Até que enfim, a presidente brasileira, que tanto
explorou, de forma absurda e indevida, a causa do golpe que estaria em curso no
país, teve a sensibilidade de evitar denunciar ao mundo, na tribuna da
Organização das Nações Unidas, a sua tresloucada obsessão, por se defender atacando
e acusando seus adversários de promover conspiração.
No eu discurso pronunciado naquela organização, a
presidente do país houve por bem se comportar com equilíbrio e indispensável dignidade
próprios dos estadistas civilizados, ao adotar postura inteligente, cautelosa e real aos fatos,
tendo apenas citado que o Brasil vive "grave
momento" e que o povo saberá impedir o retrocesso político, deixando
de lado, naquele instante, a inverossímil ideia de golpe, que somente passa na
cabeça dela e dos fanatizados petistas, que cometem reiterados atos irregulares, incompatíveis com as normas constitucionais e legais, como a
incontestável caracterização das pedaladas fiscais, que causaram enormes rombos
às contas públicas, tendo como consequência o enquadramento da petista no crime de
responsabilidade fiscal, à luz do disposto no art. 85 da Carta Magna.
Foi importante que ela tivesse a sensatez de evitar
se expor ao ridículo e ainda manchar a dignidade dos brasileiros, invocando motivo
absolutamente inexistente, ao falar diretamente na assembleia da ONU que há
golpe em curso no país, na linha dos ridículos, já calejados e infundados discursos
pronunciados de forma intensiva e desesperada, nas últimas semanas.
Não obstante, os petistas tinham esperança que a
presidente brasileira abordaria, sem rodeios, na sede da ONU, em Nova York, durante a
cerimônia de assinatura do Acordo do Clima de Paris, o tema que mais tem
explorado recentemente, quanto à existência de golpe contra o governo dela, mas
o recuo estratégico foi adotado depois que ministros do Supremo Tribunal
Federal rebateram, com ênfase e fortes argumentos, o discurso da presidente de
que o seu processo de impeachment representa golpe.
Temendo repercussão desfavorável à causa dela, nada
foi falado na ocasião, mas a sua fala sobre o golpe veria posteriormente, por
ocasião da entrevista aos correspondentes internacionais, com a aberta
exposição sobre o quadro político no Brasil, exclusivamente na versão maluca de
que há conspiração e golpe contra o governo petista.
É evidente que a confirmação da ida da presidente à
sede da ONU teria por objetivo o uso estratégico da tribuna da ONU para
fazer duro discurso sobre a situação política no Brasil, evidentemente sob a
ótica e a conveniência da petista, mas as críticas sobre o absurdo de a
mandatária brasileira denunciar as precariedades do país, logo na principal
tribuna do planeta, tocaram fundo na sua consciência e convenceram-na a
declinar dessa desastrada e absurda ideia inverossímil.
Na realidade, a presidente disse apenas o
óbvio, consistindo em que "Não posso
terminar minhas palavras sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. A
despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país, com uma sociedade
que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo
é um povo trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho
dúvidas, impedir qualquer retrocesso.”.
À
toda evidência, a presidente deve ter chegado à conclusão que o alto nível dos
integrantes da assembleia da ONU não daria crédito à desesperada e inconsistente
ideia de golpe, quando o processo de impeachment dela tem sede na Constituição
do país e se assenta sob respaldo na leitura de dispositivos constitucionais por parte de ministros do
Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da Justiça guardião da Lei Maior do país, não deixando a
menor dúvida sobre interpretação senão em conformidade com princípios da constitucionalidade e
legalidade, que não condizem com o absurdo alucinante de golpe, mesmo porque o crime de
responsabilidade fiscal é patente e irrefutável.
Em
última análise, a presidente deve ter se conscientizado de que faz enorme
diferença se discursar para os integrantes dos movimentos sociais que ela, de forma indevida,
costuma reunir no Palácio do Planalto, que aceitam passivamente a estapafúrdia
ideia de golpe, e para os líderes inteligentes e bem informados das nações mundiais,
notadamente no que diz respeito ao interesse sobre a realidade dos fatos,
porque aqueles estão mais interessados na continuidade do governo, ante os
benefícios a eles proporcionados, enquanto estes sabem perfeitamente o
que significa golpe de verdade, que nada mais é do que a ruptura dos princípios constitucional e democrático.
Não
há a menor dúvida de que a petista aproveitou a sua ida a Nova York para
mostrar o seu lado verdadeiro de contradição, ao sempre procurar agir e atuar
segundo as suas conveniências e os seus interesses políticos, conforme as
circunstâncias que melhor possam atender às suas causas pessoais e partidárias,
como forma intransigente de defender a perenidade no poder.
Enfim,
a presidente do país, possivelmente muito a contragosto, se comportou na ONU como
se fosse verdadeira estadista - diferentemente como costuma se apresentar ultimamente
para os brasileiros -, sem seus atributos de revanchismo ou prepotência, como
deve ser a postura de um mandatário de país sério e civilizado como o Brasil.
Embora
a petista tente, de forma insistente e desesperada, caracterizar seu
impeachment como golpe, isso não encontra respaldo no entendimento de juristas e
sociedade sérios e responsáveis, inclusive de ministros da Excelsa Corte de
Justiça, que se manifestam pela legitimidade e constitucionalidade dos
procedimentos pertinentes, que é mais do que suficiente para se afastar da
mandatária do país essa estapafúrdia ideia de golpe, principalmente quando as
instituições do Estado estão plenamente preservadas e atuantes, em conformidade
com o regramento jurídico brasileiro. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de abril de 2016
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