terça-feira, 12 de abril de 2016

A premiação à dignidade


A revista “Fortune”, uma publicação das mais prestigiadas dos Estados Unidos da América, apontou o juiz que comanda a Operação Lava-Jato, responsável pelas investigações sobre o escândalo do petrolão e das ações penais decorrentes, na primeira instância, como o 13º líder mais influente para transformar o mundo.
De acordo com a edição online da revista, existem 50 homens e mulheres que “estão inspirando outros a fazer o mesmo”, seja nos negócios, no governo, na filantropia ou na arte.
Sobre o perfil do juiz de Curitiba, a revista afirma que o magistrado é o principal protagonista de imitação em vida real brasileira de “Os Intocáveis”, em referência ao filme e ao livro que narram a perseguição ao gângster Al Capone (1899-1947), por ele acusar, enquadrar e condenar poderosos do esquema de corrupção que desviou bilhões de reais da Petrobras para os bolsos de políticos e ex-funcionários da estatal.
Na visão da “Fortune”, a presidente brasileira corre o risco de sofrer o impeachment e a reputação do ex-presidente da República petista está em farrapos, em decorrência das investigações em curso, sob o comando do mencionado juiz, que tem sido implacável contra os atos de corrupção.
Segundo a revista, a coexistência com a corrupção -- endêmica na América Latina -- pode se tornar hábito do passado, à vista do majestoso trabalho empreendido sob a liderança e o comando do competente e diligente magistrado.
A revista elenca nomes da maior respeitabilidade, em especial por conter importantes lideranças mundiais, entre elas citem-se a competente chanceler alemã, o carismático papa e famoso cantor que defende direitos humanos, mundo afora.
Não há a menor dúvida de que o mencionado juiz federal é realmente destaque maravilhoso pelo seu magistral trabalho à frente da Lava-Jato, que tem sido visivelmente fora da curva, em relação às atividades do Poder Judiciário, sendo agora objeto de justo e merecido reconhecimento internacional, pela importância dos resultados obtidos com as investigações abrangentes e aprofundadas, que estão sendo executadas por competentes equipes da Polícia Federal, Ministério Público Federal e a Justiça Federal.
 Não há dúvida de que a principal conquista da operação em apreço diz respeito ao fechamento ao cerco sobre a quadrilha que atuava no âmbito da gestão pública, totalmente livre e impune, em que pese o governo ainda ter a petulância de se gabar de ser o mais honesto de todos os tempos, quando os fatos investigados mostram a devassidão endêmica e sistêmica desvendada pelo bravo e destemido juiz ora laureado com prêmio internacional da mais expressiva valoração para um servidor público verdadeiramente de escol.
O trabalho do juiz da Lava-Jato é indiscutivelmente digno de reconhecimento e louvores por seu magnífico desempenho, servindo de esplendoroso exemplo não somente para seus pares, mas também para a legião de brasileiros tão desacreditada no trabalho nem sempre produtivo e eficiente da Justiça brasileira, que, por muito tempo, mereceu, com a devida justiça, críticas pesadas e apropriadas diante da morosidade, lerdeza e fadiga no julgamento das demandas que só acumulavam e prejudicavam a sociedade, que é, enfim, responsável pelo seu funcionamento.
É evidente que o aludido juiz não tem condições de salvar a pátria das enormes mazelas que grassam no país e tomaram conta das instituições públicas, permitindo que a administração pública seja desacreditada e malhada diante das precariedades dos serviços públicos prestado à sociedade, mas a sua demonstração do profícuo amor à causa da Justiça contribui sobremaneira para estimular o interesse, engajamento e enfrentamento dos gravíssimos problemas que têm um dos motivos de atraso do desenvolvimento socioeconômico.
O juiz de Curitiba demonstrou que tem força de caráter, coragem, inteligência e disposição para adotar importantes decisões com muitíssimo acerto e efetividade, a ponto de desagradar os poderosos empresários, políticos, advogados caríssimos, que não conseguem entender os reiterados insucessos de suas investidas e demandas, o que demonstra a correção das medidas judiciais adotadas pelo magistrado, que, sabiamente, emprega as melhores estratégias para a solução dos casos bastantes intrincados e complexos.
É pena que o juiz que comanda a operação limpeza e purificação da Petrobras faça esse esplendoroso trabalho no país como o Brasil, onde milhares de fanáticos e desinformados só têm condições para aplaudir e reconhecer as falsas lideranças que têm sido responsáveis pela degeneração das instituições públicas, pelo caos e pela destruição dos princípios da ética, moral e da dignidade na administração do país, dando a exata dimensão da pobreza cultural e moral de expressiva parcela dos brasileiros, que ainda se encontra no umbral da decadência moral e ainda está distante de perceber que esse atraso é prejudicial ao interesse nacional. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
          Brasília, em 12 de abril de 2016

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