quarta-feira, 13 de abril de 2016

Menosprezo à dignidade


A presidente da República, em claro gesto de desespero, resolveu subir o tom no discurso, no Palácio do Planalto, para artistas e intelectuais contra o impeachment, tendo comparado o clima de intolerância vivido no Brasil atualmente ao nazismo.
Na ocasião, a petista fez crítica à médica gaúcha que deixou de ser pediatra de uma criança porque a mãe dela é petista e afirmou que as pessoas não devem ser marcadas pelo que pensam, porque os brasileiros nunca tiveram "esse lado fascista".
Ela afirmou que “Outro dia, uma pessoa me disse que isso parece muito com o nazismo. Primeiro você bota uma estrela no peito e diz: é judeu. Depois você bota no campo de concentração. Essa intolerância não pode ocorrer.”.
Nesse ato, que tem sido denominado pela "defesa da democracia e da legalidade", o governo pretende consolidar a bandeira de que o impeachment é golpe e angariar mais seguidores em torno dessa linha.
Com esse propósito, a presidente disse que “Não se negocia aspectos da democracia. Nós sabemos que ela é um valor para todos nós aqui, que ela é fundamental para preservar, garantir e defender esse país, para fazê-lo um país de todos os brasileiros. Essa unidade que nós aqui construímos em torno do ‘não vai ter golpe’ vai ser uma das pedras fundamentais da retomada do crescimento e da reconstrução de uma sociedade melhor.”.
Em clara demonstração de desespero, a presidente tenta fazer o que a esquerda faz de melhor, que é se fazer de vítima para mostrar que o problema não é da sua alçada nem da sua responsabilidade, preferindo imputá-lo às "perseguições" e às "forças ocultas".
Veja-se que o PT foi um dos líderes do processo do impeachment do presidente alagoano, por considerá-lo constitucional, mas agora ele entende que processo idêntico é "golpe" aplicado ao governo de seu partido, ignorando plenamente que a inobservância às normas de administração orçamentária e financeira constitui crime de responsabilidade fiscal, como tal capitulado na legislação pertinente.
No caso da participação das pessoas ditas artistas e intelectuais, estranha-se que elas não tenham o indispensável discernimento sobre a percepção dos fiascos que tem sido a gestão do governo petista, as quais deveriam ter inteligência suficiente para distinguir a administração benéfica ao interesse público das políticas desastradas e prejudiciais ao bem comum, que têm sido corroboradas pela deliberação da presidente de ignorar a importância das normas constitucionais e legais, em especial as Leis de Responsabilidade Fiscal e de Diretrizes Orçamentárias.
A presidente se mostra absolutamente incapaz de entender a realidade dos fatos, que mostra que o seu governo se encontra no olho do furacão, por ter sido responsável pela condução do país nas piores crises da história política contemporânea, a par de contribuir para a impopularidade e a falta de credibilidade sobre todos os aspectos da administração do país.
É inacreditável e até chocante como artistas, intelectuais e outras pessoas consideradas estudadas e esclarecidas menosprezem a dignidade e a moralidade para acreditar e afiançar o governo que foi capaz de mentir grosseira e abundantemente na campanha para a sua reeleição e também de descumprir normas de administração financeira e orçamentária, contrárias aos princípios da ética, moral, legalidade e dignidade, que contribuem para degenerar os conceitos da nobreza que devem imperar nas instituições públicas.
Os fatos mostram que mentiras, mais mentiras, enganação, deturpação da verdade para os fanáticos, ingênuos, desinformados, ignorantes da vida real e da política e idealizadores de utopia são disseminadas por integrantes do PT, com a finalidade da dominação absoluta e da perenidade no poder, ou seja, o PT tem sido o partido que mais tem procurado distorcer a verdade e propalado a discórdia e a intransigência entre a sociedade, que também foi o governo que praticou a compra de votos com o dinheiro público e distribuiu, em nome da distribuição de rendas, "migalhas" aos mais humildes, pobres e mal informados, como forma de potencializar os escrachados populismo e caudilhismo, todos com o peso do degradante peso do viés eleitoreiro.
Impende se ressaltar que a presidente do país não se cansa de propagar que foi eleita pelo voto, observado o princípio democrático, como argumento para defender seu governo, mas não se pode olvidar que o responsável pelo maior extermínio humanitário também ascendeu ao poder por meio do sufrágio universal e nem por isso ele foi capaz de se livrar de ter sido um dos piores governantes do universo, que, infelizmente, foi também um dos maiores líderes que utilizou artistas, intelectuais e outras classes profissionais importantes como meio de propaganda para ampliação e aperfeiçoamento da poderosa máquina de propaganda do Estado, conquanto os artistas, concertistas, maestros que se recusaram a cooperar com o governo foram executados ou mortos nos campos de concentração. 
Os governos fracos e incompetentes somente conseguem se manter em pé por força de enormes e injustificáveis propaganda e publicidade, evidentemente financiadas com recursos públicos, que demonstram claras demagogia e hipocrisia, porque os fatos defendidos por eles não correspondem à realidade socioeconômica, a exemplo do que ocorre no país tupiniquim, onde artistas e intelectuais e outros ingênuos ainda acreditam em governo totalmente inepto e de comprovada ineficiência.
A história mostra que os maiores destruidores e assassinos da humanidade semearam o caos em seus países, conduziram as nações à anarquia generalizada, à falência econômica, à criminalidade endêmica, às doenças de toda ordem, aos roubos, aos desvios, às corrupções, para que pudessem se perpetuarem no poder, inclusive impondo a escravização de milhões de pessoas, enquanto os líderes vivem na opulência e no luxo incompatíveis com a realidade de penúria de seus países.
          Não é normal que haja discriminação e demonstração de intolerância, mas é extremo absurdo e nítida afronta às vítimas do nazismo a comparação daqueles que são contrários à corrupção, à incompetência, à destruição, aos traidores da pátria ao nazismo, como se a degeneração das instituições públicas brasileiras pudesse ser considerada apenas normal.
Os fatos mostram que a desastrada gestão da presidente deu causa à situação de extremo desconforto da sociedade, que se manifesta com a finalidade de despertar a sensibilidade e o bom senso das autoridades, que resistem à percepção de que a possível minimização das crises somente será plausível com o afastamento do governo, que já demonstrou plena incapacidade para encontrar o melhor caminho à resolução do grave impasse imposto pela falta de habilidade da presidente, que atira farpas ao vento, na vã tentativa de se eximir da culpa e da responsabilidade pela destruição do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 13 de abril de 2016

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