Há
o célebre ditado que diz “A César o que é de César” ou “A Deus o que é de Deus”,
quando se pretende atribuir a alguém o direito de algo que lhe pertence, por
devido mérito.
O
Brasil detém no seu currículo o pomposo título de ter conseguido promover, com absoluto
sucesso, a Revolução Verde Tropical, tendo dominado a importante liderança mundial
no emprego das tecnologias de produção da agricultura e da pecuária tropicais,
que tem por mérito, no momento, a salvação dos países situados nas regiões
equatoriais e tropicais do planeta, que são considerados sempre as mais pobres.
Essa
posição de destaque mundial é fruto de maciços investimentos priorizados
precisamente na década de 1970, em pleno governo militar, que decidiu eleger o desenvolvimento
da ciência, da tecnologia, da inovação e do conhecimento com relação à agricultura
do cerrado, considerado pobre de nutrientes nas suas terras vastas.
O
Brasil conseguiu promover essa revolução verde exatamente porque sabia que as
terras do cerrado tinham potencial agriculturável, bastando apenas a
implementação de estudos e pesquisas apropriados em alto nível, mediante a priorização
de políticas públicas e investimentos, de modo que a mentalidade colonial fosse
transformada em ação destinada à qualificação para a resolução dos problemas da
região, que tinha de tudo, menos a tecnologia para se alcançar o progresso que
existe na atualidade, graças aos esforços governamentais.
O
governo de então teve a iniciativa de colocar as pessoas certas nos lugares
certos e propiciou a elas as imprescindíveis condições de trabalho, visando à
conquista de grandes safras.
Já
com o sistema de pesquisa agropecuária fortalecido, o governo teve o cuidado de
conceder crédito aos agricultores, como forma de estimular a iniciativa privada
a ocupar o espaço empreendedor, na forma do agronegócio.
Nesse
particular, o Brasil conseguiu avançar de maneira significativa e descobrir que
a produção de alimentos tem características diferenciadas
de região para região, ao contrário do que acontece com a indústria e os
serviços, ou seja, a partir de então, foi entendido que a produção de alimentos
exigia cuidados especiais e distintos, com vistas à sua otimização.
O
governo entendeu que, na agricultura, há facilidade de produção nos países de
clima temperado, em terras férteis, onde a neve elimina a maioria das pragas e
ainda irriga o solo no degelo, enquanto a agricultura em terras tropicais o
solo precisa ser corrigido com muitas tecnologias e tudo passa por experimentação,
desde as sementes modificadas, o desenvolvimento de formas de fixação de
nitrogênio no solo, o controle biológico de pragas, a adaptação de condições de
plantio e colheita, entre outras tecnologias que foram buscadas por meio de
muito investimento específico e estudos estritamente originais.
Como
se vê, a liderança do Brasil, que fez a Revolução Verde Tropical se tornar
realidade de sucesso, representa a superação de desafio enfrentado por profissionais
competentes, sérios e comprometidos com a conquista de algo realmente revolucionário
na agricultura do cerrado, cujo processo teve começo nos anos de 1970.
A
propósito do tema em discussão, o norte-americano que ganhou o Prêmio Nobel da
Paz de 1970, por ter dado grande passo para garantir a paz no mundo, disse que é
preciso “Produzir alimentos em quantidade, qualidade e preços compatíveis
para matar a fome no planeta.”.
O
mencionado norte-americano, que não era filósofo, nem líder comunitário ou político,
muito menos ativista, mas sim agrônomo, que se especializou em geneticismo e biologia
vegetal, tendo lutado para melhorar a produtividade dos cereais.
Ele
ganhou o Nobel da Paz por ter feito a chamada Revolução Verde na agricultura de
países de clima temperado.
Segundo
o Comitê do Nobel, em 1970, “Norman Borlaug mais do que qualquer pessoa da
sua idade, ajudou a fornecer pão a um mundo com fome”.
Na
atualidade, impressiona se verificar que é precisamente o que o Brasil vem fazendo,
ou seja, ajudando a fornecer alimentos para o mundo com fome, graças à tecnologia
que ele decidiu desenvolver e vem contribuindo para aumentar, de maneira progressiva,
as grandes safras de alimentos.
Exatamente,
depois de 46 anos lutando para fazer seu próprio caminho rumo à produção de
alimentos, o Brasil aparece como verdadeiro salvador das savanas africanas, por
ter conseguido desenvolver o cerrado, em termos agriculturáveis, e mostrar que o
Centro-Oeste brasileiro é celeiro de alimentos para seu povo e outros países.
O
próprio ganhador do Nobel da Paz, ao visitar a Embrapa, em 1979, disse com bastante
sabedoria que “O Brasil dá uma lição ao mundo ao fazer a Revolução Verde
Tropical, transformando as terras do cerrado em polo de produção agropecuária.
É a conquista de uma tecnologia tropical. É um exemplo para o mundo”.
Isso
faz lembrar o velho ditado: “A César o que é de César”, em referência à
Revolução Verde Tropical que conseguiu amealhar bastante sucesso, em termos de tecnologia
que foi capaz de melhorar, em definitivo, as condições agriculturáveis do cerrado
brasileiro.
A
Revolução Verde Tropical foi capitaneada pela Embrapa, nascida, por lei, em 26
de abril de 1973, no governo militar do general Médici, que foi reestruturada,
renascida e revigorada em 15 de março de 1974, no governo do general Geisel,
quando assumiu o Ministério da Agricultura, o jovem professor e cientista
Alysson Paolinelli, então com 38 anos, cuja competência inspirou minha admiração
por seu trabalho, a ponto de o meu primogênito ter o primeiro nome dele.
O
fantástico feito representado pela Revolução Verde Tropical ganhou dimensão extraordinária,
diante do que ela realmente significa para a salvação do mundo da fome, a ponto
de existir, no momento, movimento em mobilização, com milhares de assinaturas, tendo
por objetivo a concessão do Prêmio Nobel da Paz ao revolucionário brasileiro Alysson
Paolinelli, em razão de seus belíssimos empenho e dedicação em prol de causa
humanitária da maior importância.
Além
de contar com invejável currículo de vida, o professor Alysson Paolinelli
merece o principal prêmio de reconhecimento ao trabalho do homem público, em
especial porque o seu histórico confirma a sua participação direta na transformação
do Brasil em potência mundial do agronegócio, com capacidade de contribuir para
o efetivo fornecimento de alimentos para outras nações, além de garantir o suprimento
interno de alimentos, fato que ajuda a compreender a importância da concessão da
cogitada láurea, tendo por fundamento atos da maior significância, à luz da sua
finalidade, em razão do gigantesco trabalho realizado por esse brasileiro, em
benefício da humanidade.
É
verdade ser da maior relevância que brasileiro, enfim, possa ser agraciado com
honraria singular, de prestígio internacional, como o Nobel da Paz, que tem o
poder de traduzir o reconhecimento por algo maravilhoso realizado em benefício
da humanidade, de modo que o laureado precisa satisfazer requisitos de valor imensurável
para corresponder à importância do ato pertinente.
À
toda evidência, o brasileiro Alysson Paolinelli ainda não foi agraciado com tão
nobre título de Nobel da Paz, mas a grandeza da sua majestosa obra já foi, há
muito tempo, reconhecida pelo povo brasileiro, porque ela é atestada por todos os
especialistas, à unanimidade, diante da potência agrícola que é o Brasil, na atualidade,
obviamente graças à esplendorosa contribuição desse genial estudioso e
professor brasileiro.
O
Comitê do Prêmio Nobel praticará ato do maior acerto, na sua história, em
conceder o Nobel da Paz a quem teve e tem o cuidado e o zelo com as causas que
dizem respeito essencialmente à humanidade, na sua luta incessante pela sobrevivência, cujo trabalho desenvolvido
pelo professor Alysson Paolinelli é algo notável e de expressiva magnitude,
diante da substancialidade representada pela Revolução Verde Tropical, que tem
ajudado a matar a fome do mundo.
Com
certeza, a concessão do Nobel da Paz ao professor Alysson Paolinelli,
fantástico cidadão brasileiro, tem o condão não somente de se fazer justiça a
quem realmente merece, por absoluto mérito, como também serve de potencial
estímulo a novos investimentos governamentais na agricultura, com vistas à
expansão das áreas destinadas ao plantio de alimentos, cada vez mais carentes
no mundo, diante do progressivo aumento da população.
Os
brasileiros torcem, com muita esperança, no sentido de que o grandioso e notável
trabalho desenvolvido pelo emérito professor Alysson Paolinelli tenha real ressonância
no Comitê do Nobel, em Oslo, na Noruega, para o fim de que o seu esforço em benefício
da humanidade seja devidamente reconhecido e prestigiado com o Prêmio Nobel da
Paz.
Brasília,
em 17 de março de 2020
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