terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A incoerência de ideologia

Depois de longos 53 anos, os Estados Unidos da América resolveram reatar relações diplomáticas com Cuba, embora os obstáculos quanto às relações econômicas continuem intocáveis.
O presidente americano disse que o "Isolamento nunca funcionou", "É hora de uma nova abordagem". Ele afirmou que as relações entre os dois países terão novo começo a partir de agora, tendo adiantado que "Estamos tomando medidas para melhorar as relações comerciais e políticas com Cuba" e espera debate sério do Congresso norte-americano para que seja possível o levante do embargo que o país mantém a Cuba, que proíbe o comércio de produtos entre os dois países.
Não há dúvida de que o reatamento de relações em causa pode ser considerado marco histórico entre a primeira potência econômica e democrática mundial e a última nação do planeta, que conseguiu se transformar, possivelmente, no pior país do universo, por ter atingido indiscutivelmente o lugar de nação subdesenvolvida econômica, social, política e democrática, graças, sobretudo, por ter adotado o sistema comunista de governo, tendo como princípio o rigoroso e rígido controle do Estado sobre as pessoas, onde inexistem respeito ao salutar princípio democrático, aos direitos humanos e à liberdade de expressão, conquanto nada acontece naquele país sem que a máquina do governo não tenha metido o dedo para controlar e estabelecer os limites de interesse do regime totalitário.
É evidente que o embargo norte-americano em si até pode não mais se justificar, como afirma o presidente desse país, diante da evolução da humanidade, que também serve de base para que o pior e mais subdesenvolvido país do mundo caia na real e possa se sensibilizar que os avanços científicos e tecnológicos alcançados pelos países civilizados não se coadunam com o ultrapassado e obsoleto regime comunista, que tem por lema a abominação dos princípios democráticos, dos direitos humanos e das liberdades individuais, em contrariedade à evolução da humanidade.
Estranha-se que o acordo reatando as relações diplomáticas em comento não tenha focalizado para esse aspecto de suma importância para propiciar a liberdade do povo cubano da escravidão, porque esse fato poderia ter constituído oportunidade de ouro para que a população cubana pudesse participar efetivamente das condições humanas, que oferecidas sobejamente ao povo americano por seu governo democrático.
Nos termos do acordo em apreço, pode-se se inferir que o único vitorioso tenha sido o regime tirânico de Cuba, que não cedeu um milímetro quanto ao rígido controle do Estado sobre seu povo sofrido e escravizado e ainda conta com a solidariedade dos governantes que têm a mesma índole socialista, simpatizantes do bolivarianismo antidemocrático e dissonante da realidade dos países desenvolvidos.
Não há dúvida de que o mundo comemora a vitória do regime ditatorial cubano, enquanto o povo ilhéu vai continuar sob o jugo da escravidão e do terrível subdesenvolvimento social, político, econômico e democrático. Por enquanto, nenhum governante foi capaz de lamentar as condições de miserabilidade impostas ao povo cubano, dando a entender que, para a população, pouco importa existir liberdade individual, ter o direito de se expressar livremente e participar democraticamente sobre as decisões que interessam aos destinos do país.
          Nesse contexto, o povo cubano é apenas um detalhe de somenos importância, que não precisa haver nenhuma preocupação quanto ao seu estado de sofrimento e de permanentes agruras e de martírio, à vista das condições de subdesenvolvimento do país.
Em razão da ocorrência desse acordo histórico, seria bastante oportuno que os brasileiros se posicionassem contrariamente à terrível e lamentável situação de desumanidade dos cubanos, à vista da injustificável aproximação do governo tupiniquim ao governo caribenho, de vez que os ditadores de Cuba conquistaram o país mediante golpe revolucionário e submeteram o povo daquele país à forma mais degradante e truculenta de incivilidade, em irracionalidade completamente diferenciada do regime militar brasileiro, que foi combatido pela atual mandatária do Brasil, fato esse que demonstra inexplicável incoerência ideológica do governo brasileiro, à vista da sua evidente simpatia pelo governo cubano, de regime totalitário. Acorda, Brasil!  
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 23 de dezembro de 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário