sábado, 26 de junho de 2021

O açude do Canadá

Diante de vídeo mostrando a exuberância das águas serenas do açude do Sítio Canadá, eu fiquei bastante entusiasmado e feliz pela beleza das imagens, fazendo com que, de momento, meus pensamentos viajassem ao tempo longínquo, em lembranças de memoráveis fases da minha infância, quando exatamente nesse açude eu vivi maravilhosa página da minha vida, rica de acontecimentos incríveis e memoráveis.   

Quantos banhos de fluidos benfazejos foram tomados por mim, que ajudaram a recarregar as minhas energias, nesse amado açude da minha infância inesquecível?

É impossível de serem contados tantos mergulhos e nados nas águas mágicas desse açude, mas fica em mim a certeza de que faria tudo novamente, com a maior felicidade, se possível fosse, porque o banho nesse piscinão construído por Deus é simplesmente a certeza da chamada oitava maravilha.

Lembro-me com saudade que entrava na água e as piabinhas ficavam, em bando, picando meu corpo, numa sensação de massagem, por inteiro.

E o que dizer da doçura da água fria dos locais mais fundos: uma deliciosa frescura recebida pelo corpo?

Um fato que sempre me intrigou foi o que o Arquiteto universal fez para os banhistas, ao projetar e colocar enorme pedra com formato ovoide, que só existe ela, em todo o piscinão, que teria sido colocada dentro da água, estrategicamente, na proximidade da beira da areia.

Essa pedra é tão fantástica que a gente ficava em cima dela e, a partir da sua base, praticava pulos embicando na água, no maior e prazeroso divertimento.

Aquelas patinhas nadando em círculo, mostradas no vídeo, bem que relembram e representam o bando de patas de madrinha Úrsula, minha saudosa avó, que tinha enorme criação dessas aves, e todas iam desfilar diariamente, nas águas, a sua elegante forma atlética de excelentes nadadoras, protagonizando paisagem encantadora.

Eram aconchegantes e movimentados os dias de pescarias, com o açude apinhado de balsas e canoas e seus comandantes, pilotados por experientes pescadores conduzindo-as estrategicamente para os locais onde estavam os peixes, segundo seus vaticínios.

No entardecer, se fazia a partilha dos peixes, na praia ao lado próximo do casarão, para os proprietários, de acordo com as partes referentes às propriedades, no total de sete (ainda me lembro), e meu avô possuí três delas.

Os pescadores voltavam da água extenuados, em face do longo tempo lançando suas tarrafas à água, mas felizes da vida, diante da fartura de peixes e muitos dos quais eram enormes, gordos e carregados de deliciosas ovas.

Mesmo com o inclemente calor, que é normal na região, o açude sempre se mantinha com água depositada, ano após ano, salvo nas grandes secas, como a pior delas, a de 1958, que realmente não choveu quase nada e a água desapareceu em todas as localidades.

O certo mesmo é que, se alguma sujeira eu tive na infância, porque eu tenho dúvida sobre isso (kakaká), ela ficou toda depositada nesse amado açude de minhas inesquecíveis piabinhas, com quem eu ficava por tanto tempo me divertindo, sem saber que hoje, tanto tempo depois, eu haveria de me lembrar delas e com saudade das lindas e saudáveis amiguinhas de infância.

Muito bom quando se tem motivos saudáveis para serem lembrados, como nesse caso do açude do Canadá, que serviu de importante palco no início da minha vida, cujas lembranças são magistralmente memoráveis e inesquecíveis.

Mais uma vez, agradeço a Deus por ter propiciado tamanha felicidade reservada à minha pessoa, por eu ter nascido e vivido minha infância no Sítio Canadá, onde tive oportunidade de desfrutar de momentos felizes e maravilhosos, que jamais serão esquecidos, porque eles tinham a magia dos encantos celestiais, diante da perfeição e da beleza em tudo que acontecia naquele lugar, construído com precisão pela mão divina.   

          Brasília, em 26 de junho de 2021 

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