sábado, 11 de junho de 2011

SOS Bombeiros

Induvidosamente, este é o maravilhoso país dos muitos e incompreensíveis contrastes que marcam de forma indelével a vida dos brasileiros, infelizmente, já calejados com a repetição de disparidades de tratamento, notadamente praticadas por autoridades governamentais, a todo instante demonstrando despreparo para a condução dos interesses da sociedade. Vejam o caso lamentável e escabroso envolvendo os sempre heróicos bombeiros militares do Rio de Janeiro, cuja penúria dos seus vencimentos os levou ao desespero extremo, ao ponto culminante de invadirem com violência o Quartel Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, onde foram presos depois de resistência, igualmente depois de atos de brutalidade física. Trata-se de situação inusitada em que o único culpado, o fanfarrão governador do Estado, não sofreu absolutamente qualquer penalidade ou repreensão pela sua total incompetência, por ser o verdadeiro responsável por esse episódio vergonhoso e vexaminoso, por consentir, na maior cara de pau e sem se constranger, o pagamento do mísero salário ao soldado bombeiro, pasmem, de somente R$ 1 mil, que é o primeiro dos últimos vencimentos pagos aos militares da mesma categoria, em todo o país. Por certo, caso o bombeiro estivesse sendo remunerado com valores dignos e decentes, compatíveis com as relevantes funções que esses heróis exercem, jamais eles teriam protagonizado espetáculo não condizente com a tradicional história de brios e dedicação devotada às causas de abnegação e de amor à sociedade. A insensibilidade política e a incompetência administrativa do governador do Estado ficaram patentes ainda mais quando decidiu conceder, em contraponto à reivindicação de 100%, aumento salarial irrisório de apenas R$ 78, aproximadamente 7%, a título de antecipação do mês de dezembro. Esse é mais um dos risíveis contrastes de tratamento que um dos mais importantes estados da federação dispensa aos seus abnegados servidores, quando ele é o principal detentor dos royalties oriundos da extração do petróleo – mais de R$ 7 bilhões -, além de significativa arrecadação de renda tributária própria, ou seja, não é por falta de recursos que a situação dos bombeiros militares implodiu. Em suma, na atualidade, a eficiente segurança da sociedade exige mais competência gerencial, como forma de atendimento do interesse público, do que fanforrice e incompetência inconsequentes, que em nada contribuem para o entendimento e a solução satisfatória das demandas justas e merecidas.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 11 de junho de 2011
   

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