sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PMDB, fala sério!

O presidente do PMDB acaba de defender corte no elevadíssimo número de ministérios, tendo proposto a exclusão ou integração de, pelo menos, dez pastas. No momento, o primeiro escalão conta 38 ministros e o Planalto, de forma absurda, ainda tem intenção de criar o ministério da Micro e Pequena Empresa. No seu entendimento, "É sempre bom enxugar um pouco os ministérios. Eu sou favorável a um enxugamento de uns 10 ministérios". O PMDB, principal aliado do governo, domina cinco ministérios e a saída seria reduzir o tamanho dos aliados no primeiro escalão pela metade, por acreditar que essa é uma medida necessária. E conclui: "Quem tem quatro (ministérios) ficaria com dois, quem tem dois ficaria com um, quem tem um fica com zero. Eu sou a favor de um enxugamento". Oh! PMDB, fala sério! Custa acreditar num pingo de sinceridade das palavras pronunciadas pelo presidente desse partido, que se trata da maior agremiação política que, com o seu estilo peculiar fisiológico e oportunista, brilhou vitorioso na obtenção dos cargos nos ministérios e órgãos estatais, para acomodar seus partidários, mediante a troca do incondicional apoio às votações de projetos governamentais no Congresso Nacional, sem a mínima preocupação com a economia de recursos públicos ou a racionalização de coisa alguma, muito menos do exagero de ministérios. Um partido cuja ideologia política foi marcada pela defesa intransigente da obtenção de cargos públicos em todos os níveis tem pouca ou nenhuma credibilidade quando vem a público defender o enxugamento da máquina pública. Caso houvesse o mínimo de sinceridade na sua atitude, bastava desde logo dar o exemplo e transformá-la na efetiva desistência da dominação absurda dos ministérios e órgãos pelos quais entende que são desnecessários e a sua extinção contribuiria para o eficiente funcionamento do governo. Não obstante, já é um temendo avanço o simples fato de esse político reconhecer o inchamento da máquina e sua ineficiente operacionalização, que implica esbanjamento e desperdício de dinheiros dos contribuintes, que, de forma inexplicável, não reagem contra a fraude evidente e abusiva praticada mediante os descontroles e desmedidos gastos com a pesada manutenção da enormidade de órgãos públicos, muitos dos quais absolutamente obsoletos, desnecessários e ineficientes, que já deveriam ter sido extintos, fundidos ou incorporados há bastante tempo, em consonância com o resultado de estudos específicos e racionalmente promovidos acerca dessa grave questão de governabilidade do Estado brasileiro. Urge que a sociedade exija dos seus governantes o funcionamento racional e eficiente da administração pública, de modo que somente possam existir os órgãos que efetivamente sejam essenciais ao atendimento das necessidades do interesse público. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 13 de outubro de 2011

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