O programa de TV do PT exibe imagens dos protestos
que se espalharam pelo país, intercaladas com a inserção de cenas do
ex-presidente da República petista e da atual presidente, pregando que a
política é a responsável por levar às grandes transformações sociais. O vídeo faz
forte apelo emocional, por tentar construir discurso dirigido com prioridade
aos jovens, que defenderam nas passeatas a negação da política e dos partidos.
O conselho é para que o jovem "Acredite
na política'', o qual vem entremeado por imagens, em ritmo frenético, do
ex-presidente e da presidente às de líderes políticos brasileiros e mundiais,
como Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Tiradentes, Abraham Lincoln, Getúlio
Vargas, Fidel Castro e Martin Luther King, cujo discurso "I Have a Dream'',
a par de ter completado 50 anos e se tornado célebre, é inserido no vídeo, narrando
que somente por meio da política haverá as mudanças exigidas nas ruas. E acrescenta:
"A política sempre foi capaz de
mudar o mundo. E o mundo sempre foi capaz de mudar a política. Quando o mundo
muda a política, ela não está acabando: ela está melhorando'' e "Venha mudar com a gente. A gente quer
continuar mudando com você''. As imagens são bastante claras, ao comparar
os petistas a grandes e famosos estadistas e personalidades, nacionais e internacionais.
Ao apelar para recursos dessa natureza, com forte conotação populista, comparando
petistas a ícones de expressão mundial, fica a nítida evidência de que o PT
perdeu completamente o senso de razoabilidade, racionalidade e sensatez,
possivelmente na tentativa de menosprezo à inteligência e ao senso crítico do
povo brasileiro, que não tem por hábito, infelizmente, revidar atrevimento e
menoscabo de cunho eminentemente de desespero de causa, diante dos enlouquecidos
movimentos de protestos, que abalaram as estruturas petistas, justamente por
denunciarem o péssimo desempenho gerencial de seus políticos, que são agora alvo
da tentativa de elevação ao Olimpo dos deuses que ali chegaram com glórias,
justiça e merecimento, por seus inquestionáveis legados. À toda evidência, comparações
ilógicas e absurdas como essas poderiam ter ressonância somente nas piores republiquetas,
a cujo povo teriam sido negados ensino público de qualidade, atendimento satisfatório
à saúde pública, segurança capaz de protegê-lo, enfim, infraestrutura nada condizente
com as precárias condições impingidas aos brasileiros pelos governantes petistas
exaltados imerecidamente no vídeo, por falta de méritos a respaldar exagerada e
desesperada apelação paradigmática jamais havida na história contemporânea da
humanidade. Essa pobre imaginação do partido dominante do país bem demonstra o
baixo grau da mentalidade pela qual ele avalia a capacidade intelectual do povo
brasileiro, ao equiparar seu nível mais rasteiro de discernimento e avaliação
sobre as irreais qualidades e capacidades dos governantes, que, na verdade,
nada realizaram em forma de significativa transformação do país, para merecer idolatria,
salvo algumas obras de cunho social, como o programa Bolsa Família, que qualquer
pessoa com o mínimo de competência faria com melhor qualidade e aproveitamento
e não na forma como vem sendo feito, embora seja a única prioridade destacada
pelo governo. Assistencialismo esse que seria feito de igual modo por qualquer
administrador público, por imposição de Estado, com a diferença de que somente
os reais e potenciais necessitados seriam beneficiários, ou seja, o programa assistencial
seria executado em absoluta transparência, mediante controle de eficiência e qualidade
do seu funcionamento, em conformidade com a verdadeira finalidade para o qual
ele fora instituído, evidentemente sem vinculação com objetivos promocionais de
governantes nem indignas intenções eleitoreiras e marketing político internacional,
como vem sendo estrategicamente explorado, de forma errônea e efetiva, em que
pese tratar-se de programa mantido exclusivamente com recursos públicos, à
custa dos bestas dos contribuintes. O PT não consegue mostrar, em vídeo promocional,
o que seriam as grandes realizações nacionais, a exemplo das revolucionárias
obras de infraestrutura e das tão prometidas, carentes e sonhadas reformas
estruturais, como a política, eleitoral, previdenciária, trabalhista, administrativa,
tributária e tantas outras reformulações essenciais ao crescimento da nação,
cuja ausência vem contribuindo, de forma efetiva, para o crônico atraso do desenvolvimento
do Brasil, graças à patente incompetência dos administradores comparados, de
maneira inescrupulosa e irreverente, aos inigualáveis líderes universais, como Nelson
Mandela, Mahatma Gandhi, Abraham Lincoln e Martin Luther King. O certo é que, desta
vez, o PT foi longe demais, tendo ultrapassado os píncaros da leviandade, ao
impor desatinadamente comparação de petistas questionáveis por ações corruptivas
e terroristas com pessoas quase imaculadas e de inquestionáveis qualidades de honestidade
e correção, que lutaram a vida inteira pela humanização, pacificação e paz mundial,
objetivando reais conquistas para o bem da humanidade, mediante os quais conseguiram
se tornar líderes amados e admirados universalmente por suas qualidades de
abnegação às expressivas causas inigualáveis de pacifismo e de amor ao próximo,
sem precisar utilizar meios bestiais, destrutivos, agressivos e contrários aos
princípios humanitários. No entanto, os petistas cresceram na política por meios
antagônicos, mais especificamente pelo seu legado de terrorismo, violência contra
o ser humano e agressão aos cofres públicos, consistentes em homicídios, assaltos
e roubos a bancos, explosão a bombas, luta armada, formação de quadrilha como o
mensalão, utilização de métodos deletérios da dignidade humana e tudo o mais em
contrariedade aos princípios de civilidade e humanização, não sendo dignos nem
de longe de serem equiparados às aludidas personalidades, que não merecem tamanho
infortúnio e desproporcional injustiça. Não obstante, foi muito justo e merecido
o paradigma dos petistas ao ditador sanguinário cubano, pela forma carinhosa de
eterna e sublime admiração, devoção e gratidão que os petistas nutrem pelo
caribenho. É estranha não ter sido invocada a figura patética do ex-ditador e
ex-revolucionário bolivariano, ante as afinidades petistas de admiração e de sentimentos
socialistas, tão apropriados aos idealismos programáticos deles. Também causam
estranheza as invocações de ícones que defendiam causas absolutamente dissociadas
do sistema comunista admirado pelos petistas, fato que denota evidente contradição
que não se coaduna com a ideia de coerência a ser passada para os jovens brasileiros.
A sociedade, mais uma vez estarrecida, lamenta o desespero apelativo do maior
partido do país e anseia por que o bom-senso, a racionalidade e a razoabilidade
prevaleçam nas ideias dos políticos brasileiros, como forma de contribuir para
o aperfeiçoamento e o fortalecimento da democracia. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de agosto de 2013
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