quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Flexibilização, por quê?

Embora o Brasil tenha concordado em sediar a Copa de 2014, tendo sido aclamado vencedor na acirrada disputa entre fortes concorrentes, cujo cerimonial é rodeado de exigências e formalismos, não deve, por isso, haver qualquer flexibilidade ou concordância que comprometa a soberania nacional, não devendo ser mexida na legislação referente à meia-entrada para idosos e estudantes nem muito menos para coisa alguma, devido à efemeridade dos acontecimentos. Não há qualquer dúvida de que, para a FIFA e o mundo futebolístico em geral, será uma oportunidade ímpar e bastante honrosa a realização desse evento no Brasil, que tem sido e será o ícone do futebol. O sacrifício com os custos para a estrutura e a organização de todo aparato necessário aos jogos já está sendo enorme para os brasileiros, que, de forma “voluntária” abdicou de tantas e urgentes prioridades, como a ressuscitação dos hospitais, das escolas e educandários, das estradas, da segurança pública e de vários serviços públicos essenciais, cuja carência tem causado imensurável transtorno à vida da população brasileira. Os dinheiros públicos, que seriam melhores empregados nesses programas governamentais, estão sendo agora destinados para as reformas e a construção de estádios, muitos considerados elefantes brancos, para satisfação dos caprichos da FIFA, em atendimento às suas exigências megalomaníacas e invariavelmente absurdas. Isso representa verdadeiro acinte à nação, partindo de governante sem compromisso com as causas nacionais, porquanto se sabe que o povo brasileiro terá pouco usufruto dos eventos, ficando os shows para o deleite e o aproveitamento do resto do mundo, com as transmissões dos jogos. No momento, a sociedade somente anseia pela flexibilização de medidas destinadas ao melhoramento das condições de vida do povo brasileiro, em especial com a obrigação de que os recursos públicos sejam aplicados em consonância com os indispensáveis princípios da racionalidade, eficiência e regularidade, em estrito atendimento das necessidades públicas. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 11 de outubro de 2011

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