segunda-feira, 3 de maio de 2021

A importância das divergências

         Em crônica que discorri sobre a insensatez de brasileiros que apoiam político sem condição moral para exercer cargo público eletivo, em razão do seu currículo manchado por suspeitas da prática de atos irregulares, em evidente falta de respeito não somente aos princípios republicano e democrático, mas, em especial ao Brasil e aos brasileiros honrados, o ilustre conterrâneo e respeitável Ubiracy Vieira Veloso se manifestou de maneira muitíssima carinhora, ao dizer que “A lucidez deste texto, da-me vontade de aplaudir de pé, o ilustre e respeitado conterrâneo. Sinceramente, estou simplesmente impactado com a penetração e clareza e a inteligência do ilustre autor. Continue com todo destemor e, avante com seu arrojo. Parabéns.”.

Em resposta ao aludido comentário, eu disse que teria ficado muitíssimo honrado com a sincera avaliação sobre o meu texto, pela importância dele como peça literária bem apropriada para a atualidade, onde se percebe, com muita tristeza, a vontade do ressuscitamento político de homem público que até pode ter sido importante para o país, mas a verdade é que os fatos mostram que isso poderia ser desastroso para a nação, na atualidade, diante da sua condição de cidadão envolvido com suspeita de irregularidades e ainda fortemente implicado com vários processos na Justiça, o que significa dizer que a sua imagem de homem público não condiz com a dignidade e a honradez exigidas para o exercício de cargo público eletivo, à vista da flagrante afronta aos princípios republicano e democrático, quando os brasileiros anseiam por saudáveis mudanças de moralidade da administração do Brasil.

Na ocasião que li a mensagem em referência, fiquei tão entusiasmado, diante da forma estilosa de elogio ao meu texto, que disse que queria não ser o autor dele, verdade sim, porque assim eu poderia fazer avaliação isenta, bem sincera, para simplesmente dizer, evidentemente de maneira extremamente exagerada, embora seja o que sinto, que se trata de verdadeira obra-prima, pelas lucidez e objetividade.

O texto aborda tema que ninguém se atreve a escrever com tanta simplicidade, coragem e um tanto de abrangência, porque poderia ser ainda maior, mas, mesmo assim, ele é muito esclarecedor, por explorar detalhes que o assunto exige, diante da sua importância relacionada não somente com a premente necessidade da moralização da administração pública, mas, em especial, com a suma importância da consciência cívica, que exige que o cidadão tenha o devido amor ao Brasil, não permitindo que homens públicos impudicos e aproveitadores da falta de memória de brasileiros sequer pensem em se envolver em prática atividade pública, como representante do povo, que normalmente é honrado e digno, não merecendo ser governado por pessoa que esteja absolutamente fora dos padrões de compatibilidade com a conduta ilibada e os princípios da moralidade e da dignidade.

Em termos da moralidade e da dignidade na administração pública, na atualidade, não se pode mais fechar os olhos para os homens públicos que são acusados da prática de corrupção, em total degeneração dos princípios republicano e democrático, porque isso representa desmoralização à importância do cargo público e completo desprezo à coisa pública, como é o caso do político alvo da crônica, que tem ficha manchada com a sujeira decorrente de atividades na vida pública.

Não obstante, ainda há brasileiros insensatos e alheios aos sentimentos da decência na administração pública que o defendem para presidir o Brasil, o que não parece, à luz do bom senso e da razoabilidade, fazer o menor sentido, não somente diante da evolução da espécie humana, que tem o dever de pensar em estrita compatibilidade com seriedade e racionalidade inerentes à sua natureza humana, mas em especial quando o país precisa urgentemente de moralidade e correção na gestão dos recursos públicos, à vista da imperiosidade do zelo para com a coisa pública.

Na verdade, o principal objetivo desse texto fica muito claro, que é o de mostrar que as pessoas apaixonadas pelo político simplesmente não podem dizer que amam de verdade o Brasil, porque os brasileiros merecem ser presididos por homem público imaculado nos seus atos, que tenha condições de comprovar a idoneidade de seus atos na vida pública, nunca tenha sido preso pela prática de crime de corrupção e seja exemplo de honradez, em todos os sentidos.

Com certeza, fico muito feliz com o seu aplauso ao meu texto, mesmo sentado, que tem o mesmo significado simbólico, porque ele tem importante valor para estimular as minhas atividades literárias, que são feitas sempre com muito amor aos interesses do Brasil e dos brasileiros, no mesmo intuito de contribuir para o aperfeiçoamento dos princípios republicano e democrático.

Muito obrigado.

Para a minha alegria, o ilustre e valoroso irmão Ubiracy complementou a sua mensagem anterior, dizendo que, verbis:Renovo e sempre, a minha admiração, pelo ir. Adalmir, pessoa da minha consideração e admiração, mesmo quando temos sérias divergências. Calo-me pela atenção que tenho, ao amigo, porém, leio todos os seus textos, quem sabe, se um dia consiga concordar com tudo que emana desse ilustre uiraunense e, pertencente a minha ascendência, ou seja, a mesma estirpe. Forte e afetuoso abraço.”.

Desde logo, digo que, quanto ao carinho, ele é recíproco, termos do meu sentimento por você, e isso me faz muito feliz e agradecido, pela honra.

No mais, divergir é normal entre os homens de boa vontade e inteligentes, porque isso é hábito saudável que faz parte do evoluído sentimento democrático, no sentido de que o homem sábio enxerga muito mais do que aquele que se esforça, pelo menos, para entender o mínimo possível, como é o meu caso, que insisto em transmitir um pouco da minha experiência para quem presumidamente sabe um pouco menos do que eu, mesmo porque não faria sentido eu dizer alguma coisa para quem tem raciocínio mais aprimorado do que o meu.

A divergência mostra exatamente que alguém, sobre determinado assunto, tem muito mais conhecimento do que o autor da matéria e isso é fator preponderante para que o sábio seja benevolente para com quem sabe menos, o que também demonstra forma de inteligência e compreensão.

O importante é que cada qual tenha a inteligência de interpretar os fatos ao seu modo e respeitar a maneira como o mesmo fato é concebido por quem pensa diferentemente, porque aí está a beleza da vida, onde uns sabem mais e outros sabem menos e o importante é que todos se sintam o dono da sua verdade, sem necessidade de impô-la a ninguém e muito menos de tentar  diminuir a sua importância.

Acredito que a divergência de opinião e pensamento é exatamente fator importante e benéfico ao crescimento da sabedoria, quando o conjunto dos conhecimentos pode contribuir para as reflexões necessárias ao aperfeiçoamento da inteligência do homem, que se encontra em permanente perseguição ao aprimoramento intelectual.

Isso equivaleria se afirmar que, se todos tivessem opiniões parelhas, a sabedoria ficaria estagnada e nada seria acrescentado ao conhecimento e à inteligência humanos.

A minha alegria de escrever é exatamente não temer as críticas respeitosas e construtivas aos meus textos, porque sei que elas nascem precisamente das pessoas de bom senso que pensam que elas podem servir para mostrar outra face sobre o mesmo tema e se confirmar aí a beleza do conjunto das ideias, em contribuição ao enriquecimento do conhecimento humano.

Penso que todo homem tem o dever de transmitir a sua experiência para o seu semelhante, na esperança de que ela possa servir, de alguma forma, de lição não para quem já se encontra em outro nível de conhecimento, mas para aqueles que têm alguma dificuldade para compreender muitos fatos da vida.

Fico muito feliz em saber que o querido irmão tem divergências sobre muitos assuntos produzidos nos meus textos, na certeza de que eu preciso me esforçar ainda mais para aprender muito para, ao menos, não ficar muito defasado, em nível de sabedoria e é o que tenho procurado fazer.

O importante de todo esse processo é que haja respeito à opinião de cada um, em especial, no entendimento segundo o qual ninguém é dono da verdade universal e exatamente por isso a verdade de cada um precisa ser acatada, em termos de reciprocidade e respeito ao livre pensar.

Seria extrema vaidade da minha parte se meus textos tivessem a aceitação, em termos de conformidade com as suas colocações, porque isso se eliminaria as enriquecedoras divergências e as verdades de cada pessoa, que são da maior importância para o salutar relacionamento social, no seu sentido normal de evolução.

As digressões feitas aqui cingem-se ao pensamento da sabedoria e da inteligência, que é importante recurso utilizado pelo homem para interpretar os fatos do quotidiano, não tendo nada a ver com a ideologia que vem dominando a mente desocupada de ideias de muitos brasileiros, que passaram a se ocupar da defesa de lideranças políticas da esquerda e da direita, em disputa visivelmente fraticida, com a manutenção do abominável viés do “nós contra eles”, que somente demonstra retrocesso humanitário.

Nesse ponto, o sentimento de brasilidade fica bastante prejudicado, ou seja, ele sequer existe, porque as pessoas não estão nada interessadas no melhor para o Brasil, na possibilidade de o país puder ser governado por pessoa competente e capaz, que melhor tenha condições de administrá-lo sob os princípios da moralidade, da eficiência, da responsabilidade, entre outros requisitos que possam satisfazer às exigências do interesse público, como normalmente acontece nas nações evoluídas e desenvolvidas, em termos político, administrativo e democrático.  

          Espero que o querido irmão Ubiracy continue me honrando com a leitura de minhas crônicas, na esperança da sua compreensão de que meus textos exprimem precisamente o que penso e neles contém precisamente a minha verdade, que é fruto da minha experiência de quase 45 anos de serviços públicos e que essa maneira de escrever me faz muito feliz, por puder transmitir algo como contribuição social, ficando bastante claro que não tenciono mudar absolutamente nada no pensamento de ninguém e muito menos influenciar na opinião das pessoas, que podem perfeitamente também escrever seus textos, para igualmente expor as suas valiosas ideias e opiniões sobre os fatos da vida.

              Brasília, em 3 de maio de 2021

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