sábado, 18 de maio de 2019

Uma vida de amor ao próximo


A despeito da crônica que escrevi, há dois dias, sobre um pouco de Bonifácio Fernandes, intitulada “A materialidade da Compaixão”, a querida prima Vescijudith fez menção ao termo gratidão, certamente se referindo à minha pessoa, em agradecimento pelo texto em homenagem ao seu amado pai.
Em resposta, eu digo que gratidão temos nós por alguém que doou maior parte da sua vida ao seu próximo, em termos de ajuda humanitária, em prol de gente que precisava de seus cuidados assistenciais, aos quais foram exigidos dele dedicação em redobrado esforço para prestar o melhor de seus conhecimentos à comunidade extremamente carente do profissional da medicina, que era exemplarmente exercido por ele, com o melhor do seu amor, ao comparecer a qualquer momento e em lugar que fosse, sempre com o seu espontâneo e gracioso sorriso.
É interessante que eu tive a ideia de se considerar, por lei, Bonifácio como herói de Uiraúna, evidentemente em razão de seu fantástico legado de amor ao próximo, o que é mais do que notório, como mostram as suas ricas biografia e história de vida, mas há até quem desse passo muito mais gigantesco nesse sentido, propondo que ele fosse agraciado com o honroso prêmio de Nobel da Paz, em reconhecimento por sua obra gloriosa de ter sido escravo dos verdadeiros amor e compaixão ao seu próximo.
Essa brilhante ideia parece mais do que justa e merecida, porque muitos poucos ganhadores desse cobiçado prêmio tenham realizado algo tão sublime e fantástico como o que foi produzido por nosso sempre venerado homenageado, em termos de benefício à humanidade, na forma de trabalho substancial de caridade e amor, embora seja notoriamente sabido que o prêmio em comento se destine ao agraciamento às pessoas que tenham contribuído para se evitar conflitos ou que o seu trabalho tenha sido importante para a manutenção da paz mundial.
Outros fatos sobre Bonifácio, além do seu trabalho caritativo, precisam ser enfatizados com relação aos sentimentos sociais, dando notícia de que ele sempre foi gente boa, com trabalho afável e respeitoso, sobressaindo a facilidade nas conquista e manutenção de pessoas no seu círculo de amizade, que aumentava em escala vertiginosa, em demonstração de confiança na pessoa dele, a exemplo do recorde de compadres contabilizado na sua estatística, posto que ele não se cansava de comparecer à pia batismal, na qualidade de padrinho de multidão de uiraunenses.
O certo mesmo é que temos o dever cívico e patriótico de enaltecer a figura de pessoas que souberam dignificar os sentimentos de caridade e amor ao seu próximo, sem exigir absolutamente nada em troca, como é o caso do homenageado, que pode, seguramente, ser considerado o patrono dos benfeitores, de maneira absolutamente espontânea e desinteressada, senão pela vontade de ser útil e fazer algo que somente ele fazia com zelo, prazer e alegria contagiante.
Deus me deu um pouco de conhecimento e dom literário para ter condições de mostrar, com palavras simples e diretas, que as grandes obras também foram e podem ser realizadas em lugares distantes, esquecidos e desprezados pelas autoridades públicas, como acontecia normalmente com as pequenas cidades do interior, mas ainda bem que existiam e existem pessoas com a índole de Bonifácio, com enorme capacidade de se sensibilizar com a dor e o sofrimento do seu semelhante, a ponto de solidarizar-se com ele, em toda a sua vida.
Talvez a repetição de tantas crônicas que eu tenha feito sobre a vida de Bonifácio, parecendo até enfadonho se bater sempre na mesma tecla, tenha razão de ser, justamente para se mostrar a importância do trabalho realizado por um gigante de cerca de apenas um metro e sessenta centímetros, que promoveu verdadeira revolução com a sua incansável missão de servir, de forma reiterada, o seu irmão, em gesto que repetia a pé ou em cima de uma simples bicicleta, que fazia as vezes de ambulância, sob o punho de pequena bolsa/maleta, de onde saiam os inexplicáveis milagres sob a forma de injeção, cachetes e outros medicamentos salvadores de vidas e aliviadores de incômodos à saúde.
Sei perfeitamente que muito ainda há que se falar sobre a vida de Bonifácio Fernandes, porque eu jamais me cansarei de mostrar que a obra benfazeja de pessoa com as qualidades dele precisa ser constantemente colocada em evidência, sem nenhuma favor, principalmente para que as gerações saibam que Uiraúna teve pessoa que somente sabia fazer o bem ao seu próximo e levou a vida inteira se ocupando em salvar vidas, praticando milagres, exclusivamente como fiel escudeiro e mensageiro de Deus.
Brasília, em 18 de maio de 2019

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