terça-feira, 21 de junho de 2011

Sem farra

A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto anunciou que, este ano, não será realizada a tradicional festa de “arraiá” da Granja do Torto, onde, no antecessor governo, as festas juninas rolavam soltas, animadas com a presença dos familiares, amigos, ministros, políticos, aliados, simpatizantes e admiradores do então Presidente da República. Como de costume, nessas festividades, os contribuintes também eram especialmente convidados, não como participantes, mas para custearem as despesas pertinentes. Nada mais justo do que se comemorar o que quer que seja, em especial em se tratando do tradicional festejo em homenagem a São João, santo querido, porém, diante dessa notícia, órgãos da imprensa estranharam a falta de explicação oficial para a inexistência do aludido evento. Não obstante, à toda evidência, um governo sério, escrupuloso e cônscio da necessidade de conter esbanjamento com recursos públicos jamais precisa justificar a falta de algo que pode constituir verdadeiro afronta e menosprezo àqueles que sequer têm o que comer, quanto mais disponibilidade para festejar qualquer coisa. Essa medida, aparentemente de pequena significância, tem enorme importância para mostrar que qualquer governo pode perfeitamente conviver com austeridade, respeitando como é do seu dever as regras básicas da boa e regular aplicação dos recursos arrecadados. Tratando-se de medida de cunho salutar para as finanças do Estado, seria interessante que esse belo exemplo pudesse ser disseminado para os órgãos da administração pública, como forma de valorização dos seus reais objetivos, que não podem ser diferentes de servir essencialmente ao interesse público.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 21 de junho de 2011

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