Em vídeo que circula nas redes sociais, um candidato conservador à
prefeitura de grande capital vem a público para enaltecer somente as qualidades
mil do último ex-presidente do país, tendo o cuidado de apontar apenas os
principais triunfos conquistados por ele, como se o político despontasse como
verdadeiro salvador da pátria e fosse modelo de homem público irretocável.
A verdade precisa ser apontada, quando se sabe que ele teria cometido
desvios de conduta gravíssimos, na qualidade de estadista, exatamente por ter
trilhado por caminhos tortuosos e pedregosos que contribuíram, de forma
decisivamente para a condução do Brasil à desgraça que se encontra, na
atualidade.
É preciso se compreender que o discurso do candidato a prefeito foi
feito com viés ajustado para agradar, em especial, os bolsonaristas, que só vêm
qualidades em político que também tem sim muitos defeitos, que não podem ser
expostos justamente para não contrariar os fanáticos que o veneram, na
concepção de que ele foi realmente presidente de verdade, quando, se tivesse
sido mesmo, dificilmente o Brasil teria sido entregue à banda nefasta da
política brasileira.
Caso esse político tivesse sido verdadeiro estadista, ele não teria,
entre muitos atos deletérios, contrariado integrantes do Judiciário, que se
transformaram no sistema predominante que tudo fez contra a continuidade dele
no poder.
Na verdade, a queda dele do poder começou exatamente a partir de quando
começaram as críticas agressivas, sem provas, contra o sistema eleitoral
brasileiro, em que houve oportunidade de o presidente chamar o presidente do
principal órgão eleitoral de filho da (...), configurando o extremo da
incivilidade no tratamento entre autoridades públicas, fato que evidenciaram
completos desrespeito e desprezo à liturgia aplicável ao estadista consciente
da sua responsabilidade funcional.
Diante desse estado de degradação e de desrespeito, foi instituído o
sistema dominante, que cuidou de adotar o ato fundamental de considerar,
intrinsicamente, o então mandatário de persona non grata, com o
veredicto de afastá-lo do poder, na próxima eleição, não importando as medidas
a serem implementadas.
O primeiro ato vital foi a escolha do político símbolo da
desprezibilidade, em termos de moralidade, para substituí-lo no trono
presidencial.
O resto das medidas seguintes todo mundo sabe o que verdadeiramente
aconteceu depois da soltura dele e da sua condição de aptidão para o exercício
das atividades políticas, mesmo sem ter como ele provar os requisitos de
conduta ilibada e idoneidade, na vida pública, que são exigências legais na
administração pública.
Pois bem, na forma do disposto no artigo 78 da Constituição Federal,
competia ao presidente da República “manter, defender e cumprir a
Constituição, observar as leis…”.
Nesse caso, o então presidente do país tinha o dever constitucional de
questionar imediatamente, interpondo recursos contra todas as decisões
inconstitucionais que regeneraram o criminoso, que foi condenado à prisão,
justamente por ter praticado atos de improbidade administrativa, para, pasmem,
presidir o Brasil, em clara incompatibilidade com os princípios constitucionais
e legais, mas que isso contou com a omissão, a incompetência e a
irresponsabilidade do então presidente do país, que tinha o dever constitucional
de agir contra as arbitrariedades, mas, como visto, nada fez para impedir
injustificáveis abusos de poder.
Nesse ponto, impende se ressaltar que as críticas às deficiências à
operacionalização das urnas eletrônicas jamais deveriam ter existido, tendo em
vista que o então presidente do país tinha o poder, na forma de competência
constitucional, de saná-las, por meio de projeto de lei providenciando o devido
aperfeiçoamento do sistema eleitoral brasileiro.
Há de se notar ainda que o ex-presidente também não se houve plenamente
como verdadeiro estadista, na grandiosa crise referente à pandemia do
coronavírus, quando ele entendeu de contrariar as orientações basilares de seu
principal órgão responsável pelo combate à doença, quando era da sua competência
apenas apoiar as medidas de atribuídas constitucionalmente a esse órgão, em
especial que ele não entendia de medicina, que era condição essencial para que
ele se habilitasse a se imiscuir nos assuntos relacionados com as medidas
inerentes ao tratamento da Covid-19.
A verdade é que a participação do ex-presidente na pandemia do
coronavírus foi desastrosa, por ele ter acumulado os títulos de genocida e
negacionista, quando tudo isso poderia ter sido evitado se ele tivesse tido a
sensibilidade para apenas orientar e apoiar as medidas necessárias ao combate à
doença do século, sem precisar tentar ser o protagonista principal, como de
fato aconteceu, cujo resultado certamente não poderia ter sido pior com o
registro de mais de 700 mil mortes por conta da Covid-19, verdadeiro desastre
que poderia ter sido sim muito melhor administrado, por meio do emprego dos
princípios de competência e sensibilidade.
Outro fato da maior importância, que contribuiu para consolidar a
implantação do regime das trevas, no Brasil, foi a injustificável omissão do
ex-presidente de não ter decretado a garantia da lei e da ordem, que tinha o
amparo no artigo 142 da Constituição, à vista das inúmeras denúncias de
irregularidades na operacionalização do sistema eleitoral brasileiro, cujas
suspeitas foram engrossadas pelo sigilo imotivado e injustificado por
iniciativa do principal órgão eleitoral.
Nesse caso, o político preferiu se silenciar e se recolher ao conforto
palaciano, sem apresentar qualquer justificativa para mais uma omissão sua,
deixando de atender aos pedidos de socorro dos brasileiros de bem e, por fim, ele
fugiu do Brasil, antes do término do mandato dele, deixando de assumir, como
era do seu ver constitucional, os atos derradeiros do seu mandato delegado
pelos brasileiros.
Eis aí alguns fatos da maior importância, que têm sim o condão de mostrar
alguns defeitos imperdoáveis do político, porque eles são indiscutivelmente injustificáveis
e inaceitáveis praticados pelo ex-presidente do país, que se mantém calado, em
especial quanto à falta da decretação da garantia da lei e da ordem, que
poderia ter contribuído para salvar o Brasil das garras do regime das trevas.
Acredita-se que a realização do contrário desses fatos horrorosos e
terríveis o Brasil jamais estaria mergulhado na desgraça atual, sendo governado
por criminoso, assim declarado pela Justiça, que foi capaz de praticar atos
inerentes à improbidade administrativa, além do império do sistema dominante,
que é acusado da prática de decisões abusivas e arbitrárias, causando
intranquilidade a brasileiros.
Enfim, os elogios vindos do candidato à prefeitura de grande cidade têm
muito com a necessidade de agradar aos eleitores conservadores da capital, para
o fim de angariar, por óbvio, a simpatia deles.
Brasília, em 5 de outubro de 2024
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