quarta-feira, 22 de maio de 2019

Repúdio aos antipatriotas


O presidente da Câmara dos Deputados, após ter rompido publicamente com o líder do governo na Câmara, por críticas que ele teria feito ao Congresso Nacional, afirmou que não irá mais aceitar tratamento desrespeitoso por parte de representantes do governo, em relação ao Legislativo.
O deputado carioca fez ressalva sobre possível responsabilização, nesse caso, do presidente da República, com relação ao comportamento do citado líder, em que pese ele ter dito que o mandatário do país dá "sinais trocados".
Sobre o episódio com o líder do governo, o presidente da Câmara afirmou não ter ficado "zangado com ninguém", mas voltou a dizer que uma charge compartilhada pelo líder, no grupo de WhatsApp do PSL, atacou a Câmara institucionalmente e foi "desrespeitosa", uma vez que a mensagem associava a negociação do governo com o Congresso a sacos de dinheiro.  
Ele disse que ”A publicação é desrespeitosa, mas não foi só ele, porque têm secretários de alguns ministérios que também postaram e nós não vamos aceitar esse tipo de tratamento de alguns membros do poder Executivo e seus representantes, em relação ao poder Legislativo".
O líder do governo, por sua vez, afirmou, a título de justificativa, que a intenção da charge não era para ser ataque ao Parlamento, mas sim, uma forma de chamar atenção sobre a percepção que a sociedade tem sobre os deputados e senadores, porquanto "A minha exortação no grupo do PSL era para que a gente conseguisse mudar a percepção da sociedade em torno de nós parlamentares. Parte da população brasileira só acredita que há diálogo com emendas ou dinheiro envolvido. A existência da charge expressa o que uma parte da população pensa sobre o Congresso".
Enquanto isso, o presidente da Câmara afirmou que não está preocupado com o líder do governo nem com o próprio governo, porque "Estamos preocupados com o povo brasileiro", tendo ressaltado que a Câmara dará demonstração de responsabilidade quando aprovar a reforma da Previdência, em junho ou julho, uma vez que "Conheço a pauta da Câmara, tenho diálogo com todos os líderes. Quem escolhe o líder do governo é o presidente, não estou aqui para discutir líder do governo".
O presidente da Câmara disse que as manifestações em favor do governo e do presidente do país, em forma de críticas, "são sempre muito bem-vindas quando respeitam o Estado Democrático de Direito. Quando elas passam desse tom, não estou dizendo que essas vão passar, aí passa a ser uma manifestação com um objetivo ruim para a democracia brasileira e a relação entre os Poderes, Manifestações podem criticar o Parlamento sem nenhum problema, contanto que respeitem o estado democrático de Direito, nossas instituições para que o Brasil continue sendo uma democracia".
O presidente da Câmara precisa saber que democracia corresponde exatamente à obrigação, no caso específico do poder Legislativo, de haver votação de projetos de interesse da população sem necessidade da imposição de condições, como a deprimente “negociação”, em que o Centrão impõe esse dever por parte do governo, em evidente “diálogo” que nem mais existe nas republiquetas, onde a vontade do povo prevalece sobre os inescrupulosos interesses de parlamentares.
Trata-se de deplorável decadência política que seja preciso “negociação” para a aprovação de qualquer matéria de interesse da população, porque isso não condiz com o salutar princípio democrático e muito menos com a evolução da humanidade, diante da necessidade da prevalência da moralidade no âmbito do Congresso Nacional, que precisa se modernizar e banir de seus quadros os homens públicos sem caráter e possuidores de malformação moral, a exemplo daqueles que integram o famigerado Centrão, que prestam enorme desserviço ao Brasil.
          Embora a charge referida acima possa se tratar de sátira direta aos congressistas, inclusive aqueles considerados honestos e dignos, a sociedade não tem como interpretar diferentemente as insinuações feitas diretamente ao Palácio de Planalto, logo pelo presidente da Câmara, quanto ele alerta constantemente sobre a necessidade de negociações com os parlamentares, dando a entender que o governo precisa abrir os cofres e afiar a pena para assinar nomeações, para satisfazer exigência de interesses inescrupulosos de parlamentares, com enfoque especial para os integrantes do famigerado Centrão.
À toda evidência, o Centrão faz de tudo para aterrorizar o mandatário do país, por meio de absurdas chantagens e ameaças, em especial com relação à aprovação de medidas que são contrárias aos planos e às ações do governo, em demonstração de que ele tem que ceder para que seus projetos possam ser aprovados no Congresso.
É de suma importância que o Congresso corra contra o tempo, para mostrar aos brasileiros outra face bem diferente dessa que transparece diuturnamente, onde desavergonhados deputados desafiam o juízo da opinião pública sobre a sua atuação, deixando transparecer que seus interesses estão muito acima das causas nacionais, com as descaradas exigências de emendas parlamentares e cargos públicos, com destaque para o Centrão, que utiliza a falta de responsabilidade do presidente da Câmara, que não se cansa de propalar que o governo, se quiser aprovar seus projetos, precisa negociar e isso implicar em liberação das exigências impostas pela barganha desses congressistas da velha política, que tem por escopo a satisfação de seus planos políticos, simbolizados, basicamente, por benesses propiciadas pelo Palácio do Planalto.
          Em absoluto, não é verdade, como disse o presidente da Câmara, que "Estamos preocupados com o povo brasileiro", porque se isso, fosse expressão de franqueza, os projetos do governo, que foram enviados ao Congresso, mereceriam celeridade na sua aprovação, compatível com a sua importância para os ajustes das contas da Previdência, que têm por escopo a urgente retomada do progresso brasileiro, com a certeza de que os investimentos no Brasil vão voltar a acontecer, pela entrada ao país do capital estrangeiro, que desapareceu depois das crises econômica e fiscal, que tiveram reflexo na diminuição da produção e principalmente do emprego.
É preciso que os brasileiros se conscientizem de que, a bem da verdade, na forma promíscua como alguns parlamentares exercem o mandato delegado pelo povo, notadamente aqueles que integram o Centrão, qualquer interpretação sobre fisiologismo não passa de pura veracidade, mesmo por que as suas exigências são transmitidas ao Palácio do Planalto por quem os representa, o presidente da Câmara, que a todo instante lembra que o governo precisa criar a sua base no Congresso, por meio de “negociação”, “diálogo” e isso, para bom entendedor, nada mais é do que a reafirmação da materialização do vergonhoso e abominável procedimento adotado por governos do passado recente, que formalizavam alianças espúria, entregando ministérios e empresas públicas nas mãos de abutres aproveitadores dos orçamentos públicos, conforme mostram os fatos e a história.
Convém que os brasileiros honrados e dignos, tendo no peito o sentimento puro e cívico de brasilidade, repudiem, com veemência, os atos espúrios e deprimentes praticados pelos parlamentares integrantes do reprovável Centrão, não permitindo que os defensores desses antipatriotas tentem inverter os valores nada republicanos empregados por eles, que precisam, com urgência, respeitar a liturgia do verdadeiro congressista, observando fielmente os princípios democrático e republicano, no estrito respeito ao mandamento popular, por meio do sufrágio universal, apenas em defesa do interesse público e do bem comum.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 22 de maio de 2019

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