sábado, 12 de outubro de 2024

Insensibilidade

 

O candidato derrotado na eleição de São Paulo afirmou que “só por um milagre” apoiaria o candidato conservador, depois deste ter rejeitado a sua participação na campanha, nestes termos: “No meu palanque, não“.

O candidato derrotado disse que “Eu não vou apoiar (omiti o nome) e que fique registrado que não vai ter meu apoio pessoal pela arrogância deles. Tenho convicção de que eles não têm humildade para isso (pedido de perdão)“, tendo aproveitado para liberar o voto dos seus eleitores.

Ele acredita que o candidato da esquerda deve se eleger, porque ele “sabe sinalizar com o povo, e o (omiti o nome) não sabe“.

Ele ainda contou que o governador de São Paulo procurou um de seus assessores, para tentar conseguir seu apoio para o atual prefeito e candidato a reeleição, tendo retrucado, assim: “Você (se referindo ao governador) precisa ser homem para retratar tudo que você falou. Você falou que eu deveria ser preso, você tem que me respeitar, que eu sempre te respeitei.”.

O candidato derrotado ainda teria declarado: “Tomara que o (omiti o nome) leve em consideração algumas das nossas propostas, porque o eleitorado dele é exatamente do tamanho do meu eleitorado, espero que ele leve em consideração“.

Neste momento, resta enorme dúvida se candidato perdedor tem o direito de liberar ou de aconselhar os eleitores que votaram nele a seguir candidato A ou B, tendo em vista que se trata de nova votação e o eleitor precisa ter consciência em quem vai votar no novo candidato.

Como princípio político, o candidato derrotado precisa se conscientizar de que ele, se quiser, pode declarar o seu apoio ou não a determinado candidato, cabendo a quem votou nele decidir em quem pretende votar na nova etapa eleitoral.

Não tem o menor cabimento alguém declarar que libera os votos de seus eleitores, como se ele tivesse voto de cabresto para liberar, fato este que significa grave desrespeito à dignidade do voto, que é pessoal e livre, que deve ser dado por consciência pessoal.

Enfim, seria aconselhável que o candidato derrotado não fique implorando para ser aceito como apoiador de determinado candidato, agora no segundo turno, inclusive impondo condições, porque, se a sua companhia é importante, ela precisa ser livremente, em benefício do município e não da pessoa do candidato apoiado.       

Brasília, em 12 de outubro de 2024

Nenhum comentário:

Postar um comentário