terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A moralização como princípio

O Brasil somente será considerado um país sério e desenvolvido quando os eleitores votarem em políticos competentes e desapegados da coisa pública, que tenham capacidade para trabalhar exclusivamente em prol do interesse público e em consonância com os princípios republicano e democrático.

É inexplicável e até inacreditável que homens públicos praticantes de atos contrários a esses fundamentais conceitos de brasilidade ainda mereçam a simpatia e a confiança da população, que vota cegamente neles, sem nenhum questionamento quanto à sua capacidade político-administrativa em benefício do país, esquecendo-se ainda do fato de que a mentalidade deles se encontra voltada somente para as aferradas pretensões de continuidade no poder, sem a menor preocupação com as causas nacionais, que deveriam ser a sua única prioridade como estadistas.

Também é inconcebível que os dinheiros dos bestas dos contribuintes sejam investidos em países governados por ditadores, que desprezam, de maneira tirânica, os direitos humanos, os princípios democráticos e as liberdades individuais, quando, aqui no Brasil, os portos, as estradas, o saneamento básico, a infraestrutura e os serviços públicos pertinentes à saúde, à educação, à segurança pública etc. padecem da falta de prioridades e de recursos para minorar as agruras e as precariedades que grassam no país, de forma irresponsável.

Por sua vez, é injustificável que o governo federal decida pela dispensa, mediante ato de completa liberalidade pessoal, sem justificativa plausível, do pagamento de recursos emprestados a países africanos, os quais se destinaram à realização de obras sob a incumbência de construtoras brasileiras, que são acusadas de promoverem financiamentos de campanhas eleitorais de políticos governistas.

É difícil se acreditar na seriedade de quem utiliza recursos públicos promovendo o inchaço da máquina pública, tendo por finalidade a acomodação de aliados da base de sustentação do governo Congresso Nacional, mediante o indecente e ilícito estímulo ao ilícito fisiologismo que apenas contribui para a ineficiência da administração pública, pelo preenchimento de cargos públicos com políticos, apadrinhados e demais pessoas de pouca formação e especialização sobre as funções e atividades públicas.

Como ainda ter condições de se dar crédito a governo que gasta substanciais quantias de recursos públicos nos programas assistencialistas, transmitindo para a sociedade a ideia de que somente o partido dele é capaz de realizar tamanha façanha em benefício das famílias carentes, inclusive dando a entender que a iniciativa do programa é do partido do governo, como se os recursos envolvidos também se originassem dele e não dos bestas dos brasileiros, que são obrigados a recolher pesados tributos, para sustentar batalhões de ociosos e sanguessugas dos cofres públicos.

Trata-se, na prática, da execução da filosofia ideológica disseminada, com precisão, no programa Bolsa Família, que é tratado com marketing da melhor qualidade, como a principal causa existencial do partido do governo, dando a entender que a existência do programa assistencial depende da exclusiva continuidade do governo, porquanto o benefício corre sério risco de extinção com o fim desse governo, ficando evidenciada a espúria vinculação de ambos, apenas por questão eleitoreira, em inarredável demonstração de apequenamento das práticas políticas, mediante o ilegítimo emprego de recursos públicos.

O país precisa, com a máxima urgência, de reformas político-administrativas, como mecanismo sério e válido de aperfeiçoamento e modernização dos verdadeiros princípios republicano e democrático, sobretudo, com a finalidade de obrigar governantes, homens públicos e políticos em geral a respeitarem os saudáveis conceitos de moralidade, impessoalidade, transparência, legitimidade e economicidade na aplicação dos recursos públicos, em estrita sintonia com as normas de administração orçamentária, financeira e patrimonial, sob pena de cometerem crime de responsabilidade e de ficarem passíveis ao afastamento dos cargos públicos eletivos, no caso de improbidade administrativa, principalmente envolvendo investimentos de verbas públicas fora do país, sem prévia anuência do Congresso Nacional.

Urge que a sociedade se manifeste quanto à correta maneira da aplicação de recursos públicos, inclusive contribuindo para o estabelecimento de priorização dos programas governamentais que devam ser executados, em estrito atendimento das carências da sociedade. Acorda, Brasil!

 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

 
Brasília, em 15 de dezembro de 2014

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