Ficou
transparente nessa conversa que o governador manifestou preocupação segundo a
qual outro candidato, também conservador, pode tomar o segundo turno do mencionado
candidato apoiado por eles.
A verdade
é que o governador quer que o ex-presidente participe mais ativamente na
campanha do candidato à reeleição, sob o argumento de que, ao contrário disso, a
vitória, no primeiro turno, do outro candidato conservador pode beneficiar o
candidato da esquerda, no segundo turno, que o venceria.
Aliados
do ex-presidente afirmam que o governador gostaria que o apoio do ex-mandatário
seja de forma incisiva e efetiva, para mostrar que o voto útil no candidato à
reeleição contra o candidato da esquerda, na concepção de que o prefeito tem
mais chance de vencer o candidato esquerdista, no segundo turno, à vista de pesquisa
de preferência de votos.
O
governador entende que "Só tem um candidato que derrota os outros no
segundo turno. (...) A gente tem que mostrar isso. Tem muita gente
enganada, que vai votar em um e vai levar o outro".
Não obstante,
não há consenso se o ex-presidente venha realmente a participar de fato da
campanha do candidato à reeleição, por meio de gravação de propaganda ou
eventos públicos.
Os
conservadores paulistanos estão realmente dividindo seus votos entre os dois
candidatos mais à direita, cujo fato pode influenciar no resultado da eleição a
favor do esquerdista, de modo que as pesquisam mostram empate de preferência entre
os eleitores conservadores.
Enquanto
isso, o governador tem sido o principal cabo eleitoral do candidato à reeleição,
estando sempre presente nas agendas públicas, nos eventos estratégicos da
campanha e nas preparações para os debates eleitorais.
O
governador também vem mediando as conversas entre o ex-presidente e o candidato
à reeleição, em que pesem os acenos daquele em direção ao outro candidato
conservador.
Chegam a
ser risíveis os viés que orientam os contornos na política, quando o homem público
da estirpe do ex-presidente, inclusive tido por incorruptível, se junta, por
visível interesse político, mais especificamente por domínio de vantagem
indiscutivelmente escusa, apoia o candidato à reeleição, mesmo sabendo de
muitos atos nada republicanos adotados por ele, conforme denúncia pública feita
por ex-ministro do Meio Ambiente do governo daquela autoridade.
O caso é
que o vice-prefeito do candidato à reeleição foi indicado pelo ex-presidente do
país e isso já sinaliza forte suspeita em participação do seu apoio, posto que isso
demonstra completa falta de imparcialidade quanto ao resultado do pleito em si,
em termos meramente políticos, diante do interesse na vitória do seu afilhado
político e não apenas no melhor para o município de São Paulo.
A situação
pode configurar maior suspeita sobre falta de lisura, caso o ex-presidente
venha a realmente intensificar a sua participação na campanha do candidato à
reeleição, quando ficará escancarado o seu interesse na defesa propriamente do
seu patrimônio político.
À toda
evidência, fica muito claro que o ex-presidente age por conta de interesse se
ele decidir se empenhar ativamente na campanha do candidato à reeleição, porque
isso só expõe o seu efetivo interesse em ajudar a eleger também o seu protegido
político, não tendo nada a ver com os verdadeiros interesses do povo do município
de São Paulo, em especial que o seu partido não tem candidato ao cargo de
prefeito, que ele ficaria mais à vontade para se manifestar, com isenção de
interesses.
Enfim, os
brasileiros cada vez mais se decepcionam com os homens públicos, que aproveitam
cada oportunidade para exporem o seu lado fraco do seu ego, como faz agora o principal
político da oposição, que indica afilhado político para se manter em evidência
na política, embora não tenha coragem para mostrar a sua verdadeira face,
quando não assume diretamente a sua atitude nada republicana.
É preciso
que os brasileiros honrados percebam e consigam avaliar os seus representantes
políticos, quanto aos aspectos circunstanciais que contribuem para a consolidação
dos princípios éticos e morais inerentes às suas atividades políticas.
Brasília,
em 2 de outubro de 2024
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