segunda-feira, 13 de junho de 2011

Prêmio à criminalidade

Um país com altíssimo índice de criminalidade, sendo um dos mais violentos do mundo, onde é assombroso o crescimento de assassinatos, assaltos, roubos, sequestros e outros graves delitos praticados contra a sociedade, cuja incidência tem como incentivo justamente a falta de punição ou de pena compatível com a brutalidade, jamais poderia praticar ato decente de racionalidade do nível já alcançado pelo primeiro mundo. Infelizmente, ao deixar de atender pedido de extradição do criminoso italiano, que já foi condenado à prisão perpétua, por ter participado de quatro assassinatos, o Brasil despreza os salutares laços de amizade e de confraternização que os unia de longa data à Itália. Além de terem sido inobservados acordos e tratados internacionais inerentes à espécie, em flagrante prejuízo aos legítimos interesses da nacionalidade brasileira, em face do desgaste da sua imagem externa. À primeira vista, percebe-se que não foi avaliada convenientemente a opção da permanência de um bandido sanguinário pela troca da rejeição, da indignação e do protesto de uma nação inteira, que, com toda razão, não poderia entender os motivos pelos quais, em pleno século XXI e em que pesem os avanços científicos e tecnológicos, ainda têm países que continuam nas trevas da ignorância e do atraso diplomático. A troca da reafirmação política e da credibilidade externa por um facínora desmerece e envergonha de forma significativa os honrados cidadãos brasileiros, que não compactuam com tamanha insanidade, porque entendem que a impunidade é a gênese desse estado deplorável da violência que grassa no Brasil, sem qualquer esperança de controle, a exemplo dessa péssima demonstração de imaturidade e de incompetência decisórias, contribuindo de modo bastante afirmativo para desperdiçar uma excelente oportunidade para mostrar ao mundo que, ao contrário do que todos falam, este é um país sério.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 12 de junho de 2011
   

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