O
Botafogo anunciou a contratação de veterano dirigente para o cargo de gerente
de futebol, em princípio, em clara consonância com a derrocada que culminou com
o rebaixamento do time à segunda divisão.
Trata-se
de enorme equívoco da diretoria do Botafogo de contratar profissional que
sabidamente pouco tem para contribuir para o time que vai começar da base e
precisa ser reestruturado, de vez que houve completo desmonte da equipe da
última temporada.
Não
há dúvida de que o pesadelo não vai passar com medidas paliativas como essa da contratação
de profissional inativo há muito tempo, com a mentalidade apenas mediana e
compatível com times pequenos, sem nenhuma pretensão no contexto esportivo
nacional.
O
novo dirigente já tem larga experiência no futebol, por ter trabalhado em quase
todos os times do Rio de Janeiro, mas o seu passado não é suficiente para
trazer motivação e estímulo ao time, que precisa de muita competência para
superar a grave crise que assolou terrivelmente General Severiano.
Para quem
já está no fundo do poço, não poderia haver notícia pior, por haver forte
pressentimento de que o Fogão caminha tranquilamente em rumo à terceira
divisão, à vista da qualificação do seu quadro técnico e profissional que vem
sendo formado.
É
lamentável que o Glorioso se encontre em situação tão vexaminosa, sem a menor
perspectiva de superação das dificuldades, conquanto as medidas anunciadas até
agora não condizem com a grandiosidade do seu passado de glórias.
Na
verdade, o quadro é bastante desanimador e põe em desespero seus torcedores,
que só recebem noticias sem a menor possibilidade de esperança, já que o time
foi desmontado e os responsáveis pela reorganização da equipe já pertencem há
muito tempo à inatividade e ao passado distante, em completa dissonância com a
realidade futebolística.
Seria
mais honesto para com os torcedores que as atividades do Botafogo fossem simplesmente
encerradas, com o afastamento do clube dos campeonatos futebolísticos, em nome
da dignidade do clube de gloriosas conquistas e de passado fantástico, ao invés
da ridícula exposição de seu nome, na tentativa de continuar existindo em
condições precárias que afrontam a mínima dignidade de quem já pontificou em
campanhas gloriosas, ostentando os nomes inigualáveis de Garrincha, Nilton
Santos, Didi, Gerson, Jairzinho e muitos ídolos que souberam honrar e dignificar
a Estrela Solitária, símbolo maior de passado inesquecível e memorável.
Não há
dúvida da existência de enorme constrangimento por parte dos fanáticos
botafoguenses, por não entenderem como, em tão pouco tempo, a incompetência
administrativa e gerencial foi capaz de transformar um clube integrante da
elite futebolística nacional em equipe apequenada e medíocre, sem a mínima
perspectiva de soerguimento, à vista das atitudes de seus dirigentes, que não
correspondem nem de longe às expectativas esperadas para o funcionamento de
clube de primeira grandeza, no cenário nacional.
O momento
é bastante crítico e desesperador, por não se vislumbrar que a crise seja
contornada em curto prazo, principalmente à luz das providências anunciadas,
que acenam para o passado bastante desanimador e desalentador, ante as medidas
longes mesmo de ser paliativas, mas muito mais próximas de inúteis e
injustificáveis, à vista da grandeza e da representatividade do Botafogo de
Futebol e Regatas, que não merece ser tratado com descaso apenas compatível com
time sem nenhuma história no cenário brasileiro e mundial.
É bom que
fique registrado o enorme repúdio à forma irresponsável como o Glorioso vem
sendo administrado, sem que os envolvidos por tamanha incompetência gerencial
tenham sido punidos com a severidade merecida, na medida da maldade causada ao
clube e aos torcedores, que não conseguem se recuperar da tragédia representada
pelo descaso jamais acontecido com um time do nível de primeira qualidade como
o Botafogo.
O momento
é de muita apreensão e de intranquilidade, à medida da mediocridade das
providências anunciadas, que são compatíveis com time sem qualificação, como
essa da contratação de profissional que certamente nada vai acrescentar de
positivo ao time, mas que apenas reforça a incompetência motivadora da situação
lamentável e irresponsável que foi colocada o Glorioso, sem a menor
possibilidade de reversão do vexaminoso quadro existencial, que poderia ser
contornado com um pouco mais de esforço no sentido de compreensão quanto à
grandeza da Estrela Solitária, que merece ser tratada com dignidade e as
melhores medidas capazes de contribuir para o seu retorno à elite do futebol
nacional.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de dezembro de 2014
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