Logo
após conversar com senadores petistas, a presidente da República disse, com
bastante entusiasmo, que chegou o “momento
de se fazer política”. Na sua avaliação, a primeira metade do seu mandato
foi reservada para o “gerenciamento”
do país e que agora é “tempo de se fazer política”, com a exclusiva finalidade
de se reaproximar do Congresso Nacional e da sua base aliada. Essa façanha,
segundo afirmado por ela, segue “abalizado” conselho do ex-presidente petista,
que lhe disse: “O que não se realizou até
agora, não dá mais tempo para fazer”. Já se adaptando ao novo estilo de “governar”,
a presidente não pretende mais enviar ao Congresso propostas de impacto, ao
afirmar que “A fase de propor já acabou.
Agora é hora de tentar colher resultados”. Um senador petista afirmou que a
presidente foi eleita por ação e obra do seu antecessor e que agora o governo
dela é que deve ter condições para reelegê-la, mas, para tanto, convém que o
governo, que se afastou até aqui da política, resolva, a partir deste momento, se
reaproximar do Congresso, porque, em relação ao PT, “Nós não somos aliados. Nós somos governo”, afirmou o parlamentar. A
presidente se incorpora em definitivo ao espírito petista de ser, ao deixar
claro que será bem boazinha para com os políticos, ao seguir a cartilha deles,
inclusive evitando criar projetos novos, para que eles não sejam apreciados
segundo a vontade do Congresso, que vem criando ideias imaginosas, em
contrariedade aos principais objetivos políticos do governo. Esse fato
demonstra, em bom português, o desprezo à responsabilidade na gestão da coisa
pública, ao prestigiar a inadmissível causa da política da boa vizinhança, do
compadrio, para não atrapalhar o único projeto perseguido pelo governo, de forma
vergonhosa e escancarada, de continuar no comando do país, em evidente prejuízo
às causas nacionais e da sociedade. Se
a presidente tentar fazer política na forma incompetente e leviana como
administra o país, em que os programas governamentais são relegados a planos
secundários, a exemplo da saúde, educação, segurança, infraestrutura etc., com
certeza a sua reeleição vai literalmente para o espaço e o seu governo não
deixará um pingo de saudade para aqueles que aspiram um país gerenciado com
dignidade e competência. Se até aqui ela não conseguiu cuidar exclusivamente da
nação, pois não foi capaz de apresentar novidade no seu governo, mesmo com as permanentes
orientações do "todo-poderoso", é de se imaginar que o país irá se
afundar ainda mais com a presidente administrando, em concomitância, os
negócios da nação e a politicagem vergonhosa com o Congresso Nacional. Por
certo a nação será prejudicada duplamente, porque ela não saberá distinguir uma
coisa da outra e terminará não cuidando do gerenciamento do país nem da
política, que exigem traquejo e competência de estadista, atributos estes que
ela não conseguiu demonstrar possuir em nenhum dos casos. Na forma anunciada
pelos correligionários da presidente, a política a ser praticada por ela
levar-se-á em contra apenas a resolução das questões paroquianas, dos problemas
e dos interesses dos parlamentares e partidos políticos, em detrimento das
causas públicas e em escrachada intenção de fortalecer o mirabolante projeto da
reeleição, como instrumento capaz de angariar apoio político e garantir minutinhos
a mais no horário eleitoral, mediante a liberação dos famosos pleitos amigos. É
lamentável que, com a evolução e o desenvolvimento da política, mediante a
modernização dos procedimentos e o aperfeiçoamento dos mecanismos
programáticos, o efeito destas conquistas, no país tupiniquim, foi textualmente
inverso, porquanto a politicagem se processa nos moldes arcaicos e voltados
para a satisfação dos interesses pessoais e partidários, em menosprezo às
sublimes finalidades democráticas, que tem o povo no centro dos objetivos políticos
e para o qual não deveria ter vez a politicagem praticada pelos homens públicos
encastelados nas classes dominantes, que a usam fundamentalmente para a
conquista do poder e da permanência nele. A grandeza do Brasil, pelo seu povo
honesto e trabalhador, já merece a prática de política purificada
e de respeito aos princípios democráticos, expurgados os métodos retrógrados
e ultrapassados da ruindade, que não são mais aceitos nem mesmo nas
republiquetas, à luz dos avanços científicos e tecnológicos e da modernidade
alcançada pela humanidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de agosto de 2013
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