sábado, 1 de outubro de 2011

Pesquisa ou farsa?

<> 
Acaba de ser divulgada mais uma avaliação positiva do governo realizada pelo CNI/Ibope, no período entre julho e setembro, que voltou a subir, conforme o índice de pessoas considerando como ótimo/bom, passando de 48% para 51%, tendo por base levantamento feito, pasmem, de entrevistas com apenas 2.002 pessoas, em 141 municípios. O índice dos que consideram regular a gestão da presidente passou de 36% para 34%, enquanto o dos que a avaliam como ruim/péssimo passou de 12% para 11%. Esse levantamento também mostra que a aprovação da presidente da República também voltou a crescer, passando de 67% em julho para os atuais 71%. A sua desaprovação passou de 25% em julho para 21% agora. Em primeiro lugar, causa espécie, porque não dizer estarrecimento, que, num país de quase 200 milhões de pessoas, sejam inquiridas tão somente 2.002 pessoas e, com base nesse resultado, se conclua pela aprovação de uma gestão, como se toda população tivesse se manifestado na mesma proporção dessa pesquisa. Longe de se imaginar que se trata de avaliação encomendada, mas que o seu resultado suscita milhões de dúvidas, ninguém consegue contestar. Agora, o mais estranho dessa duvidosa e por demais vergonhosa pesquisa é que estão aprovando, contando com a opinião de entrevistados que não conseguem encher um “pau de arara”, em relação à população brasileira, a atuação de um governo que até o momento não disse para o que veio. Tudo que tinha de ruim do anterior continua mantido no atual, tais como: inflação descontrolada; taxas de juros nas nuvens; corrupção explícita e permitida entre os partidários e aliados políticos; falta de punição nos casos de improbidade administrativa; loteamento dos ministérios e órgãos importantes entre os membros da coalizão; inexistência de qualquer reforma estrutural; ajuda financeira a países antidemocráticos; deficiente atendimento dos programas relacionados à saúde, à educação, à segurança pública, ao transporte etc.; ampliação do programa bolsa família; pesada carga tributária; entre tantas incompetências e leniências governamentais que não se coadunam com a pesquisa, principalmente porque somente as turbulências motivadas pela erupção dos escândalos que vieram à tona com as denúncias de irregularidades em vários ministérios, onde apenas houve arremedo de limpeza, continuando o mar de lama da corrupção, seriam mais do que suficientes para detonar qualquer avaliação de desempenho. É absolutamente ilógica a comemoração de uma gestão pautada por escândalos e falcatruas no serviço público, incompetência de continuísmo, falta de resultados em benefício da sociedade, ou seja, nada de concreto foi mostrado para merecer tirar a presidente da segunda época. Convém que as futuras pesquisas sejam promovidas com maior abrangência de entrevistados e em mais localidades, de preferência indicando as cidades e as quantidades de pessoas e seus níveis escolares, na esperança de que o seu resultado possa refletir a verdadeira avaliação do desempenho do governo e da sua titular, evitando que os brasileiros não voltem a passar pelo sentimento de terem sido enganados por pesquisa com cara de encomenda. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º de outubro de 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário