segunda-feira, 30 de março de 2020

Fugir do coronavírus


Circula nas redes sociais figuras de carros, com imagens mostrando carreata de bolsonaristas, no Brasil, na parte de cima, defendendo o confinamento seletivo contra o coronavírus, e carreata do Exército italiano, transportando cadáveres, na Itália, embaixo.
Convém sublinhar que são centenas de mortos por dia, na média de 800 pessoas que perdem a vida por conta do contágio com o coronavírus.
Pode-se até se alegar que as peculiaridades da Itália são diferentes das brasileiras, o que é fato notório, mas, ao que tudo indica, aquele país tardou em adotar as medidas necessárias ao combate contra o referido vírus, enquanto o Brasil as providenciou no momento devido.
O resultado disso tem mostrado, ao menos, que houve o retardamento na incidência de infecções na população, dando tempo para que possam ser concluídos os hospitais provisórios e de emergência, sabendo-se que as estruturas tradicionais seriam insuficientes para o atendimento dos doentes quando o pique da contaminação se tornar realidade, diante da sua inevitabilidade.
Enquanto a situação ainda permanece calma e sob controle, é conveniente que a população se finja de morta nos seus esconderijos, em casa, onde, com certeza, há total garantia de se driblar o coronavírus e fugir dele, o mais breve possível, na conformidade com as recomendações das autoridades da saúde pública.
Brasília, em 30 de março de 2020

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