As ações da Petrobras
estão despencando, de forma gradativamente, nos pregões da Bolsa de Valores, atingindo
o menor valor em quase oito anos, desde novembro de 2005, conforme
acompanhamento realizado pela consultoria Economatica. Elas contribuíram para
derrubar a Bovespa nos últimos meses, que vem fechando em queda significativa.
As ações ordinárias da estatal passaram a valer valores baixíssimos, enquanto as
ações preferenciais caíram ao menor patamar em quase cinco anos, tendo chegado também
ao menor valor histórico, depois de passar por quedas expressivas. Essa
situação é preocupante para os acionistas e causa incertezas quanto ao futuro
econômico-financeiro da empresa, em face de temores de que o governo vai
reduzir o imposto de importação, à vista da informação sore a existência de estudos
em curso para avaliar a viabilidade dessa medida, com incidência do imposto
sobre aço, fertilizantes, produtos químicos, vidro e painéis, entre outros, tendo
como finalidade contribuir para se evitar pressões inflacionárias. Os péssimos
resultados operacionais da estatal são reflexos do conjunto de procedimentos malsucedidos
e revestidos de incapacidade gerencial com reflexos na comercialização dos
produtos da Petrobras. A expressiva perda do valor de mercado das ações dessa
empresa está ancorada na incompetência do governo do PT, que conseguiu ser o
único administrador do mundo a causar prejuízo à empresa petrolífera do quilate
da fantástica Petrobras, antes considerada referência na exploração de petróleo
e comercialização de combustíveis. Um dos exemplos clássicos de despreparo e
incompetência ocorreu, em 2006,
quando foi adquirida, pela Petrobras, uma empresa de refinaria falida por US$
1,2 bilhão, quando a vendedora a havia comprado por, pasmem, apenas US$ 42
milhões. Somente depois de fechado o negócio, a empresa constatou, mediante
avaliação, o tamanho do rombo, uma vez que a aludida refinaria valia menos de
US$ 100 milhões, fato que causou prejuízo expressivo de mais de US$ 1 bilhão. Além
do astronômico prejuízo na compra da refinaria falida, a Petrobras contabilizou,
no ano passado, despesas no valor de R$ 450 milhões com a sua manutenção. As
trapalhadas operacionais e financeiras são alarmantes, a exemplo da construção de
refinarias sem os devidos levantamentos estratégicos e planejamentos gerenciais,
a exemplo da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, com construção inicialmente
prevista, em conjunto com a Venezuela, do valor de R$ 5 bilhões, mas já foram
gastos, até o momento, a quantia de R$ 35 bilhões, sem produzir nada. Nessa
mesma linha de incompetência com recursos públicos e privados, a Petrobras, por
determinação do Palácio do Planalto, ainda na gestão do “todo-poderoso”,
objetivando agradar nordestinos, nas vésperas de eleições, deu início à
construção de duas refinarias, sendo uma no Maranhão e outra no Ceará. Em face
da constatação de que não há certeza da rentabilidade operacional dessas
refinarias, os projetos foram suspensos, após já terem sido indevidamente investidos
bastante recursos da empresa. Os desastrosos negócios que levaram a Petrobras à
ruína exigem a apuração dos fatos lesivos a seus cofres e responsabilização
daqueles que deram causa aos danos levantados. Não se pode permitir que as
irresponsabilidades gerenciais integrem as atividades operacionais da empresa e
sejam jogadas para debaixo dos tapetes palacianos, em prejuízo do país e dos
acionistas. É lamentável que somente graças aos pregões da Bolsa de Valores foi
possível se conhecer os deploráveis resultados da má administração da
Petrobras, que já foi uma das maiores empresas do seu ramo, quando despontava
para venturoso futuro e era verdadeiro orgulho dos brasileiros, pela pujança econômico-financeira
e capacidade de exploração do petróleo, quando atraía o interesse de
investidores, na expectativa de aplicar suas economias numa empresa rentável, segura
e próspera. No entanto, a gestão desastrosa de seus negócios por políticos e
sindicalistas inexperientes e totalmente alheios ao ramo petrolífero foi capaz
de jogar toda riqueza no limo do mundo dos negócios, em significativo prejuízo para
os investidores e o país. A sociedade tem o dever cívico de protestar contra o
descaso acerca da administração da importante empresa petrolífera brasileira, antes
que ela se acabe, exigindo que o seu gerenciamento seja feito com competência e
eficiência, mediante a direção por pessoas qualificadas e preparadas, técnica e
profissionalmente, sem embargo de que os fatos que causaram enormes prejuízos à
Petrobras sejam devidamente apurados, com vistas à responsabilização dos envolvidos.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de agosto de 2013
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