Pode-se
até parecer estranho, em momento tão doloroso como este, se resignar a agradecer
a Deus pela partida precoce do querido irmão Cláudio, que se despediu do nosso
convívio quando tudo era de se imaginar que as belezas da vida apenas estavam se
descortinando para ele, porque seus planos de idealista fantástico saltitavam vivamente
no seu semblante, na esperança do vislumbre de futuro maravilhoso para seus
dois filhos pequenos: Salete e Miguel, que eram as joias que ele cuidava com muita
paixão, evidentemente sem descurar do amor paternal dedicado aos demais filhos:
Claudinho, Cleber e Clauber e marital voltado para a sua amada esposa Lúcia.
Mas
a vida é exatamente assim mesmo e só nos resta, agora, dizer muito obrigado ao
generoso Deus, por ter nos enviado o amado Cláudio para ser meu irmão e de
outros sete queridos filhos de Valnei e Dalila, que nos criaram, igualmente,
com inexcedíveis carinho e amor.
Eu,
em especial, convivi muito pouco com Cláudio, na minha infância,
aproximadamente, uns cinco anos, desde o seu nascimento, ou seja, quase nada, em
termos de convivência, como verdadeiro irmão, por eu ter vindo muito cedo para
Brasília, mas Deus quis que nós nos reuníssemos aqui, podendo, com a graça divina,
desfrutar das maravilhas da verdadeira irmandade e nos conhecermos um pouco
mais, mesmo diante do nosso pouco contato, que não pôde ser intenso, diante das
peculiaridades de cidade grande, onde cada qual tem atividades diversificadas.
Em
que pese esse distanciamento natural, o meu relacionamento com Cláudio era
muito próximo, notadamente porque eu o respeitava por sua sensibilidade humana
e a sua forma carinhosa de se preocupar não somente com as coisas próprias, mas
em especial com as questões sociais, de modo geral, demonstrando o quanto o seu
coração era generoso em relação ao seu semelhante.
Eram
marcantes em Cláudio o seu sentimento de amor à família e o voluntariado em
servir sempre, sem olhar a quem, em sintonia com o espírito de cristandade, que
era aflorado naturalmente no seu coração quando ele se convocava à prestação do
bem e isso se fazia presente na sua vida, no dia a dia.
Cláudio
era muito fácil de ser compreendido, porque o mundo dele se circunscrevia na orla
da família e dos amigos, não lhe faltando motivação para se preocupar com a
situação de todos aqueles que estavam ao seu redor, estando sempre disposto a
prestar alguma forma de ajuda ou contribuição para a solução de qualquer problema,
não importando o tamanho das dificuldades.
Ele
ficava muito feliz quando ajudava, de uma forma ou outra, seu próximo, porque
era assim que ele se sentia bem e realizado na vida, justamente por ter a
felicidade de ter praticado o bem.
O
sentimento que se tem, agora, é que o Cláudio teve o merecimento ser bondoso e
magnânimo em vida, para ter condições e oportunidade de nos deixar essa linda
lição de amor ao próximo, como se ele sentisse que a sua passagem entre nós,
mesmo com duração reduzida, teria sido bastante proveitosa, no sentido de
realizar visível e importante obra na construção do bem.
O
pouco de tudo que foi descrito acima tem a confirmação do carinho dos familiares
e amigos de Cláudio, pelo tanto de manifestação de pesar e apoio à família enlutada,
nas redes sociais, diante da surpreendente despedida de meu querido, amado e inesquecível
irmão, que, talvez involuntariamente, sem perceber, deu-me muitas e importantes
lições de sabedoria e inteligência sobre a experiência de vida.
Sem
dúvida alguma, posso dizer que perdi pessoa especial que gostava de discutir comigo
artigos escritos por mim, onde, por vezes, ele me ligava para comentar sobre
eles e sempre demonstrando apoio ao seu conteúdo e jamais se manifestando em reprovação
ao meu sentimento de inveterado amante da arte literária.
Embora
com o coração estraçalhado pela terrível dor, por vê-lo partir tão cedo de nosso
convívio, agradeço a Deus por ter colocado, na minha vida, a valiosa companhia de
pessoa do quilate do meu amado irmão Cláudio, principalmente, agora, quando se percebe
que a sua linda e importante obra foi interrompida incompleta, exatamente por
força do desígnio de Deus, cuja sabedoria celestial é incontestável,
notadamente sob a compreensão de que os atos vindos Dele não têm conotação
senão de beneficiar os seus escolhidos, para a glória do Seu reino e é assim
que se pode imaginar que tenha acontecido com nosso eterno amado irmão do bem e
do amor, que certamente continuará e terminará a sua belíssima obra junto ao
Criador.
E
que assim seja o fiel cumprimento da respeitável vontade de Deus.
Brasília,
em 2 de maio de 2019
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