Diante de vídeo mostrando a exuberância das águas serenas do
açude do Sítio Canadá, eu fiquei bastante entusiasmado e feliz pela beleza das
imagens, fazendo com que, de momento, meus pensamentos viajassem ao tempo longínquo,
em lembranças de memoráveis fases da minha infância, quando exatamente nesse
açude eu vivi maravilhosa página da minha vida, rica de acontecimentos incríveis
e memoráveis.
Quantos banhos de
fluidos benfazejos foram tomados por mim, que ajudaram a recarregar as minhas
energias, nesse amado açude da minha infância inesquecível?
É impossível de serem
contados tantos mergulhos e nados nas águas mágicas desse açude, mas fica em
mim a certeza de que faria tudo novamente, com a maior felicidade, se possível
fosse, porque o banho nesse piscinão construído por Deus é simplesmente a
certeza da chamada oitava maravilha.
Lembro-me com saudade
que entrava na água e as piabinhas ficavam, em bando, picando meu corpo, numa
sensação de massagem, por inteiro.
E o que dizer da doçura
da água fria dos locais mais fundos: uma deliciosa frescura recebida pelo corpo?
Um fato que sempre me
intrigou foi o que o Arquiteto universal fez para os banhistas, ao projetar e
colocar enorme pedra com formato ovoide, que só existe ela, em todo o piscinão,
que teria sido colocada dentro da água, estrategicamente, na proximidade da beira
da areia.
Essa pedra é tão fantástica
que a gente ficava em cima dela e, a partir da sua base, praticava pulos embicando
na água, no maior e prazeroso divertimento.
Aquelas patinhas nadando
em círculo, mostradas no vídeo, bem que relembram e representam o bando de patas
de madrinha Úrsula, minha saudosa avó, que tinha enorme criação dessas aves, e
todas iam desfilar diariamente, nas águas, a sua elegante forma atlética de excelentes
nadadoras, protagonizando paisagem encantadora.
Eram aconchegantes e
movimentados os dias de pescarias, com o açude apinhado de balsas e canoas e
seus comandantes, pilotados por experientes pescadores conduzindo-as estrategicamente
para os locais onde estavam os peixes, segundo seus vaticínios.
No entardecer, se fazia
a partilha dos peixes, na praia ao lado próximo do casarão, para os
proprietários, de acordo com as partes referentes às propriedades, no total de
sete (ainda me lembro), e meu avô possuí três delas.
Os pescadores voltavam
da água extenuados, em face do longo tempo lançando suas tarrafas à água, mas
felizes da vida, diante da fartura de peixes e muitos dos quais eram enormes,
gordos e carregados de deliciosas ovas.
Mesmo com o inclemente
calor, que é normal na região, o açude sempre se mantinha com água depositada,
ano após ano, salvo nas grandes secas, como a pior delas, a de 1958, que
realmente não choveu quase nada e a água desapareceu em todas as localidades.
O certo mesmo é que, se
alguma sujeira eu tive na infância, porque eu tenho dúvida sobre isso (kakaká),
ela ficou toda depositada nesse amado açude de minhas inesquecíveis piabinhas,
com quem eu ficava por tanto tempo me divertindo, sem saber que hoje, tanto
tempo depois, eu haveria de me lembrar delas e com saudade das lindas e
saudáveis amiguinhas de infância.
Muito bom quando se tem
motivos saudáveis para serem lembrados, como nesse caso do açude do Canadá, que
serviu de importante palco no início da minha vida, cujas lembranças são magistralmente
memoráveis e inesquecíveis.
Mais uma vez, agradeço
a Deus por ter propiciado tamanha felicidade reservada à minha pessoa, por eu ter
nascido e vivido minha infância no Sítio Canadá, onde tive oportunidade de
desfrutar de momentos felizes e maravilhosos, que jamais serão esquecidos, porque
eles tinham a magia dos encantos celestiais, diante da perfeição e da beleza em
tudo que acontecia naquele lugar, construído com precisão pela mão divina.
Brasília, em 26 de junho de 2021
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