Vem circulando, nas redes sociais, mensagem constando a
fotografia do presidente da República, onde se lê, verbis: “Se esse
pobre homem batesse na porta da sua casa pedindo ajuda, o que você diria a ele”?
Inicialmente, é preciso
se reconhecer, a bem da verdade, que não passa de demagogia se afirmar que o cidadão
a que se refere a mensagem seja "pobre homem", salvo se a referência
for em relação a alguns atributos dele mostrados ao longo do seu governo,
diante de inúmeras deficiências que certamente poderiam ter contribuído para o
incremento de tantas mortes causadas pela Covid-19.
À vista disso, eu
procuraria ser o mais generoso, sincero e honesto possível para com esse considerado
assim “pobre homem”, de maneira certamente equivocada, no sentido de recebê-lo
na minha casa e manter com ele conversa do mais alto nível de educação e inteligência,
no âmbito de pessoas adultas, conscientes das responsabilidades cívicas, em
especial, quanto aos sentimentos de brasilidade e cidadania, para tentar transmiti-lo
um pouco das verdades que ele parece ter dificuldades para enxergar e
compreender, em nível de racionalidade, competência e humanidade, obviamente
sob o meu prisma de compreensão sobre os fatos da vida.
Eu diria para ele que a
desgraça que acontece contra os brasileiros, em especial quanto ao combate à
crise da pandemia somente tem a culpa da insensibilidade, da incompreensão e do
negativismo por parte de quem tem a incumbência de adotar as medidas
pertinentes à grave situação da saúde pública, procurando mostrar que, em
momento de dificuldade, têm vários e bons caminhos a serem seguidos, sendo que
um dos principais é precisamente o diálogo amplo e transparente com as pessoas
de boa vontade e realmente interessadas para a produção de medidas eficientes e
efetivas contra todos os males, sob a compreensão de que o inimigo a ser
combatido é o vírus, exigindo que todos se unam contra ele.
Para tanto, é sempre
importante a participação mais ampla possível da sociedade, inclusive dos
principais adversários políticos também envolvidos nas questões, no sentido de
convencê-los ao empenhamento na busca das melhores iniciativas que levem à
imediata solução dos gravíssimos problemas dos brasileiros, para o fim da qual não
interessa agradar somente a A ou B, mas sim a todos os governantes, que
precisam se conscientizar sobre a necessidade de se encontrar a paz e a união
para cuidar da saúde dos brasileiros de mãos dadas.
Eu diria para ele que a
irresponsabilidade que vem sendo alimentada por disputas políticas, sem
precisar indicar os principais interessados nessa forma deprimente de se cuidar
de calamidade humanitária, não encontra a menor justificativa plausível, senão para
se demonstrar completa irracionalidade por parte das principais lideranças
nacionais para se cuidar de tão importante e grave problema causado pela
Covid-19.
Eu diria para ele que
causa perplexidade não aparecer ninguém de bom senso para levantar a bandeira
branca da paz e afirmar que todos são insensatos, por estarem interessados em somente
salvar seus planos políticos, mesmo ao meio de intensa crise pandêmica, em
completo detrimento das causas da população, que vem padecendo e se
sacrificando no torvelinho dessa guerra violenta e injustificável alimentada
por disputa política, diante do envolvimento de essenciais vidas humanas, que
merecem e exigem todo sacrifício para o seu salvamento, que vem sendo
prejudicado justamente por falta de consenso entre os políticos insensatos e
prepotentes, muitos dos ainda elegem a Justiça para tentar dificultar ainda
mais o relacionamento que poderia ser feito por meio do diálogo e do entendimento
entre pessoas normais, que são os meios recomendados para a mediação das questões
envolvendo vidas humanas.
Eu diria a esse “pobre
homem” que é com muita tristeza que se percebe o longo tempo já perdido se
discutindo fúteis e inúteis interesses apenas de natureza política e
relacionados estritamente a causa pessoal, sem levar a absolutamente nada, em
termos de benefício social, enquanto a vida dos brasileiros permanece exposta
ao sabor da insensibilidade, da incompetência e da irresponsabilidade
administrativas, apenas se deteriorando à espera de milagre que jamais irá
acontecer, diante desse horroroso quadro sob a incumbência de quem já
demonstrou a sua incapacidade de agir e decidir em nome do interesse da
população.
Eu diria, com muita
sinceridade, honestidade e respeito a esse considerado "pobre homem"
exatamente o muito que ele deixou de fazer em benefício do interesse público,
que a participação dele como gestor do combate à crise da pandemia foi sim
estrondoso e decepcionante fracasso, precisamente porque ele tinha o poder para
tomar a iniciativa de priorizar, a todo custo, as atenções do seu governo para
lutar brava e penhoradamente contra o pior inimigo da saúde dos brasileiro, mas
o que se viu foi a dispersão das ações e omissão generalizada, inclusive sob o
comando do principal órgão incumbido da execução das políticas governamentais
referentes à saúde pública, que ficou acéfalo, por quase um ano, quando poderia
ter sido o principal agente indutor do ferrenho combate à pandemia.
Na verdade, eu diria para ele que a
indiferença à gravidade da crise, em princípio, tratada com desdém, foi a marca
patenteada pelo governo, em cristalina demonstração de descaso à mais grave
calamidade humanitária que se abateu contra a população, que apenas mereceu a
atenção e o tratamento minimamente necessários, sem nada de extraordinário como
deveria ter sido feito em benefício da preciosidade da vida dos brasileiros.
Diante da longa
conversa, com certeza, era inevitável a alternativa do aconselhamento para ele meditar
longamente sobre todos os atos adotados e não praticados no seu governo, como
forma de avaliação sincera e honesta sobre a sua gestão e, ao final e ao cabo,
se ele chegasse à conclusão de que tudo se houve em conformidade com os
sentimentos do administrador que realmente merecem os brasileiros, mesmo diante
da montanha de mortes causadas pela Covid-19, seria o caso da imediata desistência
dos planos políticos da reeleição, à vista da disparidade do que seja razoável,
em termos humanitários.
Eu diria para esse “pobre
homem” que, certamente, o sucessor dele, se tiver o mínimo de perspicácia
político-administrativa, jamais permitirá que a população seja tão castigada
como vem sendo nesse governo com as marcas da insensibilidade, incompetência e
irresponsabilidade, no que se referem aos cuidados próprios do combate à
pandemia do coronavírus, à vista da contabilização de mais de 450 mil mortes de
brasileiros, sendo que muitas das quais são decorrentes da falta de medidas
preventivas, em especial do imunizante, que chegou com bastante atraso e
diminuta eficácia e outras inerentes ao emprego de mecanismos de prioridade,
conforme discutido acima.
Eu aproveitaria o
ensejo para dizer a esse “pobre homem” que ele simplesmente perdeu excelente oportunidade
para se tornar o político mais querido, venerado, idolatrado e até endeusado da
história deste país, ao receber precisamente no seu governo, embora em circunstância
extremamente nefasta e indesejável, algo que nenhum outro presidente brasileiro
mereceu tamanha oportunidade para se destacar acima das nuvens, precisamente com
o aproveitamento dessa desgraça da pandemia do coronavírus, tragicamente
recebida como espécie de “presente” milagroso do deus da Covid, para, sobre o terrível mal, operar verdadeiro
milagre de bondade, generosidade, acolhimento, compaixão e acima de tudo
caridade à população.
Seria o caso, em se
tratando de governo inteligente e competente, de ter sido feito o melhor, em
termos de saúde pública, mediante a priorização do emprego dos melhores dedicação,
empenho, comprometimento, interesse e boa vontade da máquina pública, que seria
destinada exclusivamente ao integral combate à pandemia do coronavírus, não
faltando absolutamente nada que fosse necessário para a superação de tão
terrível mal.
Tudo isso no sentido do
entendimento de que a vinda ou o aparecimento da Covid-19 estaria sim no
encaixa da necessidade da transformação, em passe de mágica, do governo no melhor
do mundo, bastaria tão somente o emprego do estabelecimento de prioridade ao
combate à doença, com a determinação de que nada seria feito na administração sem
antes cuidar das questões relacionadas com a crise da saúde pública e de fato
tudo tivesse sido feito nesse sentido.
Eu diria a esse “pobre
homem” que ele não foi capaz de atinar para a realidade sobre a crise que
precisava ter sido enfrentada com a maior seriedade que um governo competente e
sério poderia imaginar, sob a necessidade do emprego de políticas específicas contra
as questões da pandemia, sob a conveniente prioridade da implantação de órgão
próprio para cuidar exclusivamente de tudo sobre a doença, mediante a disponibilização
de todos os recursos, em termos de pessoal e material, e a dedicação exclusivamente
para tratar da saúde nacional, tendo a centralização, o comando e a coordenação
do governo federal, com a participação das unidades estaduais e municipais, de
modo que todas as ações e medidas demandadas tivessem por único objetivo a
saúde dos brasileiros, sem necessidade alguma de politização nem disputas sobre
influência de poder.
Eu diria a esse “pobre
homem” que teria sido preciso se levar em conta exclusivamente a importância e
a valorização de vidas humanas, ficando decidido que as demais questões
referentes aos interesses políticos e pessoais, além dos econômicos, entre
outros por mais importantes que fossem, ficariam adiados para momentos depois
da solução definitiva das questões pertinentes à pandemia, durasse o tempo que
fosse, porque uma nação de homens sérios, evoluídos, competentes, inteligentes
e responsáveis, em termos dos cuidados sobre o interesse público, somente podem
pensar, como prioridade, no bem-estar da população.
Eu diria para esse “pobre
homem” que o verdadeiro estadista é o homem público que defende, com fervor, seus
projetos políticos, por ser da sua essência enquanto não estiver no exercício
do cargo delegado pelo povo, porque, nesta condição, é do seu dever primacial a
exclusiva e prioritária defesa do interesse da população, quanto mais em se
tratando de pandemia da gravidade do coronavírus, que tanto aflige a vida dos
brasileiros.
Ante o exposto, concito
os brasileiros imbuídos dos melhores propósitos de nacionalidade, que se juntem
às pessoas que defendem os interesses da população, para possibilitar a formulação
do entendimento de que todos precisam acolher o presidente da República nas
suas casas, para dizerem a ele, com muita clareza, precisamente a verdade sobre
o sentimento angustiante de quem sofre terrivelmente diante do descaso, da
insensibilidade, da incompetência, do desprezo e da irresponsabilidade no
enfrentamento da calamidade humanitária decorrente da tragédia da pandemia do
coronavírus, na certeza de que tudo que possa ter sido feito não representa
absolutamente nada do que realmente necessitava fazer para salvar preciosas
vidas humanas.
Brasília, em 30 de maio
de 2021
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