quinta-feira, 2 de maio de 2019

Agradecimento a Deus



Pode-se até parecer estranho, em momento tão doloroso como este, se resignar a agradecer a Deus pela partida precoce do querido irmão Cláudio, que se despediu do nosso convívio quando tudo era de se imaginar que as belezas da vida apenas estavam se descortinando para ele, porque seus planos de idealista fantástico saltitavam vivamente no seu semblante, na esperança do vislumbre de futuro maravilhoso para seus dois filhos pequenos: Salete e Miguel, que eram as joias que ele cuidava com muita paixão, evidentemente sem descurar do amor paternal dedicado aos demais filhos: Claudinho, Cleber e Clauber e marital voltado para a sua amada esposa Lúcia.  
Mas a vida é exatamente assim mesmo e só nos resta, agora, dizer muito obrigado ao generoso Deus, por ter nos enviado o amado Cláudio para ser meu irmão e de outros sete queridos filhos de Valnei e Dalila, que nos criaram, igualmente, com inexcedíveis carinho e amor.
Eu, em especial, convivi muito pouco com Cláudio, na minha infância, aproximadamente, uns cinco anos, desde o seu nascimento, ou seja, quase nada, em termos de convivência, como verdadeiro irmão, por eu ter vindo muito cedo para Brasília, mas Deus quis que nós nos reuníssemos aqui, podendo, com a graça divina, desfrutar das maravilhas da verdadeira irmandade e nos conhecermos um pouco mais, mesmo diante do nosso pouco contato, que não pôde ser intenso, diante das peculiaridades de cidade grande, onde cada qual tem atividades diversificadas.
Em que pese esse distanciamento natural, o meu relacionamento com Cláudio era muito próximo, notadamente porque eu o respeitava por sua sensibilidade humana e a sua forma carinhosa de se preocupar não somente com as coisas próprias, mas em especial com as questões sociais, de modo geral, demonstrando o quanto o seu coração era generoso em relação ao seu semelhante.
Eram marcantes em Cláudio o seu sentimento de amor à família e o voluntariado em servir sempre, sem olhar a quem, em sintonia com o espírito de cristandade, que era aflorado naturalmente no seu coração quando ele se convocava à prestação do bem e isso se fazia presente na sua vida, no dia a dia.    
Cláudio era muito fácil de ser compreendido, porque o mundo dele se circunscrevia na orla da família e dos amigos, não lhe faltando motivação para se preocupar com a situação de todos aqueles que estavam ao seu redor, estando sempre disposto a prestar alguma forma de ajuda ou contribuição para a solução de qualquer problema, não importando o tamanho das dificuldades.
Ele ficava muito feliz quando ajudava, de uma forma ou outra, seu próximo, porque era assim que ele se sentia bem e realizado na vida, justamente por ter a felicidade de ter praticado o bem.
O sentimento que se tem, agora, é que o Cláudio teve o merecimento ser bondoso e magnânimo em vida, para ter condições e oportunidade de nos deixar essa linda lição de amor ao próximo, como se ele sentisse que a sua passagem entre nós, mesmo com duração reduzida, teria sido bastante proveitosa, no sentido de realizar visível e importante obra na construção do bem.
O pouco de tudo que foi descrito acima tem a confirmação do carinho dos familiares e amigos de Cláudio, pelo tanto de manifestação de pesar e apoio à família enlutada, nas redes sociais, diante da surpreendente despedida de meu querido, amado e inesquecível irmão, que, talvez involuntariamente, sem perceber, deu-me muitas e importantes lições de sabedoria e inteligência sobre a experiência de vida.
Sem dúvida alguma, posso dizer que perdi pessoa especial que gostava de discutir comigo artigos escritos por mim, onde, por vezes, ele me ligava para comentar sobre eles e sempre demonstrando apoio ao seu conteúdo e jamais se manifestando em reprovação ao meu sentimento de inveterado amante da arte literária.
Embora com o coração estraçalhado pela terrível dor, por vê-lo partir tão cedo de nosso convívio, agradeço a Deus por ter colocado, na minha vida, a valiosa companhia de pessoa do quilate do meu amado irmão Cláudio, principalmente, agora, quando se percebe que a sua linda e importante obra foi interrompida incompleta, exatamente por força do desígnio de Deus, cuja sabedoria celestial é incontestável, notadamente sob a compreensão de que os atos vindos Dele não têm conotação senão de beneficiar os seus escolhidos, para a glória do Seu reino e é assim que se pode imaginar que tenha acontecido com nosso eterno amado irmão do bem e do amor, que certamente continuará e terminará a sua belíssima obra junto ao Criador.
E que assim seja o fiel cumprimento da respeitável vontade de Deus.
Brasília, em 2 de maio de 2019

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