O
ex-presidente da República petista, bastante incomodado com as fortes e
insistentes investidas da oposição sobre as irregularidades objeto de
investigações na empresa petrolífera brasileira, tem mantido conversas com
integrantes de seu partido, de forma individualizada, com preferência entre congressistas,
na tentativa de convencê-los a evitarem ficar apenas apanhando pacificamente, em
relação às acusações sobre os graves escândalos de corrupção na Petrobras, fazendo
apelo no sentido de eles partam para o ataque contra os tucanos, que são os principais
opositores que procuram pôr em evidência a destruição do patrimônio da estatal,
com os gigantescos desvios de recursos, por intermédio de contratações
fraudulentas.
A
estratégia arquitetada pelo petista, com a tentativa de neutralizar as
investidas tucanas contra a administração petista, tão fragilizada que foi capaz
de permitir a corrosão da credibilidade do governo federal, não traz nada de
novidade quanto às táticas e técnicas manjadas próprias de seu partido de dar
visibilidade às denúncias de corrupção envolvendo integrantes de partidos adversários,
no caso específico do PSDB, para mostrar que todos são igualmente corruptos e
se beneficiam ou fizeram uso de dinheiros públicos para a satisfação de seus
projetos políticos, em clara demonstração de que os brasileiros são verdadeiros
imbecis e debiloides, que não têm a mínima percepção sobre os malefícios
causados a eles com as roubalheiras que grassam impunemente no país, só que comandadas
por quem deveriam ter a obrigação de primar pelo zelo na condução da coisa
pública.
Com
a finalidade de mostrar as irregularidades causadas ao patrimônio público, os
petistas estão sendo mobilizados a levantarem os fatos irregulares e as
denúncias contra os governos tucanos, como forma de garantir o municiamento da
pesada artilharia que será utilizada contra as acusações sobre a má administração
petista, que conseguiu destruir, nada mais nada menos, o gigantesco patrimônio
da maior estatal brasileira, fazendo uso do perfeito aparelhamento composto por
especialistas em desviar recursos para o abastecimento de cofres de partidos do
próprio governo e de aliados da sua base de sustentação no Congresso Nacional.
A reação
do ex-presidente da República petista, de pôr em evidência a estratagema contra
as acusações de corrupções, irregularidades e desvios de recursos públicos na
gestão do seu partido, como forma de exclusiva contraposição defensiva,
demonstra, de forma cristalina, o nível da mentalidade dos políticos quanto à
responsabilidade sobre a administração do patrimônio dos brasileiros e a que
ponto chegou a fragilidade da administração do país, que deveria utilizar
mecanismos eficientes, eficazes e sérios para o combate à corrupção, que se
tornou sistêmica e endêmica.
É
lamentável que a gestão pública, poluída e envolta pelo mar da podridão dos
escândalos das corrupções, tenha como triste alento o aconselhamento do
principal líder político no sentido de seu partido não aceitar a realidade dos
fatos, que são mais claros do que a luz solar, a par de exigirem senão a adoção
de medidas saneadoras contra o caos que se instalou em dimensão alarmante na
administração do país.
À toda
evidência, a culpa pelo terrível caos instalado no país deve ser debitada aos
brasileiros, que permitiram, com seu voto, por força soberana do princípio
democrático, que a classe reinante de políticos inescrupulosos, sem a menor
qualificação nem experiência de gestão pública, se apoderasse da administração
do Brasil, como se ele fosse patrimônio de seus partidos, a ponto de poder
gerenciá-lo sob seu talante, para o fim de atender interesses pessoais e
partidários, em claro detrimento das causas nacionais e da sociedade.
A
atitude do petista evidencia a péssima índole da tentativa de justificar erros
de gerenciamento com outras falhas cometidas pelos adversários, sob a falsa e
ridícula presunção de que agindo dessa maneira fica tudo equiparado, nivelado
nas falcatruas, em termos de irresponsabilidades e indignidades, para dar a
impressão que política é assim mesmo, onde todos têm o direito de praticar
malversação de recursos púbicos em beneficio de seus objetivos políticos, como
se os bestas dos contribuintes apenas tivessem a obrigação de continuar
abastecendo os cofres públicos, sem o menor direito de exigir o cumprimento dos
princípios da dignidade e da honestidade na execução dos dinheiros arrecadados
de forma absolutamente escorchante, com o maior sobrepeso à capacidade
contributiva dos brasileiros, que ainda assistem pacificamente tantas
cafajestadas dos políticos tupiniquins, que se acham donos da verdade e do
destino de uma nação imbecilizada pelo analfabetismo político-administrativo, cujo
povo é completamente incapaz de se conscientizar sobre a realidade da pobreza
reinante no centro do poder, que é simplesmente manipulado ao bel-prazer da
classe dominante, totalmente senhora do poder e da razão, que sabe
perfeitamente usufruir, em seu proveito, dessa monstruosa incapacidade
perceptiva da população, apenas ávida por migalhas oriundas do assistencialismo
perverso de segregação da força produtiva do país.
Com
absoluta convicção, os fatos deploráveis investigados na Petrobras, caso fossem
apurados num país com o mínimo de seriedade e responsabilidade, seriam capazes
de causar o afastamento da direção do país e das pessoas envolvidas, como forma
de limpeza moral que se impõe, à vista da completa desmoralização e do
descrédito da administração do país.
Urge que
a sociedade se manifeste repudiando o pleno desgoverno da nação, exigindo que
ela seja administrada com eficiência e eficácia, observados os princípios da
moralidade, legalidade, dignidade, honestidade, transparência e economicidade,
como imperiosa forma capaz de se pretender o desenvolvimento do país. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de dezembro de 2014
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