domingo, 28 de dezembro de 2014

O império da mediocridade

O Botafogo anunciou a contratação de veterano dirigente para o cargo de gerente de futebol, em princípio, em clara consonância com a derrocada que culminou com o rebaixamento do time à segunda divisão.
Trata-se de enorme equívoco da diretoria do Botafogo de contratar profissional que sabidamente pouco tem para contribuir para o time que vai começar da base e precisa ser reestruturado, de vez que houve completo desmonte da equipe da última temporada.
Não há dúvida de que o pesadelo não vai passar com medidas paliativas como essa da contratação de profissional inativo há muito tempo, com a mentalidade apenas mediana e compatível com times pequenos, sem nenhuma pretensão no contexto esportivo nacional.
O novo dirigente já tem larga experiência no futebol, por ter trabalhado em quase todos os times do Rio de Janeiro, mas o seu passado não é suficiente para trazer motivação e estímulo ao time, que precisa de muita competência para superar a grave crise que assolou terrivelmente General Severiano.
Para quem já está no fundo do poço, não poderia haver notícia pior, por haver forte pressentimento de que o Fogão caminha tranquilamente em rumo à terceira divisão, à vista da qualificação do seu quadro técnico e profissional que vem sendo formado.
É lamentável que o Glorioso se encontre em situação tão vexaminosa, sem a menor perspectiva de superação das dificuldades, conquanto as medidas anunciadas até agora não condizem com a grandiosidade do seu passado de glórias. 
Na verdade, o quadro é bastante desanimador e põe em desespero seus torcedores, que só recebem noticias sem a menor possibilidade de esperança, já que o time foi desmontado e os responsáveis pela reorganização da equipe já pertencem há muito tempo à inatividade e ao passado distante, em completa dissonância com a realidade futebolística.
Seria mais honesto para com os torcedores que as atividades do Botafogo fossem simplesmente encerradas, com o afastamento do clube dos campeonatos futebolísticos, em nome da dignidade do clube de gloriosas conquistas e de passado fantástico, ao invés da ridícula exposição de seu nome, na tentativa de continuar existindo em condições precárias que afrontam a mínima dignidade de quem já pontificou em campanhas gloriosas, ostentando os nomes inigualáveis de Garrincha, Nilton Santos, Didi, Gerson, Jairzinho e muitos ídolos que souberam honrar e dignificar a Estrela Solitária, símbolo maior de passado inesquecível e memorável.
Não há dúvida da existência de enorme constrangimento por parte dos fanáticos botafoguenses, por não entenderem como, em tão pouco tempo, a incompetência administrativa e gerencial foi capaz de transformar um clube integrante da elite futebolística nacional em equipe apequenada e medíocre, sem a mínima perspectiva de soerguimento, à vista das atitudes de seus dirigentes, que não correspondem nem de longe às expectativas esperadas para o funcionamento de clube de primeira grandeza, no cenário nacional.
O momento é bastante crítico e desesperador, por não se vislumbrar que a crise seja contornada em curto prazo, principalmente à luz das providências anunciadas, que acenam para o passado bastante desanimador e desalentador, ante as medidas longes mesmo de ser paliativas, mas muito mais próximas de inúteis e injustificáveis, à vista da grandeza e da representatividade do Botafogo de Futebol e Regatas, que não merece ser tratado com descaso apenas compatível com time sem nenhuma história no cenário brasileiro e mundial.
É bom que fique registrado o enorme repúdio à forma irresponsável como o Glorioso vem sendo administrado, sem que os envolvidos por tamanha incompetência gerencial tenham sido punidos com a severidade merecida, na medida da maldade causada ao clube e aos torcedores, que não conseguem se recuperar da tragédia representada pelo descaso jamais acontecido com um time do nível de primeira qualidade como o Botafogo.
O momento é de muita apreensão e de intranquilidade, à medida da mediocridade das providências anunciadas, que são compatíveis com time sem qualificação, como essa da contratação de profissional que certamente nada vai acrescentar de positivo ao time, mas que apenas reforça a incompetência motivadora da situação lamentável e irresponsável que foi colocada o Glorioso, sem a menor possibilidade de reversão do vexaminoso quadro existencial, que poderia ser contornado com um pouco mais de esforço no sentido de compreensão quanto à grandeza da Estrela Solitária, que merece ser tratada com dignidade e as melhores medidas capazes de contribuir para o seu retorno à elite do futebol nacional.
 
         ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
         Brasília, em 27 de dezembro de 2014

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