O ex-presidente da República petista comentou a
participação dos jovens em manifestações de rua, nestes termos: “Viva o protesto. De protesto em protesto a
gente vai consertando o telhado”. Ele relacionou as manifestações à sua
trajetória política e asseverou para a plateia de estudantes presentes: “De protesto em protesto, um dia vocês vão
chegar à Presidência da República”. Segundo o petista, o povo vai às ruas
em busca de mais conquistas: “Na Europa,
os protestos são para não perder o que conquistaram. No Brasil, os protestos
são para conquistar mais.”. Antes dessas declarações, ele havia comentado o
tema em coluna de opinião distribuída pelo “New York Times”, onde afirmou que
os protestos de rua no país se trataram de movimento com a finalidade de “aumentar o alcance da democracia e encorajar
o povo a atuar mais completamente”. A visão dos petistas sempre foi míope
ou destorcida quando se refere à realidade dos fatos, porquanto eles os
enxergam exatamente na forma das suas conveniências políticas, que não
correspondem nem de longe como eles são na realidade ou deixam de se
materializar, uma vez que a visão hermética e confortável de dentro dos
palácios impede ou dificulta a percepção dos efeitos arrasadores das agruras
causadas pela incompetência gerencial do governo, que acha que o povo é bem
tratado e só sabe reclamar. Na verdade, de protesto em
protesto, o povo vai mostrando a face real do desgoverno e da incompetência administrativa
do PT, que, há mais de década na direção do país, até o momento não foi capaz
de apresentar novidade ou medida de impacto para tirar a nação do completo
atoleiro, a par das suas riquezas materiais e humanas. A realidade brasileira
até que poderia ter sido outra caso o governo deixasse de acusar a administração
anterior e se preocupasse em fazer algo diferente em benefício da sociedade. À
exceção do programa Bolsa Família, com suas notórias deficiências de
cadastramento e de controle, o governo nada mais fez senão cuidar da reeleição,
tendo investido toda energia em busca de apoio político, em troca de cargos públicos,
em vergonhoso “toma lá, dá cá”. Trata-se de governo que elevou a carga
tributária, chegando a atingir quase 40% do Produto Interno Bruto, mas as
políticas públicas, quando elas ainda existem nas regiões mais remotas, são
prestadas pela pior qualidade. O certo é que o governo sequer chega com a
assistência da sua competência constitucional aos rincões mais necessitados.
Ainda bem que o povo está tendo a dignidade de protestar e mostrar, com
bastante clareza, a realidade nua e crua sobre as precariedades da
administração pública, que expõe total falta de prioridade com relação às
necessidades da população. É lamentável que ainda exista governo incapaz de
gerenciar o patrimônio da nação e dependa de protestos da sociedade para,
enfim, perceber que a sua atuação não está correspondendo à expectativa do
povo. Na verdade, a gestão do governo agrada somente seus asseclas e quem se
beneficia de algum programa de cunho populista e eleitoreiro, por falta de
alternativa decente. A grandeza do Brasil não merece que, em pleno século XXI, sob
pena de o caos piorar ainda mais, haja necessidade de se alertar o governo
sobre as suas precípuas incumbências constitucionais, porque o ritmo precário
da atual gestão pública tende a se aprofundar, com grave reflexo no
subdesenvolvimento já instalado nas políticas públicas e no sistema econômico,
prejudicado pelo famigerado Custo Brasil, afetado pela pesada carga tributária
e pelos elevados encargos previdenciários, responsáveis pelo estrangulamento da
competitividade e da produção nacional. O país agoniza diante da falta de
reformas estruturais e de priorização das políticas públicas, que permitem a
estagnação de iniciativas capazes de acenar para o crescimento socioeconômico. O
Brasil não precisa de protestos, mas sim de urgente competência gerencial,
principalmente na administração pública, que infelizmente se encontra em estado
de acefalia crônica, há década, padecendo pela falta de reformas estruturais e
de estadista com visão de futuro e de abnegação aos interesses da nação.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de agosto de 2013
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