domingo, 16 de maio de 2021

Notícia tendenciosa?

 

A imprensa repercutiu, ontem, a seguinte notícia, verbis: “Pesquisa do Instituto Datafolha publicada neste sábado, 15, mostra que 49% dos brasileiros apoiam o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, enquanto 46% se dizem contrários.”.

Levando-se em conta o levantamento anterior, verifica-se que houve crescimento da rejeição ao presidente do país, porquanto ela refletiu que 50% dos pesquisados afirmavam se opor ao impeachment, enquanto 46% se declararam a favor.

Na série de sondagens do Datafolha sobre o tema, o impeachment chegou a ser rejeitado por 53% dos entrevistados em janeiro, ante 42% o apoiando.

A última pesquisa também foi a primeira em que os eleitores consultados são favoráveis ao afastamento do presidente brasileiro, de acordo com o Datafolha.

Apesar da vantagem numérica, a situação é considerada como empate técnico entre as duas opiniões, à vista de os índices estarem oscilando dentro da margem de erro da pesquisa.

O Instituto Datafolha esclarece que foram entrevistadas, presencialmente, 2.071 pessoas, em todo o Brasil, nos dias 11 e 12 deste mês.

O detalhamento da pesquisa revela ainda que o apoio ao afastamento do presidente do país é maior entre jovens de 16 a 24 anos, com 57%; moradores do Nordeste, também com 57%; desempregados que procuram emprego, com 62%; e pessoas que dizem ter muito medo do coronavírus, com 60%.

          Já entre eleitores do ex-presidente da República petista, o apoio ao impeachment atinge o patamar de 74%.

Conforme consta do primeiro parágrafo, a pesquisa “mostra que 49% dos brasileiros apoiam o impeachment do presidente Jair Bolsonaro,”, onde se percebe no texto vergonhosa e mentirosa afirmação, tendo por cristalino objetivo, ao que tudo indica, distorcer a realidade dos fatos, quanto ao verdadeiro resultado da pesquisa, certamente com a finalidade de causar real estrago à imagem política do presidente do país, quando se afirma que percentual expressivo de brasileiros, que são os integrantes do país, quando apenas parcela, menos da metade de 2.071 eleitores, é favorável a essa medida, o que, convenhamos, há estrondoso distanciamento da verdade estatística.

Pois bem, a mídia aproveita o resultado de pesquisa realizada tão somente com a participação de pouco mais de 2.000 mil eleitores, no universo de mais de 150 milhões de pessoas habilitadas ao voto, em apenas 146 municípios, entre mais de 5.750 municípios, e tem o disparate criminoso e irresponsável de concluir que os brasileiros apoiam o afastamento do presidente do país.

Para o bem da verdade e da justiça, a notícia em causa deveria cingir-se tão somente ao resultado da consulta realizada entre apenas 2.071 eleitores e simplesmente afirmar que quase a metade deles é favorável ao impeachment do presidente brasileiro e apenas isso.

À vista do universo representativo de mais de centena e meia de milhões de eleitores, somente dois mil eleitores não servem de modo algum como amostra estatística para se fazer afirmação tão forte e contundente como essa, diante da inexpressividade dos números comparativos, que não merecem a menor credibilidade, cujos órgãos de comunicação que patrocinam notícias mentirosas como essa deveriam, no mínimo, se envergonharem por faltar com a verdade sobre informações relevantes para os brasileiros, ante as suas notórias inconsistência e plausibilidade.

A verdade é preciso que seja dita que muitos brasileiros podem realmente se sentirem insatisfeitos com o desempenho do presidente do país, em especial quanto ao combate do governo federal à temível pandemia do coronavírus, à vista das indiscutíveis indiferença e insensibilidade dele à gravidade da doença, conforme seus pronunciamentos, atitudes e mesmo falta de ações efetivas que poderiam ter sido adotadas, a exemplo da mobilização entusiástica contra a doença, principalmente no sentido de liderança e coordenação centralizadas pela União, contando com a participação das autoridades da federação, tendo por finalidade a execução de ações conjuntos e uniformes contra o mal do século.

Não há a menor dúvida de que jamais estar-se-ia falando, neste momento, em afastamento do presidente da nação se ele tivesse se transformado em verdadeiro marechal do fronte, com a liderança de medidas revolucionárias e altruístas contra a pandemia, mostrando extrema sensibilidade à importância da saúde e da vida dos brasileiros, no sentido de priorizar todas as políticas do governo contra a Covid-19, não apenas tendo promovido o indispensável, que qualquer governo medíocre, incompetente e irresponsável faria, por mera imposição legal inerente ao cargo que ocupa.

No caso, em se tratando de pandemia de vírus de altíssima letalidade, como o representado pela Covid-19, os máximos empenho e cuidados do governo federal ainda teria sido pouco, à vista da preciosidade da saúde e da vida dos brasileiros, que estão extremamente entristecidos com a violenta perda de centenas milhares de pessoas amadas, compreendendo aí que muitas delas poderiam ainda estar entre nós, caso não tivesse ocorrido esse triste quadro de incontestável insensibilidade à importância dos princípios humanitários, que, ao contrário, exigem o máximo de esforço, boa vontade e interesse por parte de quem tem a incumbência constitucional de zelar pela saúde pública dos brasileiros.

Enfim, a pesquisa, mesmo com a composição de meia dúzia de gatos pingados, no bom sentido, ante a sua insignificância em relação ao universo de eleitores, serve como verdadeiro alerta ao presidente da República e às autoridades incumbidas do combate à pandemia do novo coronavírus, no sentido de que ainda há tempo suficiente para que a saúde e a vida dos brasileiros sejam tratadas com a maior dignidade possível, porquanto é preciso que elas tenham a priorização entre as políticas do governo, a exemplo do que fizeram os estadistas que enfrentaram a doença com sensibilidade, zelo e amor aos princípios humanitários e extremo respeito à dignidade ao cargo delegado pelo povo.

Brasília, em 16 de maio de 2021             

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