terça-feira, 6 de agosto de 2013

Pobre fim da Petrobras

 
As ações da Petrobras estão despencando, de forma gradativamente, nos pregões da Bolsa de Valores, atingindo o menor valor em quase oito anos, desde novembro de 2005, conforme acompanhamento realizado pela consultoria Economatica. Elas contribuíram para derrubar a Bovespa nos últimos meses, que vem fechando em queda significativa. As ações ordinárias da estatal passaram a valer valores baixíssimos, enquanto as ações preferenciais caíram ao menor patamar em quase cinco anos, tendo chegado também ao menor valor histórico, depois de passar por quedas expressivas. Essa situação é preocupante para os acionistas e causa incertezas quanto ao futuro econômico-financeiro da empresa, em face de temores de que o governo vai reduzir o imposto de importação, à vista da informação sore a existência de estudos em curso para avaliar a viabilidade dessa medida, com incidência do imposto sobre aço, fertilizantes, produtos químicos, vidro e painéis, entre outros, tendo como finalidade contribuir para se evitar pressões inflacionárias. Os péssimos resultados operacionais da estatal são reflexos do conjunto de procedimentos malsucedidos e revestidos de incapacidade gerencial com reflexos na comercialização dos produtos da Petrobras. A expressiva perda do valor de mercado das ações dessa empresa está ancorada na incompetência do governo do PT, que conseguiu ser o único administrador do mundo a causar prejuízo à empresa petrolífera do quilate da fantástica Petrobras, antes considerada referência na exploração de petróleo e comercialização de combustíveis. Um dos exemplos clássicos de despreparo e incompetência ocorreu, em 2006, quando foi adquirida, pela Petrobras, uma empresa de refinaria falida por US$ 1,2 bilhão, quando a vendedora a havia comprado por, pasmem, apenas US$ 42 milhões. Somente depois de fechado o negócio, a empresa constatou, mediante avaliação, o tamanho do rombo, uma vez que a aludida refinaria valia menos de US$ 100 milhões, fato que causou prejuízo expressivo de mais de US$ 1 bilhão. Além do astronômico prejuízo na compra da refinaria falida, a Petrobras contabilizou, no ano passado, despesas no valor de R$ 450 milhões com a sua manutenção. As trapalhadas operacionais e financeiras são alarmantes, a exemplo da construção de refinarias sem os devidos levantamentos estratégicos e planejamentos gerenciais, a exemplo da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, com construção inicialmente prevista, em conjunto com a Venezuela, do valor de R$ 5 bilhões, mas já foram gastos, até o momento, a quantia de R$ 35 bilhões, sem produzir nada. Nessa mesma linha de incompetência com recursos públicos e privados, a Petrobras, por determinação do Palácio do Planalto, ainda na gestão do “todo-poderoso”, objetivando agradar nordestinos, nas vésperas de eleições, deu início à construção de duas refinarias, sendo uma no Maranhão e outra no Ceará. Em face da constatação de que não há certeza da rentabilidade operacional dessas refinarias, os projetos foram suspensos, após já terem sido indevidamente investidos bastante recursos da empresa. Os desastrosos negócios que levaram a Petrobras à ruína exigem a apuração dos fatos lesivos a seus cofres e responsabilização daqueles que deram causa aos danos levantados. Não se pode permitir que as irresponsabilidades gerenciais integrem as atividades operacionais da empresa e sejam jogadas para debaixo dos tapetes palacianos, em prejuízo do país e dos acionistas. É lamentável que somente graças aos pregões da Bolsa de Valores foi possível se conhecer os deploráveis resultados da má administração da Petrobras, que já foi uma das maiores empresas do seu ramo, quando despontava para venturoso futuro e era verdadeiro orgulho dos brasileiros, pela pujança econômico-financeira e capacidade de exploração do petróleo, quando atraía o interesse de investidores, na expectativa de aplicar suas economias numa empresa rentável, segura e próspera. No entanto, a gestão desastrosa de seus negócios por políticos e sindicalistas inexperientes e totalmente alheios ao ramo petrolífero foi capaz de jogar toda riqueza no limo do mundo dos negócios, em significativo prejuízo para os investidores e o país. A sociedade tem o dever cívico de protestar contra o descaso acerca da administração da importante empresa petrolífera brasileira, antes que ela se acabe, exigindo que o seu gerenciamento seja feito com competência e eficiência, mediante a direção por pessoas qualificadas e preparadas, técnica e profissionalmente, sem embargo de que os fatos que causaram enormes prejuízos à Petrobras sejam devidamente apurados, com vistas à responsabilização dos envolvidos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 05 de agosto de 2013

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