quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A confirmação da incompetência

O ex-presidente da República petista, bastante incomodado com as fortes e insistentes investidas da oposição sobre as irregularidades objeto de investigações na empresa petrolífera brasileira, tem mantido conversas com integrantes de seu partido, de forma individualizada, com preferência entre congressistas, na tentativa de convencê-los a evitarem ficar apenas apanhando pacificamente, em relação às acusações sobre os graves escândalos de corrupção na Petrobras, fazendo apelo no sentido de eles partam para o ataque contra os tucanos, que são os principais opositores que procuram pôr em evidência a destruição do patrimônio da estatal, com os gigantescos desvios de recursos, por intermédio de contratações fraudulentas.
A estratégia arquitetada pelo petista, com a tentativa de neutralizar as investidas tucanas contra a administração petista, tão fragilizada que foi capaz de permitir a corrosão da credibilidade do governo federal, não traz nada de novidade quanto às táticas e técnicas manjadas próprias de seu partido de dar visibilidade às denúncias de corrupção envolvendo integrantes de partidos adversários, no caso específico do PSDB, para mostrar que todos são igualmente corruptos e se beneficiam ou fizeram uso de dinheiros públicos para a satisfação de seus projetos políticos, em clara demonstração de que os brasileiros são verdadeiros imbecis e debiloides, que não têm a mínima percepção sobre os malefícios causados a eles com as roubalheiras que grassam impunemente no país, só que comandadas por quem deveriam ter a obrigação de primar pelo zelo na condução da coisa pública.
Com a finalidade de mostrar as irregularidades causadas ao patrimônio público, os petistas estão sendo mobilizados a levantarem os fatos irregulares e as denúncias contra os governos tucanos, como forma de garantir o municiamento da pesada artilharia que será utilizada contra as acusações sobre a má administração petista, que conseguiu destruir, nada mais nada menos, o gigantesco patrimônio da maior estatal brasileira, fazendo uso do perfeito aparelhamento composto por especialistas em desviar recursos para o abastecimento de cofres de partidos do próprio governo e de aliados da sua base de sustentação no Congresso Nacional.
A reação do ex-presidente da República petista, de pôr em evidência a estratagema contra as acusações de corrupções, irregularidades e desvios de recursos públicos na gestão do seu partido, como forma de exclusiva contraposição defensiva, demonstra, de forma cristalina, o nível da mentalidade dos políticos quanto à responsabilidade sobre a administração do patrimônio dos brasileiros e a que ponto chegou a fragilidade da administração do país, que deveria utilizar mecanismos eficientes, eficazes e sérios para o combate à corrupção, que se tornou sistêmica e endêmica.
É lamentável que a gestão pública, poluída e envolta pelo mar da podridão dos escândalos das corrupções, tenha como triste alento o aconselhamento do principal líder político no sentido de seu partido não aceitar a realidade dos fatos, que são mais claros do que a luz solar, a par de exigirem senão a adoção de medidas saneadoras contra o caos que se instalou em dimensão alarmante na administração do país.
À toda evidência, a culpa pelo terrível caos instalado no país deve ser debitada aos brasileiros, que permitiram, com seu voto, por força soberana do princípio democrático, que a classe reinante de políticos inescrupulosos, sem a menor qualificação nem experiência de gestão pública, se apoderasse da administração do Brasil, como se ele fosse patrimônio de seus partidos, a ponto de poder gerenciá-lo sob seu talante, para o fim de atender interesses pessoais e partidários, em claro detrimento das causas nacionais e da sociedade.
A atitude do petista evidencia a péssima índole da tentativa de justificar erros de gerenciamento com outras falhas cometidas pelos adversários, sob a falsa e ridícula presunção de que agindo dessa maneira fica tudo equiparado, nivelado nas falcatruas, em termos de irresponsabilidades e indignidades, para dar a impressão que política é assim mesmo, onde todos têm o direito de praticar malversação de recursos púbicos em beneficio de seus objetivos políticos, como se os bestas dos contribuintes apenas tivessem a obrigação de continuar abastecendo os cofres públicos, sem o menor direito de exigir o cumprimento dos princípios da dignidade e da honestidade na execução dos dinheiros arrecadados de forma absolutamente escorchante, com o maior sobrepeso à capacidade contributiva dos brasileiros, que ainda assistem pacificamente tantas cafajestadas dos políticos tupiniquins, que se acham donos da verdade e do destino de uma nação imbecilizada pelo analfabetismo político-administrativo, cujo povo é completamente incapaz de se conscientizar sobre a realidade da pobreza reinante no centro do poder, que é simplesmente manipulado ao bel-prazer da classe dominante, totalmente senhora do poder e da razão, que sabe perfeitamente usufruir, em seu proveito, dessa monstruosa incapacidade perceptiva da população, apenas ávida por migalhas oriundas do assistencialismo perverso de segregação da força produtiva do país.
Com absoluta convicção, os fatos deploráveis investigados na Petrobras, caso fossem apurados num país com o mínimo de seriedade e responsabilidade, seriam capazes de causar o afastamento da direção do país e das pessoas envolvidas, como forma de limpeza moral que se impõe, à vista da completa desmoralização e do descrédito da administração do país.
Urge que a sociedade se manifeste repudiando o pleno desgoverno da nação, exigindo que ela seja administrada com eficiência e eficácia, observados os princípios da moralidade, legalidade, dignidade, honestidade, transparência e economicidade, como imperiosa forma capaz de se pretender o desenvolvimento do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 16 de dezembro de 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário