Interlocutores
do Palácio do Planalto vislumbram cenário político nebuloso nos próximos dias,
diante de novas revelações oriundas da Operação Lava-Jato, que teria interesse
em preparar ofensiva para atingir a presidente do país, exatamente na proximidade
da votação do impeachment contra ela, que deverá ocorrer até o dia 17, no
plenário da Câmara dos Deputados.
O
Planalto teme que o juiz de Curitiba, além de promover vazamentos seletivos
relacionados a delações premiadas, deflagre nova fase de investigações e decrete
a prisão de ex-ministros da Casa Civil, que teriam sido denunciados, em delação
premiada, pela empreiteira Andrade Gutierrez, que acaba de vir à tona, por
terem contribuído para a estruturação de esquema de propina na obra da usina da
hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Os
empresários apontaram pagamentos da ordem de R$ 150 milhões em forma de propina,
que correspondem a acerto de 1% sobre contratos, cujo dinheiro teria como
destino acertado o PT, o PMDB e agentes públicos ligados aos dois partidos. Um dos
ministros foi o coordenador da campanha da candidata do PT em 2010, enquanto a
outra ministra era o braço direito da presidente petista, tendo assumido a Casa
Civil quando a mandatária deixou o ministério para se candidatar à Presidência,
pela primeira vez.
Os
empresários da citada empreiteira também ressaltaram que o dinheiro doado
legalmente às campanhas da petista, em 2010 e 2014, se originaram de contratos
superfaturados, que foram celebrados com empresas estatais, inclusive a
Petrobras.
Embora
o governo tivesse rebatido as acusações, integrantes do Palácio do Planalto não
negam que o conteúdo da delação em apreço reverteu o clima favorável à
presidente na Câmara dos Deputados, que poderia garantir, na contagem palaciana,
pelo menos 200 votos contra o impeachment, que foram reduzidos, num passe de
mágica, ao número de 180.
O
governo pretende criar uma espécie de “vacina” para imunizar e proteger a
petista contra novas revelações, que nem precisa considerá-las negativas,
porque todas são contrárias aos interesses do governo, que tem sido envolvido
em quase todos os casos apurados pela Operação Lava-Jato.
Na
verdade, a ideia do governo será tentar a criação de mecanismo de proteção da
presidente contra novas revelações negativas que envolvam o seu nome, com a estratégia
pronta de se agir rápido e não deixar nenhuma suspeita que surgir sem resposta
à altura.
O
duro discurso proferido pela presidente contra o que ela chamou de “vazamentos oportunistas e seletivos” envolvendo
o governo é mostra de como o Palácio do Planalto vai agir, não deixando que
nenhum fato possa servir de situação para se criar "um ambiente propício ao golpe", como a tropa de choque costuma
chamar.
A
presidente também determinou que o Ministério da Justiça promova medidas com
vistas à apuração e a adoção de medidas cabíveis contra quem vazar informações pertinentes
aos depoimentos da Operação Lava-Jato, sem embargo de medidas no sentido de se
apelar ao Ministério Público Federal e ao Poder Judiciário que impeçam que
investigações sigilosas possam ser repassadas à imprensa, no momento que
antecede a votação do impeachment, na Câmara.
Não há a menor dúvida de que, se o Brasil fosse um
país com o mínimo de seriedade, não precisaria mais, o mínimo que seja, de
novas informações para massacrar e triturar a pó o governo e o grupo que se
encontra no poder, sem terem a mínima credibilidade para o exercício de cargos
que deveriam ser ocupados por pessoas dignas e nobres, à vista da quantidade
astronômica de fatos pútridos e nauseabundos que já foram investigados e
divulgados, que são mais do que suficientes e capazes de mandar todos para o
espaço sideral, somente com a passagem de ida.
Com absoluta certeza, não há mais qualquer
necessidade de que novos fatos sejam revelados, porque os casos já do
conhecimento da sociedade sobre a podridão dos atos envolvendo o governo já
ultrapassaram todos os recipientes suportáveis de corrupções e irregularidades,
que são também mais do que suficientes para que os congressistas dignos e
honrados, defensores da verdadeira causa pública, com decência e honestidade,
formem juízo de valor sobre os astronômicos malefícios que esse governo vem
causando à coisa pública, ao patrimônio da nação e aos brasileiros, além de
desmoralizar por completo os saudáveis princípios da dignidade e da nobreza da
administração pública.
Nunca o Brasil foi tão ultrajado com tanta violência
como tem sido por esse governo impopular e desacreditado, que ainda tem a
petulância de tentar se fazer de vítima, por considerar inconstitucionais os
vazamentos sobre informações sujas, indignas e inadmissíveis em governos
responsáveis e cumpridor de seus deveres constitucionais e legais, que deveriam,
ao contrário, aplaudir quaisquer revelações sobre fatos incompatíveis com a
verdadeira dignidade da administração do país como o Brasil, que tem a sua
presidente sendo eleita, como foi agora, com expressiva votação, a nível
mundial, como a pessoa mais desprezível e incompetente do planeta.
As pessoas que se colocam a favor desse governo, de
sã consciência, não podem estar agindo em benefício do Brasil, porque os fatos
mostram, com a maior robusteza, o tanto de casos irregulares prejudiciais aos
interesses dos brasileiros, todos com origem no Palácio do Planalto, que foi de
onde partiram as nomeações para o destruidor aparelhamento da principal empresa
brasileira.
É indiscutível que a Petrobras teve seus cofres
assaltados por quadrilha integrada por pessoas do PT, PMDB e PP, conforme
mostram os fatos investigados e o pior de tudo é que o governo nada fez para
impedir esse verdadeiro massacre com o patrimônio daquela estatal, mas a
presidente do país mostra temor de que sejam reveladas possíveis informações
bombásticas, quando os petardos já do conhecimento da sociedade são mais do que
capazes e suficientes para destronar do poder a pior "plêiade" de
homens públicos que ainda se bajulam como sendo os mais honestos da face da
terra, quando os fatos denunciados permanecem sem as devidas e necessárias
explicações e justificativas.
Esse
governo é tão insensato e impudente que se preocupa ao extremo com a mera
possibilidade de haver revelação de fatos irregulares, quando deveria se tocar,
à vista dos princípios da ética, moralidade, legalidade, probidade e dignidade,
que são da maior gravidade e indignidade os fatos em si, que precisam sim ser
revelados, apurados e indicados os envolvidos, não importando quem eles sejam
nem quais suas ligações com o governo, porque a sociedade exige que haja
moralização do país, ressarcimento dos prejuízos causados ao erário e punição
dos verdadeiros culpados, como forma de se contribuir como lição pedagógica e
disciplinar, com vistas a se evitar fatos semelhantes no futuro. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de abril de 2016
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