quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Loucura de tráfego

Atualmente, merece destaque a alarmante e crônica situação da violência no tráfico de veículos nas rodovias brasileiras, que vem ocorrendo em virtude do descontrole generalizado tanto nas cidades como nas estradas de todos os quadrantes do país, figurando, de forma negativa, no topo do ranking mundial de acidentes desastrosos, o que contribui para aumentar em escala assustadora as estatísticas de mortes e ferimentos, invariavelmente com irreparáveis mutilações de membros e corpos humanos. As causas para tantos sinistros, em especial nas estradas, são do conhecimento dos brasileiros, mas não há notícia que alguém tenha movido uma palha para solucionar a gravidade da questão, que só se acentua dia a dia, sendo alimentada com mais ingredientes incentivadores dos acidentes, como o aumento progressivo de veículos e a falta de políticas públicas destinadas ao melhoramento das estradas, em especial a sua manutenção adequada e suficiente para suportar a irracionalidade acentuada dos motoristas, que cada vez mais estão se comportando como verdadeiros animais destituídos de humanidade, não respeitando os limites de velocidades estabelecidos e muitos ainda insistem em dirigir embriagados, causando os piores desastres com suas máquinas potentes e mortíferas. Existem outros agravantes desse quadro de horror, como a importante contribuição do governo com sua indolente omissão, ao deixar de construir estradas de qualidade e claudicar com a manutenção das rodovias existentes, notadamente quanto à conservação reparadora da malha viária e à sinalização e limpeza dos acostamentos, aliados à falta ou deficiência de policiamento nas rodovias. Ainda merecem destaque as agressivas campanhas publicitárias das concessionárias, com o objetivo de vender seus veículos, o que contribui para encher e abarrotar as estradas de carros e torna cada vez mais crucial o problema do tráfego de veículos. Urge que o governo desperte da letargia quanto à crise exacerbada da violência no tráfego de veículos, devendo assumir a sua responsabilidade constitucional e adotar competente postura em prol da excelência do sistema de transportes públicos, com a promoção de políticas que garantam substancial melhoria em especial das rodovias, com a sua imediata ampliação, conservação, modernização e sinalização, providenciando policiamento preventivo e campanhas abrangentes e esclarecedoras sobre educação e prevenção de acidentes de tráfego de veículos, a exemplo das propagandas do setor privado para a venda de seus veículos. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 04 de outubro de 2011

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