a neve elimina a maioria das pragas e ainda irriga o solo no degelo, enquanto a agricultura em terras tropicais o solo precisa ser corrigido com muitas tecnologias e tudo passa por experimentação, desde as sementes modificadas, o desenvolvimento de formas de fixação de nitrogênio no solo, o controle biológico de pragas, a adaptação de condições de plantio e colheita, entre outras tecnologias que foram buscadas por meio de muito investimento específico e estudos estritamente originais.
Como se vê, a liderança do Brasil, que fez a Revolução Verde Tropical se tornar realidade de sucesso, representa a superação de desafio enfrentado por profissionais competentes, sérios e comprometidos com a conquista de algo realmente revolucionário na agricultura do cerrado, cujo processo teve começo nos anos de 1970.
A propósito do tema em discussão, o norte-americano que ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 1970, por ter dado grande passo para garantir a paz no mundo, disse que é preciso “Produzir alimentos em quantidade, qualidade e preços compatíveis para matar a fome no planeta.”.
O mencionado norte-americano, que não era filósofo, nem líder comunitário ou político, muito menos ativista, mas sim agrônomo, que se especializou em geneticismo e biologia vegetal, tendo lutado para melhorar a produtividade dos cereais.
Ele ganhou o Nobel da Paz por ter feito a chamada Revolução Verde na agricultura de países de clima temperado.
Segundo o Comitê do Nobel, em 1970, “Norman Borlaug mais do que qualquer pessoa da sua idade, ajudou a fornecer pão a um mundo com fome”.
Na atualidade, impressiona se verificar que é precisamente o que o Brasil vem fazendo, ou seja, ajudando a fornecer alimentos para o mundo com fome, graças à tecnologia que ele decidiu desenvolver e vem contribuindo para aumentar, de maneira progressiva, as grandes safras de alimentos.
Exatamente, depois de 46 anos lutando para fazer seu próprio caminho rumo à produção de alimentos, o Brasil aparece como verdadeiro salvador das savanas africanas, por ter conseguido desenvolver o cerrado, em termos agriculturáveis, e mostrar que o Centro-Oeste brasileiro é celeiro de alimentos para seu povo e outros países.
O próprio ganhador do Nobel da Paz, ao visitar a Embrapa, em 1979, disse com bastante sabedoria que “O Brasil dá uma lição ao mundo ao fazer a Revolução Verde Tropical, transformando as terras do cerrado em polo de produção agropecuária. É a conquista de uma tecnologia tropical. É um exemplo para o mundo”.
Isso faz lembrar o velho ditado: “A César o que é de César”, em referência à Revolução Verde Tropical que conseguiu amealhar bastante sucesso, em termos de tecnologia que foi capaz de melhorar, em definitivo, as condições agriculturáveis do cerrado brasileiro.
          A Revolução Verde Tropical foi capitaneada pela Embrapa, nascida, por lei, em 26 de abril de 1973, no governo militar do general Médici, que foi reestruturada, renascida e revigorada em 15 de março de 1974, no governo do general Geisel, quando assumiu o Ministério da Agricultura, o jovem professor e cientista Alysson Paolinelli, então com 38 anos, cuja competência inspirou minha admiração por seu trabalho, a ponto de o meu primogênito ter o primeiro nome dele.
O fantástico feito representado pela Revolução Verde Tropical ganhou dimensão extraordinária, diante do que ela realmente significa para a salvação do mundo da fome, a ponto de existir, no momento, movimento em mobilização, com milhares de assinaturas, tendo por objetivo a concessão do Prêmio Nobel da Paz ao revolucionário brasileiro Alysson Paolinelli, em razão de seus belíssimos empenho e dedicação em prol de causa humanitária da maior importância.
Além de contar com invejável currículo de vida, o professor Alysson Paolinelli merece o principal prêmio de reconhecimento ao trabalho do homem público, em especial porque o seu histórico confirma a sua participação direta na transformação do Brasil em potência mundial do agronegócio, com capacidade de contribuir para o efetivo fornecimento de alimentos para outras nações, além de garantir o suprimento interno de alimentos, fato que ajuda a compreender a importância da concessão da cogitada láurea, tendo por fundamento atos da maior significância, à luz da sua finalidade, em razão do gigantesco trabalho realizado por esse brasileiro, em benefício da humanidade.
É verdade ser da maior relevância que brasileiro, enfim, possa ser agraciado com honraria singular, de prestígio internacional, como o Nobel da Paz, que tem o poder de traduzir o reconhecimento por algo maravilhoso realizado em benefício da humanidade, de modo que o laureado precisa satisfazer requisitos de valor imensurável para corresponder à importância do ato pertinente.
À toda evidência, o brasileiro Alysson Paolinelli ainda não foi agraciado com tão nobre título de Nobel da Paz, mas a grandeza da sua majestosa obra já foi, há muito tempo, reconhecida pelo povo brasileiro, porque ela é atestada por todos os especialistas, à unanimidade, diante da potência agrícola que é o Brasil, na atualidade, obviamente graças à esplendorosa contribuição desse genial estudioso e professor brasileiro.
O Comitê do Prêmio Nobel praticará ato do maior acerto, na sua história, em conceder o Nobel da Paz a quem teve e tem o cuidado e o zelo com as causas que dizem respeito essencialmente à humanidade, na sua luta incessante  pela sobrevivência, cujo trabalho desenvolvido pelo professor Alysson Paolinelli é algo notável e de expressiva magnitude, diante da substancialidade representada pela Revolução Verde Tropical, que tem ajudado a matar a fome do mundo.
Com certeza, a concessão do Nobel da Paz ao professor Alysson Paolinelli, fantástico cidadão brasileiro, tem o condão não somente de se fazer justiça a quem realmente merece, por absoluto mérito, como também serve de potencial estímulo a novos investimentos governamentais na agricultura, com vistas à expansão das áreas destinadas ao plantio de alimentos, cada vez mais carentes no mundo, diante do progressivo aumento da população.
Os brasileiros torcem, com muita esperança, no sentido de que o grandioso e notável trabalho desenvolvido pelo emérito professor Alysson Paolinelli tenha real ressonância no Comitê do Nobel, em Oslo, na Noruega, para o fim de que o seu esforço em benefício da humanidade seja devidamente reconhecido e prestigiado com o Prêmio Nobel da Paz.
Brasília, em 17 de março de 2020

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