Há
poucos dias, escrevi, em veemente defesa dos animais, principalmente da raça
bovina, que as vaquejadas até poderiam ser enquadradas como manifestação
cultural, mas, nesse contexto, tão somente em tempos remotos, quando não havia os
avanços, a evolução e a modernidade dos equipamentos digitais, em termos de
diversão e jogos, que oferecem ao homem inteligente divertimento de primeira
qualidade, com capacidade superior e sem degradação alguma, para substituir,
com bastante vantagem, as vaquejadas e outras práticas medievais, que são
penosas e infelizmente contribuem para os maus-tratos de animais indefesos,
sendo que toda maldade, via de regra, se reveste em benefício econômico para seus
patrocinadores, que se valem falsamente do pomposo e imaginário título de
manifestação cultural, apenas cabível na sua estreita mentalidade de crueldade.
O
homem “tem” enorme dificuldade para perceber as suas atitudes de irracionalidade
e incapacidade para compreender a gigantesca dimensão da maldade praticada por
ele, ante a sua ganância por resultados econômicos à custa do sacrifício de animais
indefesos, que tal qual o bicho-homem também tem direito à proteção contra os maus-tratos e
a violência que, se evitados, não causam qualquer prejuízo aos seus protagonistas,
senão quanto ao fator econômico, que pode perfeitamente ser canalizado para
outras atividades igualmente lucrativas.
É preciso
que o homem se conscientize sobre a urgente necessidade de entender que ele não
tem direito a causar martírio e sofrimento aos animais nem está autorizado a promover
mutilações e lesões neles, por conta da absurda e banalizada impunidade, que é justamente
o que acontece, normalmente, com os responsáveis pelas vaquejadas e outras
atividades envolvendo animais, que ignoram os graves crimes praticados contra a
preservação da integridade física e psicológica dos animais.
Diante
da insensibilidade e da irracionalidade do homem, algumas pessoas se
manifestaram em apoio à minha crônica, entre elas os amigos doutora Ubaldina Fernandes
e Ditinho Minervino, conforme os diálogos transcritos abaixo, com as
respectivas respostas que fiz a respeito de cada mensagem.
Inicialmente,
Ditinho disse que “Eu
sempre tive essa opinião.”, se manifestando em concordância com o texto e
lamentando a prática de vaquejadas, ainda na atualidade.
Em
razão dessa manifestação, eu disse que isso é sinal de que eu
não estava sozinho em defesa dos animais e que eu também sou a favor da
vaquejada, com certa ironia, desde que o próprio homem faça as vezes dos
animais, o que, com isso, estou defendendo o fim dessa tradição nada elegante,
que não faria a menor falta para o ser humano, porque certamente ninguém
gostaria de passar pelo sofrimento que é imposto aos animais.
Eu, como bom nordestino, que nunca perdia uma vaquejada,
quando morava em Uiraúna, depois de 53 anos morando em Brasília, nunca mais assisti
vaquejada, nem por televisão, e posso dizer que até agora não senti a menor
saudade e jamais participaria de evento nesse sentido, porque tem outras formas
de diversão, que poupam o sacrifício dos animais.
Novamente
o amigo Ditinho disse que “Eu
também não assisto. E até aos 30 anos tinha muitas gaiolas com diversos
passarinhos. Achava lindo eles ‘CANTAREM’. Más depois descobri que eles não
cantavam e sim CHORAVAM! Hoje, não faço gaiolas nem para vender.”
Sensibilizado com o sentimento de amor aos pássaros,
mostrado na mensagem acima, eu disse ao Ditinho que esse seu exemplo sobre a
liberdade dos pássaros demonstra mentalidade que os brasileiros precisam
aprender como importante lição de amor à natureza e o parabenizei pelo lindo gesto
dele, concitando que seu valioso exemplo seja seguido pelas pessoas sensatas e
amantes do meio ambiente, em especial dos animais.
Não
menos importante e expressiva foi a mensagem deixada pela doutora Ubaldina
Fernandes, que mostrou toda sua sensibilidade ante o tema versado na minha
crônica, tendo dito, verbis: “Prática atroz, cruel, e já sem
o menor sentido em dias atuais, quando o catálogo de diversões modernas só
cresce, contemplando todas as idades: dos jogos eletrônicos aos parques
temáticos. Portanto, nem em nome do culto às tradições nem para preservação
cultural justificam-se “pelejas tão abomináveis”, como vaquejadas, brigas de
galo ((rinhas) e quejandos. Incluo nesse execrável rol as lutas “humanas” como
o MMA... outra aberração, que privilegia a violência, a força, o sangue ...
Enfim, onde houver violência aí mora o lado sombrio, o antiético, o desumano, o
contravalor. Devemos estimular os esportes saudáveis, as manifestações
culturais, as criações artísticas que agreguem valor e eduquem positivamente
essa geração, já tão atônita nesse caos moderno, palco de violência e
selvageria urbana (e também rural. Ah!). Ditinho Minervino, também compartilho
de sua opinião: nunca admirei o canto do pássaro engaiolado. Ali, não há canto;
há lamento; há súplica sonora pela liberdade suprimida. Eles querem alçar o
infinito, onde é sua morada, ‘o céu é do condor’, diria Castro Alves... Quem se
delicia com aquele (desencanto) canto oprimido, que ressoa das gaiolas é um
egocêntrico, que chega a crer que há uma sinfonia preparada para si...Doce
engano!!!”.
Nesse
ponto, eu disse à amiga Ubaldina que a parabenizava pelas precisas palavras traduzindo
veemente repúdio ao vandalismo que o homem, sem o menor escrúpulo, pratica
contra o meio ambiente e, em especial, os animais, deixando viva lição de que a
proteção deles depende muito da conscientização do ser humano sobre a
importância da preservação do reino animal e dos demais elementos da natureza.
Os homens precisam se conscientizar de que é muito
importante a sua participação ativa e efetiva, sozinhos ou por meio dos movimentos
em defesa da natureza e dos animais, procurando, de alguma forma, até mesmo
escrevendo crônica, mostrar que a nossa omissão nesse processo de degradação do
meio ambiente e dos animais tem o condão de contribuir para a piora gradativa de
nosso habitat natural, de modo que é preciso que cada pessoa possa ajudar e dar
o seu testemunho em defesa da preservação da vida, em todos os sentidos, em
atitude de proteção contra as pessoas de mentes insensíveis e insensatas, que
não podem concorrer para a destruição do ecossistema do meio ambiente e simplesmente
ficarem impunes.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 23 de maio de 2019
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