quinta-feira, 23 de maio de 2019

Basta de degradação do meio ambiente


Há poucos dias, escrevi, em veemente defesa dos animais, principalmente da raça bovina, que as vaquejadas até poderiam ser enquadradas como manifestação cultural, mas, nesse contexto, tão somente em tempos remotos, quando não havia os avanços, a evolução e a modernidade dos equipamentos digitais, em termos de diversão e jogos, que oferecem ao homem inteligente divertimento de primeira qualidade, com capacidade superior e sem degradação alguma, para substituir, com bastante vantagem, as vaquejadas e outras práticas medievais, que são penosas e infelizmente contribuem para os maus-tratos de animais indefesos, sendo que toda maldade, via de regra, se reveste em benefício econômico para seus patrocinadores, que se valem falsamente do pomposo e imaginário título de manifestação cultural, apenas cabível na sua estreita mentalidade de crueldade.
O homem “tem” enorme dificuldade para perceber as suas atitudes de irracionalidade e incapacidade para compreender a gigantesca dimensão da maldade praticada por ele, ante a sua ganância por resultados econômicos à custa do sacrifício de animais indefesos, que tal qual o bicho-homem também  tem direito à proteção contra os maus-tratos e a violência que, se evitados, não causam qualquer prejuízo aos seus protagonistas, senão quanto ao fator econômico, que pode perfeitamente ser canalizado para outras atividades igualmente lucrativas.
É preciso que o homem se conscientize sobre a urgente necessidade de entender que ele não tem direito a causar martírio e sofrimento aos animais nem está autorizado a promover mutilações e lesões neles, por conta da absurda e banalizada impunidade, que é justamente o que acontece, normalmente, com os responsáveis pelas vaquejadas e outras atividades envolvendo animais, que ignoram os graves crimes praticados contra a preservação da integridade física e psicológica dos animais.
Diante da insensibilidade e da irracionalidade do homem, algumas pessoas se manifestaram em apoio à minha crônica, entre elas os amigos doutora Ubaldina Fernandes e Ditinho Minervino, conforme os diálogos transcritos abaixo, com as respectivas respostas que fiz a respeito de cada mensagem.
Inicialmente, Ditinho disse que “Eu sempre tive essa opinião.”, se manifestando em concordância com o texto e lamentando a prática de vaquejadas, ainda na atualidade.
          Em razão dessa manifestação, eu disse que isso é sinal de que eu não estava sozinho em defesa dos animais e que eu também sou a favor da vaquejada, com certa ironia, desde que o próprio homem faça as vezes dos animais, o que, com isso, estou defendendo o fim dessa tradição nada elegante, que não faria a menor falta para o ser humano, porque certamente ninguém gostaria de passar pelo sofrimento que é imposto aos animais.
Eu, como bom nordestino, que nunca perdia uma vaquejada, quando morava em Uiraúna, depois de 53 anos morando em Brasília, nunca mais assisti vaquejada, nem por televisão, e posso dizer que até agora não senti a menor saudade e jamais participaria de evento nesse sentido, porque tem outras formas de diversão, que poupam o sacrifício dos animais.
Novamente o amigo Ditinho disse que “Eu também não assisto. E até aos 30 anos tinha muitas gaiolas com diversos passarinhos. Achava lindo eles ‘CANTAREM’. Más depois descobri que eles não cantavam e sim CHORAVAM! Hoje, não faço gaiolas nem para vender.”
Sensibilizado com o sentimento de amor aos pássaros, mostrado na mensagem acima, eu disse ao Ditinho que esse seu exemplo sobre a liberdade dos pássaros demonstra mentalidade que os brasileiros precisam aprender como importante lição de amor à natureza e o parabenizei pelo lindo gesto dele, concitando que seu valioso exemplo seja seguido pelas pessoas sensatas e amantes do meio ambiente, em especial dos animais.
Não menos importante e expressiva foi a mensagem deixada pela doutora Ubaldina Fernandes, que mostrou toda sua sensibilidade ante o tema versado na minha crônica, tendo dito, verbis:Prática atroz, cruel, e já sem o menor sentido em dias atuais, quando o catálogo de diversões modernas só cresce, contemplando todas as idades: dos jogos eletrônicos aos parques temáticos. Portanto, nem em nome do culto às tradições nem para preservação cultural justificam-se “pelejas tão abomináveis”, como vaquejadas, brigas de galo ((rinhas) e quejandos. Incluo nesse execrável rol as lutas “humanas” como o MMA... outra aberração, que privilegia a violência, a força, o sangue ... Enfim, onde houver violência aí mora o lado sombrio, o antiético, o desumano, o contravalor. Devemos estimular os esportes saudáveis, as manifestações culturais, as criações artísticas que agreguem valor e eduquem positivamente essa geração, já tão atônita nesse caos moderno, palco de violência e selvageria urbana (e também rural. Ah!). Ditinho Minervino, também compartilho de sua opinião: nunca admirei o canto do pássaro engaiolado. Ali, não há canto; há lamento; há súplica sonora pela liberdade suprimida. Eles querem alçar o infinito, onde é sua morada, ‘o céu é do condor’, diria Castro Alves... Quem se delicia com aquele (desencanto) canto oprimido, que ressoa das gaiolas é um egocêntrico, que chega a crer que há uma sinfonia preparada para si...Doce engano!!!”.
          Nesse ponto, eu disse à amiga Ubaldina que a parabenizava pelas precisas palavras traduzindo veemente repúdio ao vandalismo que o homem, sem o menor escrúpulo, pratica contra o meio ambiente e, em especial, os animais, deixando viva lição de que a proteção deles depende muito da conscientização do ser humano sobre a importância da preservação do reino animal e dos demais elementos da natureza.
Os homens precisam se conscientizar de que é muito importante a sua participação ativa e efetiva, sozinhos ou por meio dos movimentos em defesa da natureza e dos animais, procurando, de alguma forma, até mesmo escrevendo crônica, mostrar que a nossa omissão nesse processo de degradação do meio ambiente e dos animais tem o condão de contribuir para a piora gradativa de nosso habitat natural, de modo que é preciso que cada pessoa possa ajudar e dar o seu testemunho em defesa da preservação da vida, em todos os sentidos, em atitude de proteção contra as pessoas de mentes insensíveis e insensatas, que não podem concorrer para a destruição do ecossistema do meio ambiente e simplesmente ficarem impunes.  
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 23 de maio de 2019

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