terça-feira, 12 de abril de 2016

Vazamentos oportunistas e seletivos?


Interlocutores do Palácio do Planalto vislumbram cenário político nebuloso nos próximos dias, diante de novas revelações oriundas da Operação Lava-Jato, que teria interesse em preparar ofensiva para atingir a presidente do país, exatamente na proximidade da votação do impeachment contra ela, que deverá ocorrer até o dia 17, no plenário da Câmara dos Deputados.
O Planalto teme que o juiz de Curitiba, além de promover vazamentos seletivos relacionados a delações premiadas, deflagre nova fase de investigações e decrete a prisão de ex-ministros da Casa Civil, que teriam sido denunciados, em delação premiada, pela empreiteira Andrade Gutierrez, que acaba de vir à tona, por terem contribuído para a estruturação de esquema de propina na obra da usina da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Os empresários apontaram pagamentos da ordem de R$ 150 milhões em forma de propina, que correspondem a acerto de 1% sobre contratos, cujo dinheiro teria como destino acertado o PT, o PMDB e agentes públicos ligados aos dois partidos. Um dos ministros foi o coordenador da campanha da candidata do PT em 2010, enquanto a outra ministra era o braço direito da presidente petista, tendo assumido a Casa Civil quando a mandatária deixou o ministério para se candidatar à Presidência, pela primeira vez.
Os empresários da citada empreiteira também ressaltaram que o dinheiro doado legalmente às campanhas da petista, em 2010 e 2014, se originaram de contratos superfaturados, que foram celebrados com empresas estatais, inclusive a Petrobras.
Embora o governo tivesse rebatido as acusações, integrantes do Palácio do Planalto não negam que o conteúdo da delação em apreço reverteu o clima favorável à presidente na Câmara dos Deputados, que poderia garantir, na contagem palaciana, pelo menos 200 votos contra o impeachment, que foram reduzidos, num passe de mágica, ao número de 180.
O governo pretende criar uma espécie de “vacina” para imunizar e proteger a petista contra novas revelações, que nem precisa considerá-las negativas, porque todas são contrárias aos interesses do governo, que tem sido envolvido em quase todos os casos apurados pela Operação Lava-Jato.
Na verdade, a ideia do governo será tentar a criação de mecanismo de proteção da presidente contra novas revelações negativas que envolvam o seu nome, com a estratégia pronta de se agir rápido e não deixar nenhuma suspeita que surgir sem resposta à altura.
O duro discurso proferido pela presidente contra o que ela chamou de “vazamentos oportunistas e seletivos” envolvendo o governo é mostra de como o Palácio do Planalto vai agir, não deixando que nenhum fato possa servir de situação para se criar "um ambiente propício ao golpe", como a tropa de choque costuma chamar.
A presidente também determinou que o Ministério da Justiça promova medidas com vistas à apuração e a adoção de medidas cabíveis contra quem vazar informações pertinentes aos depoimentos da Operação Lava-Jato, sem embargo de medidas no sentido de se apelar ao Ministério Público Federal e ao Poder Judiciário que impeçam que investigações sigilosas possam ser repassadas à imprensa, no momento que antecede a votação do impeachment, na Câmara.
Não há a menor dúvida de que, se o Brasil fosse um país com o mínimo de seriedade, não precisaria mais, o mínimo que seja, de novas informações para massacrar e triturar a pó o governo e o grupo que se encontra no poder, sem terem a mínima credibilidade para o exercício de cargos que deveriam ser ocupados por pessoas dignas e nobres, à vista da quantidade astronômica de fatos pútridos e nauseabundos que já foram investigados e divulgados, que são mais do que suficientes e capazes de mandar todos para o espaço sideral, somente com a passagem de ida.
Com absoluta certeza, não há mais qualquer necessidade de que novos fatos sejam revelados, porque os casos já do conhecimento da sociedade sobre a podridão dos atos envolvendo o governo já ultrapassaram todos os recipientes suportáveis de corrupções e irregularidades, que são também mais do que suficientes para que os congressistas dignos e honrados, defensores da verdadeira causa pública, com decência e honestidade, formem juízo de valor sobre os astronômicos malefícios que esse governo vem causando à coisa pública, ao patrimônio da nação e aos brasileiros, além de desmoralizar por completo os saudáveis princípios da dignidade e da nobreza da administração pública.
Nunca o Brasil foi tão ultrajado com tanta violência como tem sido por esse governo impopular e desacreditado, que ainda tem a petulância de tentar se fazer de vítima, por considerar inconstitucionais os vazamentos sobre informações sujas, indignas e inadmissíveis em governos responsáveis e cumpridor de seus deveres constitucionais e legais, que deveriam, ao contrário, aplaudir quaisquer revelações sobre fatos incompatíveis com a verdadeira dignidade da administração do país como o Brasil, que tem a sua presidente sendo eleita, como foi agora, com expressiva votação, a nível mundial, como a pessoa mais desprezível e incompetente do planeta.
As pessoas que se colocam a favor desse governo, de sã consciência, não podem estar agindo em benefício do Brasil, porque os fatos mostram, com a maior robusteza, o tanto de casos irregulares prejudiciais aos interesses dos brasileiros, todos com origem no Palácio do Planalto, que foi de onde partiram as nomeações para o destruidor aparelhamento da principal empresa brasileira.
É indiscutível que a Petrobras teve seus cofres assaltados por quadrilha integrada por pessoas do PT, PMDB e PP, conforme mostram os fatos investigados e o pior de tudo é que o governo nada fez para impedir esse verdadeiro massacre com o patrimônio daquela estatal, mas a presidente do país mostra temor de que sejam reveladas possíveis informações bombásticas, quando os petardos já do conhecimento da sociedade são mais do que capazes e suficientes para destronar do poder a pior "plêiade" de homens públicos que ainda se bajulam como sendo os mais honestos da face da terra, quando os fatos denunciados permanecem sem as devidas e necessárias explicações e justificativas.
Esse governo é tão insensato e impudente que se preocupa ao extremo com a mera possibilidade de haver revelação de fatos irregulares, quando deveria se tocar, à vista dos princípios da ética, moralidade, legalidade, probidade e dignidade, que são da maior gravidade e indignidade os fatos em si, que precisam sim ser revelados, apurados e indicados os envolvidos, não importando quem eles sejam nem quais suas ligações com o governo, porque a sociedade exige que haja moralização do país, ressarcimento dos prejuízos causados ao erário e punição dos verdadeiros culpados, como forma de se contribuir como lição pedagógica e disciplinar, com vistas a se evitar fatos semelhantes no futuro. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
          Brasília, em 12 de abril de 2016

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