quinta-feira, 28 de abril de 2016

A marca da frustração


O ex-presidente da República petista disse que aqueles que defendem o impeachment da presidente do país pretendem voltar ao governo para controlar a polícia, tendo afirmado ainda que os governos do PT deram autonomia à Polícia Federal e ao Ministério Público.
O petista ressaltou que o processo de impeachment em tramitação no Senado Federal é "golpe" comandado por "políticos corruptos" e que a sociedade vai reagir ao que afirmou ser uma tentativa de rasgar a Constituição.
Ele afirmou que "Os golpistas querem voltar ao poder para controlar de novo a polícia, intimidar o Ministério Público e a Justiça, como fizeram no passado. Para restabelecer o reino da impunidade que sempre os preservou. Mas não é isso o que quer a sociedade brasileira. Foram os governos do PT que reconheceram, na prática, a autonomia do Ministério Público e fortaleceram a Polícia Federal, livrando estas instituições do mandonismo político.".
O ex-presidente assinalou que o presidente da Câmara dos Deputados é réu no Supremo Tribunal Federal, por força das investigações da Operação Lava-Jato e que ele aceitou o pedido de impeachment contra Dilma após os deputados do PT anunciarem que votariam favoravelmente à cassação dele, no Conselho de Ética da Casa.
O ex-presidente também aproveitou a ocasião para torpedear o vice-presidente da República e fazer defesa da Constituição Federal, no sentido de que "Esta Constituição abriu o caminho para as grandes conquistas da sociedade, especialmente nos últimos 13 anos de governo do PT. É esta Constituição que está sendo rasgada pelos golpistas de hoje, alguns dos quais ostentam hipocritamente o título de constitucionalistas", fazendo alusão ao vice, que é advogado constitucionalista.
O petista deixa muito claro que a sua interpretação sobre o impeachment é que este não poderia ser processado por “políticos corruptos”, como se isso fosse motivo suficiente para impedir que o crime de responsabilidade cometido pela presidente do país não pudesse ser julgado por eles, esquecendo ele que não há dispositivo legal normatizando a participação dos julgadores do respectivo processo, senão que eles sejam congressistas.
Esse questionamento apenas pode indicar que os corruptos devam igualmente ser julgados e condenados, mas, enquanto isso não acontecer, ou seja, não forem afastados de seus cargos, os corruptos estão legal e plenamente habilitados para exercer as suas funções parlamentares, previstas no ordenamento jurídico.
Causa espécie que, por falta de argumentos plausíveis, as lideranças petistas, em especial a presidente e o ex-presidente, fiquem, a todo instante, a utilizar "chutômetro", com insinuações levianas de que seus adversários poderão fazer isso ou aquilo quando conquistarem o poder, evidentemente na tentativa de desviar o foco das graves crises que arrasaram as estruturas das instituições brasileiras.
 É grave erro ficar provocando os adversários com insinuações insípidas e deselegantes, na tentativa de mudar o rumo dos fatos reais, quando o mais justo seria assumir a desastrada administração do país e reconhecer a tragédia deixada como legado para os brasileiros, à vistas das piores precariedades e mazelas da história republicana, todas com a indelével marca da gestão petista, que não demonstra a menor sensibilidade nem dignidade para reconhecê-las.
Os erros do governo são imensuráveis e refletem em insolúveis  transtornos para as vidas da população, que nunca tinha se defrontado com a alarmante escalada de desemprego, graves dificuldades e absoluta falta de perspectivas, ante a inércia, omissão, ineficiência, incompetência e outras tantas faltas de iniciativas governamentais, capazes de evitar a predominância do caos generalizado, que campeia soberanamente nas instituições e políticas públicas, com destaque para as econômicas, ante a nítida insatisfação da sociedade, não importando a sua classe.
Os brasileiros precisam se conscientizar de que esse lero-lero de ficar acusando os adversários, sem o mínimo de fundamento nem de plausibilidade, sobre as suas prováveis pretensões, não passa de sentimento de frustração por não haver absolutamente nada que possa reverter a situação calamitosa implantada pelo governo petista, que caminha, felizmente, para melancólico término, depois de ter destruído a economia nacional e as esperanças dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
          Brasília, em 28 de abril de 2016

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