sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Potência decadente

Embora seja considerada a sétima maior economia do planeta Terra, o Brasil enfrenta grave crise de competividade, sendo obrigado apenas encarar e acompanhar com total passividade e impotência a modernidade do capitalismo chinês, que só tem motivos para avançar e progredir com seus intentos e empreendimentos expansionistas mundiais. Esse marasmo econômico do nosso país é consequência da falta de tecnologia de ponta, de modernização do parque industrial, de mão de obra qualificada e especializada, de educação de qualidade; dos altos encargos trabalhistas; e de outros gargalos que dificultam o progresso industrial e a expansão das exportações de produtos nacionais. Contrariamente, as importações são aumentadas, com a banalização e a escancaração da pirataria e a nação assiste sem qualquer reação a tudo de braços cruzados, vendo o progresso em expansão mundo afora e nada faz para mudar essa lamentável realidade. Não à toa, a indústria tupiniquim cada vez mais avança menos ou quase nada, a exemplo do que acontece com crescimento de apenas 0,2% no período de abril a junho deste ano. Esse quadro pífio, que reflete o desempenho do país, cujo PIB nesse período foi de apenas 0,8%, havendo desaceleração quando comparado ao do trimestre anterior, de 1,2%. É evidente que a enorme dificuldade de crescimento do Brasil, além dos percalços supracitados, tem outros e principais algozes, como as altas e escorchantes taxas de juros, no percentual de 12% a.a., disparadamente a dianteira do mundo, seguida da Hungria, com apenas 2,4% a.a.; a elevada carga tributária, que também deve ser a campeã mundial; a burocracia liderada pela máquina pública, com a sua eterna ineficiência e o seu brutal inchaço; a inexplicável valorização do real; a incontrolável inflação, sempre em patamar elevado; a precária infraestrutura; o complexo e emaranhado cipoal legal, complicador da organização das empresas; entre outros entraves que contribuem de forma decisiva para elevar os custos de produção e dificultar o desenvolvimento da nação. Na verdade, à vista do seu potencial econômico, o Brasil certamente seria girante mundial se tivessem pessoas competentes e capacitadas com a conscientização de que o despertar dessa fera adormecida depende da inarredável implementação de reformas estruturais, como econômica, previdenciária, politica, trabalhista, administrativa, tributária etc., com a finalidade de modernizar, aperfeiçoar e atualizar os mecanismos capazes de movê-lo da debilidade atual, desse conjunto retrógrado de somente administrar uma nação comparável ao um país tupiniquim e sem perspectivas, para um mundo totalmente novo, moderno, eficiente e capaz de competir, não em igualdade de condições, mas em superioridade com as potências terrestres, ante a notória existência de matérias-primas em abundância e a invejável capacidade intelectual de seu povo, que não estão sendo aproveitados na plenitude em razão da indubitável mediocridade dos dirigentes da nação. O momento ideal para despertar desse gigantesco pesadelo já passou há bastante tempo e não é mais possível recuperar o prejuízo acumulado nem punir os culpados pela inadmissível e inaceitável inércia, como devia, mas é perfeitamente necessário que a sociedade exija dos seus representantes políticos a urgente promoção das mudanças estruturais capazes de propiciar condições para o Brasil crescer com a pujança da real capacidade do seu povo e do seu potencial econômico, produzindo, não somente para seu consumo interno, mas também para exportar e competir com vantagem no mercado mundial. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de outubro de 2011

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