terça-feira, 28 de junho de 2011

Avanço delituoso

A nova modalidade de assalto encontrada pelos bandidos é a detonação de caixas eletrônicos de bancos, com o auxílio de explosivos e dinamites. Curiosamente, compete ao Comando do Exército fiscalizar e controlar, no território nacional, a produção, a distribuição, o armazenamento e a comercialização das matérias-primas utilizadas pelas gangues. Há fundadas suspeitas de que o arsenal dos bandidos proceda exatamente das entidades que dependem da autorização daquele órgão para comercializá-lo, ou seja, a principal arma do crime vem com a chancela oficial, devidamente despachada ou sem a vistoria da autoridade máxima. Ocorre que o poder fiscalizador desse órgão foi limitado por força do corte no orçamento federal, o que contribuiu para enfraquecer a sua capacidade operacional, que não dispõe de estrutura suficiente para cumprir com eficiência a sua missão institucional. Paradoxalmente, essa redução dos recursos vem conspirar contra a segurança nacional, ao facilitar a ação dos assaltantes de caixas eletrônicos, por poderem adquirir, sem qualquer empecilho, o material indispensável às suas atividades delituosas. É totalmente inconcebível que essa forma de crime ocorra por incompetência e facilitação governamentais, praticamente com o seu beneplácito, que, além da já deficiente e precária ação policial, em termos de prevenção e repressão, ainda deixa de oferecer os recursos necessários à instrumentalização para controlar, como é do seu dever legal, o manejo dos explosivos. Urge, em primeiro plano, a revisão do corte orçamentário, nesse particular, e, imediatamente, a recomposição dos meios materiais e de pessoal, com vistas a possibilitar que o principal órgão competente, estruturado à altura, possa desempenhar a sua importante missão, com eficiência e eficácia, impedindo o avanço desse horroroso crime, sob pena de o governo poder ser responsabilizado para reparação de danos à sociedade, por sua injustificável omissão. 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES 

Brasília, em 28 de junho de 2011
   

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