O
candidato do PDT à Presidência da República e ex-governador do Ceará, em entrevista
no programa Provocações, da TV
Cultura, fez duras críticas ao ex-presidente da República petista.
O
pedetista afirmou que teria ficado “deprimido”
ao assistir à entrevista que o petista concedeu aos jornais El País e Folha de São Paulo, tendo esclarecido que o seu desgosto foi
motivado pela falta de autocrítica do ex-presidente.
Ele
declarou que “Eu conheço o Lula. Ele é um
encantador de serpentes, m enganador profissional. Não tem um companheiro com
quem ele não tenha sido desleal ao longo da vida inteira, ele cultiva isso”.
Seguindo
o mesmo tom de bastante aspereza, o político cearense também criticou a base
aliada do petista, tendo afirmado que “se
o ex-presidente se sente preso político, como afirmam seus defensores, ele
deveria pedir asilo em outro país.”.
Em
tom de ironia, ele afirmou: “A petezada
amalucada não percebe a incongruência. Se eu sou acusado falsamente e ameaçado
de prisão arbitrária e política, eu iria a uma embaixada pedir asilo e
denunciar. Se Lula se acha um preso político, é a única saída. Sugeri isso”.
O
pedetista ainda ressaltou que os motivos de não ter declarado apoio ao PT, nas
eleições recentes, mesmo sendo ferrenho opositor ao presidente do país, foram que
os seguidos erros das gestões petistas, que não poderiam ser simplesmente
ignorados, embora, mesmo com seu apoio declarado, o resultado seria o mesmo.
Ele
disse que “Era só olhar para as
pesquisas. Para o bolsominion [sic], o
Bolsonaro pode andar pelado na rua e isso vai ser relativizado. Assim virou o
fanático do PT. Só que eu já engoli m… em nome deles demais. Mais muita. Dilma
1 e Dilma 2, por exemplo. Se ninguém sabia, eu sabia que ela não tinha
experiência de nada. E o Michel Temer eu denunciei que ele rouba há mais de 30
anos. O governo dela foi um desastre transcendental e o PT apaga”.
Com
razão ou não, o político cearense não precisou usar meias palavras para dizer o
que realmente sente sobre o político a quem ele tanto venerou e foi um daqueles
que usufruíram do prestígio dele o quanto pôde, mas, agora, depois dos notórios
maus-tratos recebidos na última eleição presidencial, o pedetista houve por bem
pôr à mesa a sua atual verdade, debulhando todo o rosário de ressentimentos que
restaram da sua relação política com o petista, dando a entender que a sua
índole de moralidade e dignidade não pode mais continuar mantendo relações com “(...)
um encantador de serpentes, um enganador
profissional.(...)”.
Diante da menção sobre o petista ser preso político, convém que
sejam dito e esclarecido que preso político é aquele que se encontra condenado
e encarcerado por força de atos praticados e/ou expressão por meio de palavras
contrárias ou em discordância com o governo ou com o regime político vigente,
de modo que o seu comportamento, em dissonância com a forma política em prática,
tenha sido considerado prejudicial ao mandatário, o que pode significar que se
trate, nesse caso, de governo ditatorial.
Nos países civilizados, a prisão política é interpretada pelos
especialistas como sendo violação dos direitos humanos, diante do emprego de
medidas abusivas de repressão à liberdade de expressão.
Ou seja, tem sido muito comum que a existência de presos
políticos esteja, em regra, vinculada a regimes políticos ditatoriais, como vem
acontecendo, com bastante frequência, na Venezuela e em outros países
totalitários.
A bem da verdade, o petista não foi preso por questões políticas,
por não haver qualquer fato ou acusação que se relacione a esse assunto, mas
sim é preciso se entender que a sua condenação ocorreu por força da prática de
crimes comuns, assim caracterizados como corrupção passiva e lavagem de
dinheiro, em razão do que ele ficou impedido de usufruir os direitos políticos,
conforme disposição constante da Lei da Ficha Limpa, que, por ironia do
destino, foi sancionada pelo próprio petista.
A interpretação sobre preso político não pode ser feita sem se consultar
a Lei de Segurança Nacional de nº 7.170/1983, que estabelece que são crimes
políticos os atos que “lesam ou expõem a
perigo de lesão a integridade territorial e a soberania nacional; o regime
representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito; e a pessoa dos
chefes dos Poderes da União”.
Diante disso, à luz do ordenamento jurídico pátrio, de modo
algum, o ex-presidente pode ser considerado preso político, porque a sua
condenação decorre, repita-se, da prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem
de dinheiro, o que é bem diferente de crime político, à vista da definição legal
acima.
No
caso do petista, houve o devido processo legal, com a devida observância aos
ritos previstos na legislação de regência e ele foi absolutamente favorecido com
mais de oitentas petições e recursos às instâncias apropriadas, somente no caso
do tríplex, sendo praticamente vencido em todos eles, o que bem demonstra a legitimidade
dos procedimentos adotados no caso dele.
Causa
verdadeiro espanto que seus seguidores não compreendam dessa forma, possivelmente
por questão absolutamente consentânea com a sua ideologia, sob a acepção
segundo a qual não seja possível que pessoa excepcional, em termos políticos,
seja capaz de cometer qualquer deslize, embora as investigações e os elementos
coligidos aos autos confirmem a materialidade da autoria dos fatos denunciados à
Justiça, à luz do esposado entendimento de, pelo menos, oito magistrados, que o
julgaram e o condenaram à prisão, por unanimidade, não havendo uma única voz
discordante, o que bem demonstra o peso das provas, uma vez que os julgadores são
profissionais especializados no julgamento de processos semelhantes ao do
petista, restando muito pouca margem para se desacreditar do resultado dos
julgamentos.
Desta
feita, o que se pode acreditar é que, agora, o pedetista esteja dizendo a
verdade, sendo sincero nas suas palavras, com a convicção de que o petista “(...)
tenha sido desleal ao longo da vida
inteira, ele cultiva isso.”.
É
evidente que, para se ter tanta convicção sobre a deslealdade de alguém, ao
longo da vida, é preciso que a pessoa o conheça e acompanhe a sua trajetória de
vida, sob pena de não ter base segura para se fazer afirmação com a
tranquilidade como o pedetista acaba de declarar, certamente depois de enorme decepção,
em que seus planos políticos tenham sido prejudicados, a ponto de não mais
valer a pena se manter aliança com gente desleal, que somente compensava
enquanto essa deslealdade satisfazia seus planos políticos, pelo é assim que se
pode intuir, diante de afirmações com tamanha contundência
Na
verdade, essa declaração de que o cearense sabia que o ex-presidente sempre
agiu com deslealdade com os companheiros, inclusive com ele, tem o condão não
somente de mostrar a índole maléfica do principal político brasileiro, mas notadamente
a indignidade de quem sempre demonstrou apoio incondicional, à exceção da última
eleição, por motivos exatamente contrários aos seus interesses políticos.
Ou
seja, essa declaração de deslealdade, se verdadeira, conspira igualmente para
ambos os políticos, por mostrar a sua falta de sinceridade em defesa de
atividade política honesta e digna, na forma como ela é normalmente praticada nos
países sérios, civilizados e evoluídos, em termos políticos e democráticos.
Finalmente,
se o petista é realmente tudo isso que foi dito pelo político cearense, de que “(...) Ele é um encantador de serpentes, um
enganador profissional. Não tem um companheiro com quem ele não tenha sido
desleal ao longo da vida inteira, ele cultiva isso.”, em razão de ele sempre
ter sido do círculo de amizade e confiança do ex-presidente, a quem venerava ao
extremo e nunca se cansou de endeusá-lo, evidentemente enquanto as alianças políticas
lhe eram favoráveis, fica no ar a pergunta que muitos brasileiros gostariam de
saber a resposta: por que muitas pessoas ainda idolatram e acreditam nele como
sendo pessoa sincera e não um enganador profissional?
Brasil:
apenas o ame!
Brasília, em 17 de maio de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário