terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Missão quase impossível

A presidente da República vai ter enorme dificuldade para tentar convencer seus correligionários que a crise econômica do país é realmente séria, mas eles ainda não se tocaram para a triste realidade, e também que o governo dela foi desastroso que somente o PT e seus apaixonados resistem em perceber, menos ela, que parece ter se despertado da profunda letargia, que continua contaminando a mentalidade obsoleta e ultrapassada do idealismo decadente do socialismo.
A real situação econômica do país é tão grave que a presidente se conscientizou sobre a necessidade de haver uma trégua com as correntes insensatas, que conseguem enxergar somente o próprio umbigo, para que alguma medida responsável e competente de ajuste seja, enfim, implementada tendo em mira a mudança dos métodos arcaicos que levaram o país à falta de crescimento e ao descrédito gerencial, de modo que ainda seja possível a recuperação da confiança dos investidores e dos empresários que se encontra em processo de debandada e de abandono do país.
Nada pior para o país do que o descrédito do governo, logo no início de nova gestão, em especial diante da consequente falta de investimentos público e privado, com forte tendência do aumento da desindustrialização e da falta de competitividade da produção nacional.
As pretendidas mudanças na área econômica, a partir dos ajustes indispensáveis quanto ao controle das contas públicas e ao regime fiscal, estão mexendo com o conservadorismo do PT, que não consegue enxergar senão o obsoletismo da continuidade das políticas que contribuíram para a degradação dos indicadores econômicos, ante os ridículos resultados mostrando a evidência do debacle econômico e financeiro.
Não há dúvida de que ainda há tempo para a recuperação da credibilidade no governo, que se fortalece com a nova equipe econômica, que deverá promover ajustes e enxugamentos nas contas públicas, que saíram do prumo há pelo menos doze anos, cuja gestão não sabe o que é verdadeira competência e eficiência quanto à condução dos negócios da nação, à vista do desplante da existência de quase quarenta ministérios, sendo que a maioria não tem a menor finalidade e muito menos capacidade para o atendimento das funções públicas, por elas sequer existirem, sem precisar mencionar que esses órgãos vêm servindo apenas para a acomodação dos partidos da indecente coalizão de governabilidade, que nada mais é do que o incremento ao censurável fisiologismo que serve de garantia, com recursos públicos, do apoio dos partidos aliados à base de sustentação ao governo no Congresso Nacional.
          Ao que tudo indica, a presidente percebeu que, de tanto baterem na caducidade das políticas econômicas do seu governo, ela não tinha alternativa senão cair na real e reconhecer que estava caminhando em trilha errada, tanto que tenta convencer seus áulicos para encampar suas novas ideais, que já deveriam ter sido implantadas há bastante tempo, antes mesmo da tragédia estampada com a injustificável falta de controle das contas públicas, o decepcionante desempenho do Produto Interno Bruto, os incômodos represamentos dos preços, os juros altíssimos, a inflação beirando o teto da meta, o descontrole das dívidas públicas, o inexplicável inchamento da máquina pública, tornando a administração superineficiente, entre outras mazelas que precisam ser corrigidas e ajustadas aos termos da responsabilidade político-administrativa, em consonância com os princípios da economicidade, dignidade, legalidade e moralidade.
Não obstante, é impressionante como ainda existe parcela significativa de brasileiros que consegue enxergar pela mesma visão e capacidade petista, segundo a qual quanto pior a situação do país melhor para a consecução de seus objetivos, à vista da precariedade do desempenho da economia e a insensibilidade para a premência das reformas decentes e eficientes das estruturas do Estado, como forma responsável e indispensável ao seu aperfeiçoamento e à sua modernização, capazes de contribuir para a eliminação dos gargalos que tanto impedem o progresso do país, a exemplo da pesada carga tributária, que supera os limites da capacidade contributiva dos contribuintes, das taxas de juros nas alturas, dos elevados encargos previdenciários, da mão de obra desqualificada etc.
Contrariando o obsoletíssimo petista, a presidente do país tenta ressurgir, de forma isolada, para a realidade brasileira, com a visualização de uma nesga de luz no final do túnel, num esforço desesperado e tardio, depois dos estragos e das tragédias ocorridos na economia, ficando muito claro que a missão dela não será nada fácil para tentar mostrar aos correligionários a terrível realidade da situação econômica do país, com vistas a conseguir apoio aos seus objetivos de salvamento do seu governo, caso as mudanças pretendidas sejam efetivamente implementadas e bem sucedidas.
Compete à sociedade exigir seriedade e responsabilidade na administração do país, impedindo o desvirtuamento da destinação dos recursos públicos senão na estrita aplicação nas finalidades das políticas públicas, mediante o estabelecimento de prioridades dos programas capazes de satisfazer o bem comum e a melhoria das condições de vida dos brasileiros, obedecidos os princípios da competência, eficiência e eficácia na administração do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 02 de dezembro de 2014

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