sábado, 4 de maio de 2019

O peso da saudade


Diante da crônica que escrevi falando sobre a personalidade do meu querido irmão Cláudio, tenho recebido muitas mensagens em aprovação ao texto escrito por mim, sendo que muitos dos quais fazem referências elogiosas na mesma linha que tenho enfatizado sobre a sua vida e isso constitui motivo de alegria e regozijo para a família, por confirmar tudo aquilo que foi concebido sobre a história dessa importante pessoa que fez parte da minha casa e honrou a minha família.
Uma dessas mensagens de carinho veio da querida prima Tereza Melo Queiroga, que teve a bondade de se expressar nesse sentido: “Querido primo Adalmir, eu fiquei profundamente triste com a partida precoce do Primo Cláudio! Deixa uma lacuna em nossos corações! Pois com ele tive um convívio maior, pois somos da mesma idade: 58 anos! Nossa adolescência foi presente e tivemos um convívio! Mas ele foi no tempo de Deus e agora está no paraíso! Resta-nos uma imensa saudade!!!! Quero externar meus sentimentos a você e todos os outros irmãos e família!!! Um forte abraço! Amo todos vocês.”.
A minha resposta à belíssima mensagem da prima Tereza pode ser compreendida nos termos do texto a seguir.
A verdade é que a nossa maior dor é saber que ele estava em plenas atividades, apenas, segundo Lúcia, a viúva de Cláudio, ultimamente, ele vinha reclamando de dores de cabeça, mas nada fez, em termos médicos, para resolver esse incômodo, porque entendia que se tratava de coisa normal e não quis se consultar com o especialista, mesmo tendo sido pedido por ela, quando aquilo já era visível sinal de pressão alta e o risco era iminente e enorme e as consequências foram inevitavelmente fatais.
Ou seja, talvez se ele tivesse sido mais cauteloso e acatado o pedido da então mulher, ele poderia estar vivo e feliz ente nós, neste momento, tendo evitado tamanho sofrimento com a sua partida tão rápida.
Eu posso lhe dizer, querida prima, que meu prejuízo foi o maior possível com a partida de Cláudio, porque eu tinha relacionamento especial com ele, que era realmente pessoa diferenciada, com a ressalva do esquentamento, quando entendia que as coisas deveriam ser como ele gostava que fossem e isso foi seu gravíssimo erro, mas, como pessoa humana, existem poucas pessoas iguais a ele, que guardava no peito um coração bondoso, generoso, alegre e feliz, que era capaz, por exemplo, de ficar totalmente despido, se necessário fosse, para vestir seu próximo, porque isso lhe satisfazia muito mais do que deixar alguém em dificuldade.
Cláudio foi pessoa que deixou lição de amor que precisa ser disseminada no seio da sociedade, que ainda não aprendeu a valorizar o real sentimento de humanismo como ele externava fácil e espontaneamente, sem o menor interesse senão de praticar o bem e resolver as questões de outrem como se elas fossem dele, mesmo que tivesse que gastar seus escassos e minguados recursos, porque ele não fazia o menor empenho por dinheiro e muito menos por riqueza.
Aliás, a riqueza dele era o seu belíssimo dom de servir com carinho e amor o seu próximo, na compreensão maravilhosa que ele tinha sobre a vida em sociedade.
Embora eu até possa ser suspeito em dizer e enfatizar toda beleza atribuída a Cláudio, por ter sido seu contumaz admirador - pelo simples fato de que, qualquer assunto que se discutisse, ele já tinha a solução pronta -, mas vários depoimentos de testemunhas prestados agora atestam as qualidades e os atributos dele, como verdadeiro cristão que soube entender a dimensão do amor ao próximo como a si mesmo.
É verdadeira e indiscutível a saudade eterna deixada por Cláudio, que foi pessoa simples e amável e cheia de boas lições de vida, tendo contribuído bastante para o bem do seu próximo e certamente dele mesmo, em relação à sua nova missão no plano espiritual.
Posso afirmar que me conformo com a vontade de Deus para levá-lo tão repentinamente de nós, mas o Pai eterno sabe perfeitamente que terei enormes dificuldades para me acostumar, doravante, sem a presença de Cláudio, que foi um irmão que tinha prazer em conversar comigo e vice-versa, diante do proveitoso interlóquio mantido ente nós, muito rico em aprendizagem, e a perda disso é outro motivo doloroso para mim.
Na realidade, o que nos conforta mesmo é a certeza de que já aproveitamos o que pudemos da companhia do querido Cláudio, que foi pessoa, na sua simplicidade, que soube muito bem praticar o amor divino e, por isso, mereceu os nossos carinho e reconhecimento, lamentando que as nossas forças foram impotentes, incapazes, para convencer o bondoso Criador, por meio de nossas orações, que seu filho amado Cláudio poderia ter ficado mais algum tempo conosco, porque a sua presença era verdadeiro refrigério, à luz da sua obra devotada para as coisas do bem e do amor.
Brasília, em 4 de maio de 2019

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