A
despeito da crônica que escrevi, há dois dias, sobre um pouco de Bonifácio
Fernandes, intitulada “A materialidade da Compaixão”, a querida prima
Vescijudith fez menção ao termo gratidão, certamente se referindo à minha
pessoa, em agradecimento pelo texto em homenagem ao seu amado pai.
Em
resposta, eu digo que gratidão temos nós por alguém que doou maior parte da sua
vida ao seu próximo, em termos de ajuda humanitária, em prol de gente que
precisava de seus cuidados assistenciais, aos quais foram exigidos dele dedicação
em redobrado esforço para prestar o melhor de seus conhecimentos à comunidade
extremamente carente do profissional da medicina, que era exemplarmente exercido
por ele, com o melhor do seu amor, ao comparecer a qualquer momento e em lugar
que fosse, sempre com o seu espontâneo e gracioso sorriso.
É interessante
que eu tive a ideia de se considerar, por lei, Bonifácio como herói de Uiraúna,
evidentemente em razão de seu fantástico legado de amor ao próximo, o que é
mais do que notório, como mostram as suas ricas biografia e história de vida,
mas há até quem desse passo muito mais gigantesco nesse sentido, propondo que
ele fosse agraciado com o honroso prêmio de Nobel da Paz, em reconhecimento por
sua obra gloriosa de ter sido escravo dos verdadeiros amor e compaixão ao seu próximo.
Essa brilhante
ideia parece mais do que justa e merecida, porque muitos poucos ganhadores desse
cobiçado prêmio tenham realizado algo tão sublime e fantástico como o que foi produzido
por nosso sempre venerado homenageado, em termos de benefício à humanidade, na
forma de trabalho substancial de caridade e amor, embora seja notoriamente
sabido que o prêmio em comento se destine ao agraciamento às pessoas que tenham
contribuído para se evitar conflitos ou que o seu trabalho tenha sido
importante para a manutenção da paz mundial.
Outros
fatos sobre Bonifácio, além do seu trabalho caritativo, precisam ser
enfatizados com relação aos sentimentos sociais, dando notícia de que ele
sempre foi gente boa, com trabalho afável e respeitoso, sobressaindo a
facilidade nas conquista e manutenção de pessoas no seu círculo de amizade, que
aumentava em escala vertiginosa, em demonstração de confiança na pessoa dele, a
exemplo do recorde de compadres contabilizado na sua estatística, posto que ele
não se cansava de comparecer à pia batismal, na qualidade de padrinho de
multidão de uiraunenses.
O
certo mesmo é que temos o dever cívico e patriótico de enaltecer a figura de
pessoas que souberam dignificar os sentimentos de caridade e amor ao seu
próximo, sem exigir absolutamente nada em troca, como é o caso do homenageado,
que pode, seguramente, ser considerado o patrono dos benfeitores, de maneira
absolutamente espontânea e desinteressada, senão pela vontade de ser útil e
fazer algo que somente ele fazia com zelo, prazer e alegria contagiante.
Deus
me deu um pouco de conhecimento e dom literário para ter condições de mostrar,
com palavras simples e diretas, que as grandes obras também foram e podem ser
realizadas em lugares distantes, esquecidos e desprezados pelas autoridades
públicas, como acontecia normalmente com as pequenas cidades do interior, mas
ainda bem que existiam e existem pessoas com a índole de Bonifácio, com enorme
capacidade de se sensibilizar com a dor e o sofrimento do seu semelhante, a
ponto de solidarizar-se com ele, em toda a sua vida.
Talvez
a repetição de tantas crônicas que eu tenha feito sobre a vida de Bonifácio,
parecendo até enfadonho se bater sempre na mesma tecla, tenha razão de ser,
justamente para se mostrar a importância do trabalho realizado por um gigante
de cerca de apenas um metro e sessenta centímetros, que promoveu verdadeira
revolução com a sua incansável missão de servir, de forma reiterada, o seu
irmão, em gesto que repetia a pé ou em cima de uma simples bicicleta, que fazia
as vezes de ambulância, sob o punho de pequena bolsa/maleta, de onde saiam os
inexplicáveis milagres sob a forma de injeção, cachetes e outros medicamentos
salvadores de vidas e aliviadores de incômodos à saúde.
Sei
perfeitamente que muito ainda há que se falar sobre a vida de Bonifácio
Fernandes, porque eu jamais me cansarei de mostrar que a obra benfazeja de
pessoa com as qualidades dele precisa ser constantemente colocada em evidência,
sem nenhuma favor, principalmente para que as gerações saibam que Uiraúna teve
pessoa que somente sabia fazer o bem ao seu próximo e levou a vida inteira se ocupando
em salvar vidas, praticando milagres, exclusivamente como fiel escudeiro e
mensageiro de Deus.
Brasília, em 18 de maio de 2019
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