domingo, 5 de junho de 2011

Economia no arrocho

Não deixa de ser um paradoxo o anúncio do crescimento do Produto Interno Bruto de 1,3% no 1º trimestre deste ano, em relação aos três meses de 2010, em seguida aos preparativos do Banco Central do Brasil para elevar mais ainda os juros, já havendo o consenso de aumento de 0,25% na taxa básica da economia (Selic), que atingirá o patamar de 12,25% ao ano, tendo por objetivo o aperto monetário destinado ao controle da inflação, à contenção do poder de compra dos consumidores e à garantia do cumprimento da meta inflacionária de 4,5% para este exercício. É preocupante a tendência de aumento dos juros como realidade à vista, mesmo com o resultado fiscal do governo, que foi superavitário, porém servindo apenas de economia para o pagamento de juros reajustados por ele próprio. A situação tende a se agravar devido à piora nas contas públicas, em que o governo não consegue conter seus gastos, quando as despesas da administração pública subiram 0,8% nos primeiros três meses do ano, sendo superior ao consumo das famílias brasileiras, que aumentou 0,6%, ou seja, o governo adotou medidas para dificultar o crédito, com o aumento das taxas de juros, mas nada fez para frear as suas próprias contas. A redução dos gastos públicos, na verdade, somente ocorreu com o corte dos investimentos e isso contribuiu significativamente para prejudicar o crescimento do país. No que se refere aos gastos com a máquina pública, não há qualquer perspectiva de que essa sangria desatada das finanças públicas seja estancada, como forma de ajudar no controle desenfreado da inflação, que tanto penaliza a população brasileira. Enquanto não houver interesse governamental no adequado e eficiente dimensionamento dos seus gastos, com a racionalização da sua máquina e dos seus objetivos administrativos, a sociedade continuará sendo penalizada com a incompetência gerencial, que tem reflexos no desempenho da economia e favorece o crescimento da inflação em nível intolerável.
      
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 05 de junho de 2011
   

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