O
total da dívida pública federal, compreendendo as dívidas interna e externa,
teve alta de 2,38% em março sobre fevereiro, atingindo à astronômica cifra da
ordem de R$ 2,88 trilhões, segundo informação prestada pelo Tesouro Nacional.
No
mesmo período, a dívida externa teve recuo de quase 6%, passando para o valor
de R$ 133,19 bilhões, em razão, basicamente, da valorização do real, frente às
moedas que compõem o endividamento externo, a exemplo do dólar, que teve queda
substancial da ordem de mais de 10% sobre o real no período. Já a dívida
pública mobiliária federal interna subiu 2,81% em março sobre o mês anterior,
somando R$ 2,75 trilhões.
Em
relação à composição da dívida pública federal, os títulos atrelados à Selic
tiveram redução, atingindo 24,92% no mês passado, sobre 25,09% em fevereiro. O
Tesouro estima que, no ano, essa parcela ficará entre 30% a 34% da dívida, considerando
que esses papéis pós-fixados são mais procurados pelos investidores nos
momentos de tendência de aumento de risco.
Os
títulos prefixados passaram a 37,17% em março, contra 36,56% no mês anterior, enquanto
os papéis corrigidos pela inflação foram a 33,08%, sobre 33,05% antes.
Em março, a parcela dos
investidores estrangeiros em títulos da dívida interna caiu a 16,73%, contra
17,72% em fevereiro, fato que monstra a tendência da retirada do capital
estrangeiro.
O
Tesouro Nacional tem previsão pessimista quanto ao crescimento da dívida total,
em 2016, que deverá situar-se entre R$ 3,1 trilhões e R$ 3,3 trilhões, tendo
por base dados do Plano Anual de Financiamento (PAF).
Não
há a menor dúvida de que o quadro de endividamento brasileiro é o mais
desalentador possível, sobretudo porque as perspectivas são terrivelmente de
que as dívidas públicas somente têm tendência para crescer, quando o ideal e
recomendado, em governos competentes e eficientes, deveria se pensar apenas na sua
regressão, como forma de se permitir o maior aliviar do caixa do governo para se
planejar investimentos, com as economias viabilizadas pela contenção de
despesas consideradas verdadeiros desperdícios, porque o pagamento dos
altíssimos juros significa jogar dinheiro pelos ralos da incompetência e da
falta de responsabilidade com relação ao patrimônio dos brasileiros.
O
mais absurdo do descontrole do endividamento brasileiro é que o governo não
demonstra a menor preocupação, no sentido de apresentar estudo ou medida capaz
de frear, de forma prioritária e urgente, o seu monstruoso crescimento, que vêm
contribuindo para travar o desenvolvimento do país e a aplicação de recursos em
obras e serviços públicos em benefício dos brasileiros, que apenas são
obrigados ao pagamento do ônus representada pela igualmente monstruosa carga
tributária.
É
muito estranho que o astronômico crescimento das dívidas públicas seja reflexo
direto da incompetência da gestão pública, em razão de o governo ter gasto
desordenadamente e sem o menor cuidado prudencial, a exemplo das pedaladas
fiscais, cujos valores foram pagos com recursos obtidos de empréstimo,
aumentando as dívidas públicas, mas não há previsão legal para penalização dos
culpados por essa irresponsabilidade fiscal, cuja impunidade contribui para a
reincidência de situações gravíssimas, que são os gastos sem o devido lastro
bancário.
Nos
países sérios e desenvolvidos democraticamente, os culpados por atos
desastrados e prejudiciais ao interesse nacional, a exemplo do injustificável
aumento das dívidas públicas, sem a existência de motivação plausível, são
responsabilizados na forma da lei, uma vez que o endividamento, além de contribuir
para o prejudicial pagamento de juros, dificulta a realização de investimentos
em obras e serviços em benefício da sociedade.
Os
brasileiros precisam se conscientizar de que o endividamento brasileiro é fruto
das gastanças irresponsáveis de governo que não demonstra o mínimo de zelo e
muito menos de cuidados prudenciais para com o patrimônio nacional, permitindo
que o afrouxamento no Orçamento da União seja completamente comprometido, não
restando qualquer sobra de recursos para investimentos em obras e serviços
públicos, como forma de contribuir para a melhoria das condições de vida dos
brasileiros e o desenvolvimento nacional. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 28 de abril de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário