domingo, 13 de outubro de 2024

Força política?

 

Um  presidente de partido político disse que o governador de São Paulo estará preparado para disputar a Presidência da República, em 2030, uma vez que o atual presidente do país deverá concorrer à reeleição, embora aquele político seja bem cotado para disputar a corrida ao Palácio do Planalto, no próximo pleito presidencial.

O mencionado presidente disse que o atual momento político aponta que o governador de São Paulo “vai fazer uma opção para ser candidato a governador, para continuar seu governo, que vai muito bem, para consolidar seu legado.”, sob o argumento de que “ele ainda é jovem e terá tempo para acumular mais experiência política.”.

Causa perplexidade, esse presidente dizer que é reconhecida a força política do atual presidente do país e destaca que “ele está acima de partidos no Brasil, o que pode ser um fator decisivo nas próximas eleições.”.

Outro importante político disse que “vê meios de o presidente (omiti o nome) se reaproximar do eleitorado evangélico e, assim, consolidar sua reeleição.

Esse mesmo político afirmou que “Ele sempre defendeu o Bolsa Família, transporte para as pessoas mais pobres, o Minha Casa, Minha Vida, em que a maioria das pessoas são evangélicas. (…) O valor cristão ensina que você tem que cuidar dos mais pobres, ser mais solidário, mais humano. Então se for para seguir Jesus, é melhor estar com o (omiti o nome).”.

Qualquer pessoa tem todo direito de defender a reeleição do presidente do país, mas não venha com essa ideia irreal e maluca de “força política”, porque isso se demonstra por meio do voto, do apoio do povo, que é algo absolutamente inexistente naquele político apontado como líder apenas da agremiação comandada por ele, que já foi muito forte, apenas no passado.

Na atualidade, as urnas mostraram que o partido do presidente do país somente conseguiu eleger pouco mais de duzentos prefeitos, no universo de aproximadamente 5.670 municípios, o que representa cerca de 4% do eleitorado brasileiro, quantidade extremamente decepcionante para se pretender reeleger o presidente do país, totalmente desprestigiado e desmoralizado, por não ter conseguido provar a sua inocência nos atos irregulares cuja autoria é atribuída a ele.

No caso, chega a ser risível se basear em força política do presidente para se defender a reeleição dele, uma vez que o conceito dele perante os brasileiros é o pior possível, quando a maioria absoluta do povo o rejeita de forma radical, não o aceitando como o seu representante político, diante da demonstração da falta dos predicativos mínimos para o exercício do cargo máximo da nação.

Ou seja, se depender essencialmente da força política, o atual presidente já poderia se despedir agora mesmo do cargo, que seria enorme alívio para os interesses do Brasil, porque o seu conceito se encontra em nível mais do que sofrível de decadência, por ter aprovação apenas dos seguidores que são defensores dos programas assistencialistas de governo, como o Bolsa Família, que é enxergado como símbolo de pobreza e de subdesenvolvimento social, como verdadeiro puxador de voto para o partido dele, algo apenas deplorável.

É terrivelmente lamentável a mentalidade dos políticos que defendem a manutenção dos programas assistencialistas, como o Bolso Família, os transportes populares, a assistência residencial e outros projetos com viés exclusivamente eleitoreiros, que são políticas importantes, em termos sociais, mas apenas em condições excepcionais, uma vez que governos sérios, competentes, eficientes e responsáveis precisam cuidar da execução de políticas públicas destinadas ao incentivo da criação de empregos, por meio de valorização da produção e de obras públicas de impactos, que ajudam aos fatores de desenvolvimento, especialmente para a melhoria de vida das classes menos assistidas, em termos de políticas de investimentos públicos e privados.

Na verdade, essa tendência da manutenção de políticos populistas no poder tem o condão de incentivar a eterna consolidação da pobreza dos brasileiros, que ficam vivendo de programas assistencialistas mantidos por governos medíocres, visivelmente incapazes da criação de políticas públicas com cunho desenvolvimentista, com capacidade para a criação de empregos e do fomento ao progresso, porque a sua mentalidade é a da desprezível manutenção no poder, com o reforço da deplorável ideia de consolidação dos programas assistencialistas, em forma de recompensa pelo voto.

Diante das circunstanciais atuais, em que o governo tem enorme desaprovação popular e isso é fato notório, à vista da péssima repercussão da sua gestão extremamente precária, com enorme desperdício de gastos públicos, com reflexos diretos nos orçamentos deficitários, já passou do momento de haver o devido recall do representante político que não corresponde aos requisitos mínimos de eficiência, competência e responsabilidade perante a satisfação dos interesses da sociedade.

Ou seja, todo homem público se elege com o propósito de ser o fiel representante político da sociedade e isso implica na obrigação da prestação de serviços públicos razoavelmente em padrão de satisfatoriedade dos interesses da população, em forma de correspondência do cumprimento ajustado na campanha eleitoral, no sentido de fidelidade à defesa dos anseios da sociedade.

Do contrário disso, é preciso, por imposição de respeito à grandeza das funções públicas, que o representante do povo possa ser avaliado quanto ao seu desempenho político, cabendo ao povo, na mesma forma que o elegeu, decidir se ele pode continuar no mandato ou precisa ser substituído, diante dos motivos indicativos de incompetência prejudicial à eficiência na gestão pública.

Na verdade, o recall tem a equivalência de avaliação com a capacidade de se dizer que o político precisa passar pelo estágio probatório, que é qualidade que precisa urgentemente ser introduzida na administração pública, para se permitir a implantação do selo de eficiência, a se garantir que todos os representantes políticos se esforcem para continuar na vida pública, sob pena de perder o mandato em pleito idêntico ao qual ele fora eleito.

É evidente que medida destinada à exigência de comprovação de competência do representante político jamais será aprovado no pais tupiniquim, que já demonstrou que ele prima para a prevalência do quesito quanto pior, melhor na administração público, à vista dos reiterados exemplos de abusos de mediocridades das políticas incentivadoras da perpetuidade dos programas assistencialistas de governo, quando há múltiplas opções para a implantação de ações destinadas ao desenvolvimento socioeconômico, por meio de programas de incentivo aos investimentos públicos e privados.

Enfim, embora as melhores políticas se apresentam para aquelas destinadas ao fomento ao progresso, com investimentos maciços em obras públicas e incentivo à produção privada, com real capacidade para a geração de empregos e mais renda para a população, mas a prevalecente e medíocre  mentalidade dos políticos brasileiros tem sido a que privilegia os programas subdesenvolvimentistas de incentivo ao assistencialismo, como forma da consolidação do regresso socioeconômico e da potencialização da incompetência e da ineficiência, na administração pública.

De maneira bastante notória, tem-se aí a confirmação do famoso adágio segundo o qual o povo tem o representante político que bem merece, porque somente este tem o poder, por meio do voto, de exigir a mudança da vulgaridade existente na representatividade política, que vem funcionando em detrimento dos interesses dos próprios brasileiros.    

Brasília, em 13 de outubro de 2024

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