quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Cumplicidade

 

Conforme foi noticiado pela mídia, mais de 50 países decidiram condenar, com veemência, as brutais e inadmissíveis repressão política e violação dos direitos humanos predominantes na Venezuela.

Não obstante, o Brasil decidiu não assinar a declaração e também não justificou o seu posicionamento omissivo.

As nações denunciam fortes indícios de fraude eleitoral pelo governo ditatorial daquele país e os notórios e condenáveis abusos sistemáticos após as eleições presidenciais.

A declaração exige o fim imediato da violência contra a oposição e a libertação de prisioneiros detidos arbitrariamente, incluindo crianças.

No mesmo documento foi firmado apelo para o imediato retorno, à Venezuela, do Gabinete do Alto Comissariado da ONU, para os Direitos Humanos, que foi expulso do país pelo ditador.

Entre os signatários da condenação estão os Estados Unidos da América, Canadá, Reino Unido, França, Espanha, entre outros países civilizados e evoluídos, que pedem a urgente restauração da democracia na Venezuela.

A carta ainda menciona o exílio forçado do candidato eleito à Presidência da Venezuela, no último pleito eleitoral, visto que obteve o maior número de votos, segundo registros eleitorais considerados válidos.

Em que pese a forte mobilização internacional, o Brasil se manteve neutro, não aderindo ao apelo dos países sérios, evoluídos e civilizados, cuja decisão causou críticas de algumas nações participantes.

O documento segue exigindo o fim do uso excessivo da força e das táticas de intimidação contra a sociedade civil venezuelana, justamente por ferirem os princípios democráticos e de civilidade.

À toda evidência, ao se omitir a assinar o documento em apreço, o Brasil se coloca na contramão da história, em clara demonstração de associação a governo ditatorial, que se mostra completamente contrário aos princípios democráticos e aos sagrados direitos humanos.

O certo é que o Brasil não declarou, mas a sua opção de se afastar dos países que defendem a moralização e a dignificação na Venezuela fica muito bem definido em que lado ele se colocou, qual seja, o da degeneração e do desprezo à dignidade do ser humano e à predominância dos princípios democráticos, à vista do reconhecimento sobre as notórias repressão política e violação dos direitos humanos, conforme foi ressaltado no documento em comento.

Não há a menor dúvida de que somente apelo em forma de reivindicação formal de nada adianta nem será capaz de sensibilizar a rigidez da troglodita mentalidade do ditador venezuelano, que não respeita os mais comezinhos regramentos de civilidade, inerentes aos princípios humanos e democráticos.

Caso os países autores do manifesto em causa realmente tiverem interessados em contribuir para a redemocratização da ditadura venezuelana, terão, necessariamente, que adotar medidas efetivamente capazes de causar o despertar da sensibilidade do presidente-ditador, por meio de atos de total isolamento da Venezuela, compreendendo todas as formas de relações diplomáticas, em especial no que diz respeito ao completo bloqueio econômico, com o corte do comércio em todas as áreas, de modo que o país fique sem condições de importar nem exportar absolutamente nada.

Acredita-se que somente assim, com a adoção de medidas drásticas, capazes de asfixiar todas as vias normais de sobrevivência econômica da nação, a Venezuela há de se render aos apelos dos países civilizados e evoluídos, no sentido de retornar ao mundo civilizado.

Ante o exposto, concita-se que a Venezuela seja declarada nação que pratica claras repressão política e violação dos direitos humanos, que, em razão disso, os países tais e quais decidem cortar todas as formas de relações diplomáticas com esse país, até a normalização dos princípios humanitários e democráticos, por meio do pleno respeito às liberdades e à dignidade humanas. 

Brasília, em 2 de outubro de 2024

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