domingo, 23 de maio de 2021

Almoço indigesto?

 

Em ambiente o mais amistoso possível, conforme mostrou a imprensa, os ex-presidentes da República tucano e petista se encontraram em confraternizado almoço, evidentemente objetivando possível selo político, em futuro breve.

A assessoria do petista disse em postagem na mídia que, “A convite do ex-ministro Nelson Jobim, o ex-presidente Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se reuniram para um almoço com muita democracia no cardápio. Os ex-presidentes tiveram uma longa conversa sobre o Brasil, sobre nossa democracia, e o descaso do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia.”.

Dias antes desse encontro, o tucano havia afirmado, em entrevista, que, nas eleições de 2022, votaria no petista contra o atual presidente do país e que, na última disputa presidencial, ele, pela primeira vez, anulou o voto, no segundo turno.

Já o petista disse que Eu gostei da entrevista do FHC. Sempre tivemos uma disputa civilizada. Ele me conhece bem, conhece o Bolsonaro. Fico feliz que ele tenha dito que votaria em mim e eu faria o mesmo se fosse o contrário. Ele sempre foi um intelectual e sabe que não dá pra inventar uma candidatura.”.

Ao que tudo indica, o petista vem se animando com as pesquisas que mostram que ele tem boas chances para derrotar o atual presidente do país, embora tudo ainda se encontre bem distante do pleito presidencial e muita água ainda há de correr sob a ponte.

Não obstante, o líder petista aproveita o bom momento para começar a campanha rumo ao Palácio do Planalto, tendo intensificado os contatos com importantes lideranças políticas, já se antecipando com o preparo do terreno apropriado à ferrenha batalha que se imagina que irá travar com o atual presidente, que certamente poderá ser a mais violenta de todos os tempos, à vista da índole belicosa de ambos, que deverão empregar os recursos possíveis e impossíveis, em termos de estratégia política.

Depois dessa conversa, por coincidência, vem circulando nas redes sociais vídeo muito interessante da lavra do tucano, que é bem conhecedor do petista, segundo afirmação deste, que tem o seguinte conteúdo, verbis: “Eu ouvi durante 13 anos, quase sempre silenciosamente, alguém que dizia nunca como antes. É verdade, nunca como antes se roubou tanto neste país. É verdade, o país foi quebrado pelo PT. Foi quebrado pelo lulupetismo. E essa crise que aí está, de como disse o governador Alckmin, vai custar caro ao povo brasileiro, é deles e não é nossa. Agora, recentemente, eu disse, nos Estados Unidos, em homenagem que me fizeram, em vários momentos, eu perdi a popularidade. Popularidade se perde e se ganha outra vez. O que eu nunca perdi foi a credibilidade e, quando se perde a credibilidade, não há mais como recompô-la.”.

Causa extrema perplexidade importante político brasileiro, em determinado momento, ter absoluta consciência sobre situação merecedora de reprovação e do julgamento dele como sendo condenável e inadequado, em termos de conduta político-administrativa, a demonstrar visível caso de indiscutível imoralidade, como no caso transcrito acima, que é muito claro e objetivo.

Ali, o tucano reconhece que “nunca como antes se roubou tanto neste país. É verdade, o país foi quebrado pelo PT. Foi quebrado pelo lulupetismo”, dando a entender que ele estava plenamente consciente das suas faculdades mentais, quando fazia afirmações da maior gravidade, em protesto contra a roubalheira protagonizada por seu pseudo adversário político, dizendo, literalmente que o partido dele havia roubado o país e ainda por cima o quebrado, tamanha a força da dinheirama desviada dos cofres públicos, fato que ensejaria o entendimento de extrema indignação diante da roubalheira perpetrada contra o patrimônio dos brasileiros.

Nas circunstâncias, até parece que o mundo tivesse sido girado por 360º e a vida no Brasil experimenta o maravilhoso do recomeço depois de tudo ter sido explicado e justificado quanto à imundície e às roubalheiras perpetradas nos cofres públicos por verdadeiros inescrupulosos aproveitadores, de modo que tudo tivesse sido apenas algo muito mal-entendido, em que não tivesse havido roubalheira de absolutamente nada e muito menos prejuízo aos interesses dos brasileiros, mas a verdade não foi mexida, porque a roubalheira realmente ocorreu, ninguém assumiu nada nem houve responsabilização e o pior é que o principal quer simplesmente voltar ao poder, dando a entender sim que os brasileiros são gentes ingênuas, imbecis e acima de tudo conformadas com a truculência das roubalheiras.

Por favor, acordem, brasileiros, porque tudo o que foi investigado, apurado e levantado sobre o desvio de recursos públicos, para a compra da consciência de inescrupulosos parlamentares, na forma do que foi caracterizado no escandaloso mensalão, e para os financiamentos de campanhas milionárias e enriquecimentos de políticos e outros desavergonhados e aproveitadores do dinheiro público, por meio do deplorável petrolão, tudo sob o comando do petista, segundo os resultados da Operação Lava-Jato, continua exatamente tudo conforme os registros sobre os fatos tristes e lamentáveis.

Não houve nada capaz de justificar tamanha falta de caráter por parte de seus protagonistas, que não tiveram a dignidade para assumir seus atos vergonhosos de imoralidade e indignidade perante a sociedade e ainda tentam voltar ao cenário político, evidentemente na presunção de serem verdadeiros injustiçados, quando os prejudicados mesmo foram os brasileiros, que assumiram o ônus dos prejuízos decorrentes das roubalheiras.

Nesse deplorável cenário, tanto é desacreditado o ex-presidente tucano, que não se envergonha de afirmar, no passado, a roubalheira do Brasil, que agora faz de conta que não aconteceu nada de grave, mas também todos os brasileiros que, da mesma forma como o tucano, preferem fechar os olhos para episódio extremamente lastimável e degradante, em termos de decadência moral da gestão pública, fato este que exige não somente repúdio ou protesto, mas total execração por todos os meios, diante da infinidade da desmoralização dos princípios prevalentes na administração pública.

É induvidosa a extrema insensatez dos brasileiros que apoiam político, em especial para para comandar o Brasil, sem a mínima condição moral para exercer cargo público eletivo, em razão de possuir o pior currículo como gestor de recursos públicos, manchado que se encontra por graves suspeitas da prática de atos irregulares, em evidente falta de respeito não somente aos princípios republicano e democrático, mas, em especial ao Brasil e aos brasileiros honrados, à vista das denúncias de improbidade administrativa constantes de vários processos em tramitação na Justiça.

Esses fatos têm o condão de impedir que o cidadão se habilite, exatamente por questão de moralidade cívica, diante da falta de condições dignas para a representatividade política, à vista da exigência do preenchimento dos requisitos inerentes à conduta ilibada e à decência quanto às práticas de atividades públicas, que estão ausentes na figura do político, que precisa se conscientizar de que a dignidade na vida pública se faz por meio de atos revestidos de imaculabilidade.

Ao contrário disso, convém que o político tenha honestidade e dignidade para somente pleitear exercer cargo público depois de provar ser possuidor de ficha corrida limpa, isenta de qualquer suspeita ou acusação da prática de atos irregulares, porque essa é a maneira inteligente e sábia de respeito à honradez dos brasileiros, que precisam não aceitar que pessoas indignas moralmente, por seu passado nebuloso e maculado por suspeita da prática de atos irregulares, possa representar o Brasil e seu povo, porque isso não condiz com os princípios verdadeiramente republicano e democrático, ante a seriedade que precisa ser imperada nas atividades político-administrativas.

A impressão que se tem é a de que o próprio político ignora completamente os fatos denunciados à Justiça, como se nada tivesse acontecido de anormal ou irregular contra ele, para, ao que parece, se beneficiar da situação como se ele fosse vítima, mesmo sendo o principal alvo das suspeitas, que merecem, no mínimo, o seu afastamento da vida pública, como forma imperativa de respeito à dignidade do povo, enquanto perdurarem ativas as suspeitas de irregularidade.

O político sob suspeita da prática de atos irregulares, como é o caso do petista, não merece o mínimo de respeito e seriedade enquanto não provar a sua inocência, porque é exatamente assim que procedem os homens públicos responsáveis, em especial nos países evoluídos, sérios e moderno, diante da representatividade da sujeira para a imagem tanto do país como do seu povo, quando este consegue fechar os olhos para situação esdrúxula e estapafúrdia de se aceitar conviver nesse estado de visível imundície política, dando a entender a total falência dos saudáveis princípios republicano e democrático, além da demonstração da inexistência de homens dignos e competentes, com capacidade para liderar campanha por moralização do Brasil, não permitindo que pessoa decadente política e moralmente possa sequer pleitear exercer cargo público eletivo.

Urge que os brasileiros dignos e honrados se rebelem contra a vontade de político em visível decadência ético-moral, à vista das suspeitas da prática de atos irregulares contra a administração pública, mesmo sendo do direito dele, mas também o é do povo, em contrário, para o fim de se manifestar veementemente não aceitando verdadeira excrescência na tentativa de se comandar o Brasil, ante a falta de credibilidade e legitimidade.   

Nessas circunstâncias visivelmente degradantes, compete aos brasileiros honrados e dignos, à unanimidade, se indignarem em veemente repúdio à tentativa de se esculhambar ainda mais a imagem do Brasil, em termos da banalização da imoralidade político-administrativa, de modo que não se ignore o imperativo dos princípios da ética, da moralidade, da dignidade, da honorabilidade, entre outros na sua administração, como maneira responsável capaz de se assegurar o respeito e a credibilidade do seu povo, sob pena cair no estrondoso ridículo da mediocridade de se possibilitar que pessoa envolvida em escândalos exerça atividades na vida pública, antes da comprovação da sua inocência perante o Poder Judiciário, ante a necessidade da seriedade, evolução, modernidade e respeitabilidade.

Brasília, em 23 de maio de 2021

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