Segundo
pesquisa Ibope divulgada recentemente, a administração da presidente da
República tem a aprovação de 40% dos entrevistados, levando em conta os percentuais
que reúnem a avaliação do governo com os indicativos de “ótimo” ou “bom”.
O
levantamento em apreço foi encomendado pela Confederação Nacional da Indústria,
tendo abrangido 2.002 pessoas ouvidas, em 142 municípios. De acordo com a CNI, na
pesquisa anterior, divulgada em setembro último, a aprovação do governo teria
sido de 38%.
Na
última pesquisa – realizada durante a campanha presidencial –, 28% dos
entrevistados avaliaram a administração da petista como "ruim" ou
"péssima". Já 33% consideraram a gestão dela "regular".
A
pesquisa em tela revela que 51% dos entrevistados disseram ter confiança na
presidente do país; 44% afirmaram não confiar nela; e 5% não souberam ou não
opinaram.
É
bastante estranho e muito controverso o critério de apuração dos percentuais das
preferências colhidas por área de atuação do governo, porque a desaprovação da
presidente é gritante, em quase todos os itens, refletindo percentual bem
inferior a 40%, a exemplo de “Taxa de juros: Aprova: 25% - Desaprova: 68% - Não sabe/não
respondeu: 6%; Combate
ao desemprego: Aprova: 42% - Desaprova: 54% - Não sabe/não
respondeu: 4%; Segurança
pública: Aprova: 27% - Desaprova: 71% - Não sabe/não respondeu:
3%; Combate à inflação:
Aprova: 27% - Desaprova: 69% - Não sabe/não respondeu: 4%; Combate à fome e à pobreza: Aprova:
54% - Desaprova: 43% - Não sabe/Não respondeu: 3%; Impostos: Aprova: 24%
- Desaprova: 72% - Não sabe/não respondeu: 4%; Meio ambiente: Aprova: 40% - Desaprova:
54% - Não sabe/não respondeu: 6%; Saúde:
Aprova: 26% - Desaprova: 71% - Não sabe/não respondeu: 3%; Educação: Aprova: 41%
- Desaprova: 56% - Não sabe/não respondeu: 3%; Percepção do noticiário sobre o governo: Mais
favoráveis: 15% - Nem favoráveis nem desfavoráveis: 27% - Mais desfavoráveis:
44% - Não sabe/não respondeu: 13%; Comparação
do governo Dilma com o governo Lula: Melhor: 14% - Igual: 45% -
Pior: 39% - Não sabe/não respondeu: 3%.”.
Não
se sabe ao certo qual o verdadeiro critério utilizado para se chegar a 40% de
aprovação do governo, quando os percentuais de desaprovação são claros e bem elevados,
muitos dos quais variam entre 70%, a exemplo de taxa de juros, segurança
pública, combate à inflação, impostos, saúde, que são, na realidade, as políticas
governamentais mais importantes, que, no geral, se confundem com as demais
avaliações, cujo percentual global significa, em última análise, que o governo
realmente vem administrando o país com competência muito abaixo do razoável.
Na
realidade, o desempenho do governo é bastante sofrível, notadamente porque as
áreas avaliadas, conforme consta da publicação da pesquisa, demonstram atuação
muito abaixo da crítica e do percentual de 40% supracitado, sem haver
explicação para a ausência da avaliação sobre importantes e cruciais áreas de
atuação do governo, a exemplo da condução da economia e do combate à corrupção,
que são os calcanhares de Aquiles do governo, porquanto o desempenho econômico
é simplesmente lastimoso, ante os decepcionantes indicadores dos resultados
obtidos pela equipe econômica, mostrando que o crescimento do país, este ano,
se aproxima de desconfortável e inadmissível zero, ou seja, crescimento de
absolutamente nada, demonstrando completa ineficiência, precariedade das
políticas econômicas.
Por
seu turno, o governo deixou muito claro que falhou redondamente no combate à
corrupção, ao descurar sobre eficiência e eficácia dos controles e da
fiscalização com relação aos gastos públicos, permitindo que a fragilidade
nesse particular propiciasse gigantescos desvios de recursos da maior empresa
pública, causando enormes prejuízos aos patrimônios público e de investidores,
além da significativa perda do valor das ações da estatal, cujos atos delituosos
tiveram a efetiva participação de integrantes do PT, PMDB e PP, partidos
governistas, que se organizaram em conluio para desviar dinheiros para seus
cofres, conforme depoimentos à Justiça Federal do ex-diretor da Petrobras e do
doleiro, que se encontram presos.
Não
há a menor dúvida de que a pesquisa em apreço não corresponde à realidade dos
fatos, ante a nítida parcialidade sobre as áreas avaliadas, que, ao contrário,
refletem, em substância, total desaprovação do governo, que certamente não
teria nem a metade do percentual de aprovação caso a sua avaliação constasse a
atuação na área da economia e no combate à corrupção, que são os setores com
maior potencial de deficiência do governo, nos quais ele demonstrou incapacidade
para mostrar resultados efetivamente satisfatórios, em termos de atuação em
benefício do interesse público.
O
certo é que o resultado da pesquisa, além de acenar para possível finalidade
tendenciosa, quando deixa de abranger a integridade da atuação do governo, nas
áreas críticas, como economia e combate à corrupção, ainda possibilita à
presidente da nação imaginar que ela estaria administrando de forma satisfatória
o patrimônio dos brasileiros, quando, na verdade, os fatos mostram que não é
exatamente isso que ocorre, porque as precariedades e as deficiências da
execução das políticas públicas apontam para outra realidade trágica e
desastrosa, em dissonância com as potencialidades e as riquezas do país, que se
gerenciadas com competência e eficiência, o Brasil não estaria atravessando
tamanha dificuldade no desempenho econômico e no combate à corrupção, sendo que
esta foi gerada nas entranhas de partidos governistas, à vista das afirmações
de pessoas envolvidas com as irregularidades na estatal.
Compete
à sociedade repudiar e desaprovar, com veemência, os resultados de pesquisas
tendenciosas e contrárias à realidade dos fatos, por mostrarem prejudiciais ao
interesse público, exatamente por não refletirem avaliações consentâneas com a
verdade sobre a administração do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
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