O ministro da Secretaria Geral da Presidência da
República buscou inspiração sabe lá onde para dizer que a presidente da
República tem disposição para valorizar o diálogo com o povo, dar prioridade
aos pobres e combater diuturnamente a corrupção.
Ele afirmou, de forma enfática, no 2º Encontro
Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, realizado em Brasília, que "Essa mulher (a presidente do país) luta contra a corrupção dia e noite e gosta
dos pobres. O governo sempre vai
estar ao lado das comunidades, ao lado do povo, e não importa o Congresso
derrubar o decreto da presidente porque a participação popular vai continuar".
O petista ressaltou que, no passado, bilhões de
reais se destinavam ao pagamento da dívida, mas, nos governos petistas, o
dinheiro começou a ser empregado na distribuição de renda. Ele disse que "É isso que as elites não engolem. O dinheiro era destinado só aos grandes e
agora começou a voltar para os pobres. É por essa lógica que as elites têm
tanto ódio. Esse ódio que apareceu na eleição e que a imprensa traduziu de
forma tão terrível".
O ministro afirmou que a presidente petista tem
"coração valente", tendo enfrentado
as elites, e que, nas últimas eleições, o povo "teve juízo" e votou nela, em que pese o resultado ter sido bastante
apertado.
É impressionante como o petista tenta distorcer a
realidade dos fatos, quando se refere ao pagamento das dívidas internas e
externas brasileiras, dizendo que esse dinheiro se destinava aos ricos, mas, na
visão dele, os governos petistas conseguiram reverter o processo para mandar os
recursos para os pobres.
À toda evidência, essas palavras não passam de
assertivas hipócritas e irresponsáveis, porque a verdade diz que as dívidas e
os juros nos governos petistas triplicaram de forma escandalosa e irresponsável,
porque os gastos públicos são visivelmente manipuláveis e incontroláveis, a
exemplo do estouro da meta fiscal, com o superávit primário sendo mando
literalmente para o brejo da incompetência, fato que contradiz a argumentação
em causa, por não ter a menor lógica nem sustentação plausível, que somente
serve para atiçar ainda mais a insuportável indisposição criada pelo PT entre
os pobres e as elites, como se ele não pertencesse a esta classe, que vem sendo
menosprezada por conveniência estritamente política.
A afirmação do ministro é muito estranha e absurda,
por fazer apologia à discriminação que foi instituída pelo PT, ao insistir com
essa esdrúxula ideia da existência de ódio que as elites têm sobre os pobres,
que nada mais é do que mesquinha e suja forma de se fazer política, procurando
denigrir a imagem de quem não concorda com a ideologia ultrapassada e
desgastada do seu partido, porque a filosofia petista, à toda evidência, à vista
das colocações do ministro, não condiz com os princípios democráticos, que
asseguram amplas liberdades, inclusive políticas.
Também não é verdade que, ao reeleger a presidente
do país, o povo “teve juízo”, porque
o resultado do pleito eleitoral deixou bastante evidente a exata falta de juízo
do povo, que votou nela possivelmente por não ter precisa informação sobre a
realidade político-administrativa do país, que vem sendo governado, aos trancos
e barrancos, de forma temerária, à vista da predominância da incompetência
gerencial, a exemplo do terrível e ridículo desempenho econômico e da
predominância de irregularidades na gestão dos recursos públicos, que dizimaram
parcela significativa do patrimônio da Petrobras, que teve seus cofres assaltados
ruidosamente por integrantes do PT, PMDB e PP, partidos governistas, conforme denúncias
constantes dos depoimentos do delator da delação premiada, ex-homem forte da
estatal, principal integrante do esquema criminoso das propinas.
Os fatos irregulares e as precariedades do governo
são sempre omitidos do povo, de forma cuidadosa, mas os ministros, como caso em
comento, fazem questão de mostrar a face irreal e inverídica da administração
do país, inclusive com informações que procuram denigrir e desconstruir a
dignidade das instituições, pessoas e entidades que contrariem seu projeto de
perenidade no poder.
Não há a menor dúvida de que as colocações do
petista ofendem a inteligência e a dignidade dos brasileiros, por menosprezarem
a sua capacidade sobre a avaliação quanto à realidade dos fatos, que são diametralmente
contrários aos mostrados por ele.
A verdade é que o PT e a presidente do país gostam
tanto dos pobres que tudo fazem para mantê-los em permanente estado de pobreza,
com a potencialização do assistencialismo do Bolsa Família, cujos recursos
poderiam ser canalizados para programas de valorização dos mesmos
beneficiários, mediante ocupação que levassem ao emprego e à produção, de modo
a dignificar o ser humano.
A presidente do país gosta mesmo é dos votos das
comunidades tradicionais, que a convidaram para o encontro, mas ela mandou seus
ministros, sendo que um dos quais aproveitou o ensejo para endeusar a petista,
atribuindo-lhe atributos sabidamente inexistentes e surreais.
Não é verdade que a presidente combata a corrupção
nem de dia e muito menos de noite, porque não existe um único ato que ela tenha
determinado como medida saneadora com relação ao petrolão, pois não se tem
notícia sequer que ela tenha demitido da Petrobras alguém que integra o
vergonhoso aparelhamento da estatal, com apaniguados dos partidos que se
beneficiaram das propinas, segundo os termos dos depoimentos dos delatores da
delação premiada.
Além de não ter movido uma pena para exigir que a
bancada do seu partido no Congresso Nacional agilizasse as investigações
constantes das Comissões Parlamentares de Inquérito, que agonizam diante da
vergonhosa paralisação imposta desde o início da campanha eleitoral, aliado ao
vexaminoso fato de também ter deixado de quebrar o sigilo de importantes
correligionários, por blindagem do PT e dos aliados.
Induvidosamente, não existe uma só ação que a presidente
tenha determinado com relação às apurações pertinentes aos escândalos da
Petrobras. Quando a gostar dos pobres, isso realmente é outra tremenda
inverdade, porque a presidente gosta é mesmo dos seus votos, tanto que ela
turbinou, de forma absurda, o programa do assistencialismo popular, que,
pasmem, conta com simplesmente 56 milhões de beneficiários, mais de um quarto
dos brasileiros, que, em recompensa desse programa populista, a presidente
obteve maciça votação, não por ela valorizar o povo, mas sim por ela trabalhar
em prol da perenidade no poder, apenas.
É
lamentável que falte sinceridade aos homens públicos, dando a entender que as
pessoas conscientizadas sobre a realidade da administração do país são débeis
mentais e imbecis, porque estes enxergam os fatos sob o prisma apenas da
verdade, que não condiz com a versão do ministro petista, quando procura
mostrar qualidades que a presidente não possui, ante a deficiência da
administração dela, que os petistas ainda se vangloriam mesmo diante do
descalabro evidenciado nos resultados da gestão da petista.
A sociedade, no âmbito da sua responsabilidade
cívica, não pode compactuar com inverdades e falácias jogadas ao vento, como
forma de menosprezo à inteligência dos brasileiros, que não merecem continuar
sendo enganados e manipulados, porque somente a verdade é capaz de contribuir
para o fortalecimento e consolidação dos princípios da dignidade e da honestidade
político-administrativa. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de dezembro de 2014
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