sábado, 26 de junho de 2021

Pesquisa inconsistente?

 

Pesquisa realizada pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) indica que o ex-presidente da República petista lidera a disputa presidencial, se ela fosse agora, quando ele recebeu 49% das intenções de voto dos pesquisados, enquanto o atual presidente teve a preferência de  23%.

O Ipec esclarece que foram entrevistados, presencialmente, 2.002 eleitores, em 141 cidades, entre os dias 17 e 21 de junho.

De acordo com o Ipec, o petista lidera em todos os segmentos do eleitorado pesquisado, por comparação geográfica, sendo que a região com maior aprovação para o possível candidato líder da pesquisa continua sendo o Nordeste, onde ele contou com 63% das intenções de voto.

Por sua vez, a pesquisa mostra que a menor vantagem do petista se dá na região Sul, onde mesmo assim ele lidera por 35% a 29%, com relação ao segundo colocado.

Enquanto isso, na região Sudeste, onde se concentra o maior número de eleitores, o petista também lidera com 47% das intenções de voto e o atual presidente recebeu a preferência de 24% dos entrevistados.

Causa perplexidade a afirmação da reportagem, que tem a insensatez de afirmar que, verbis: “Com 11 pontos percentuais a mais que a soma de todos os seus possíveis adversários, se a eleição presidencial fosse hoje, Lula venceria o pleito no primeiro turno.”, como se esse tantinho de eleitores fosse capaz de, sozinho, eleger o presidente do país, com a representação, pasmem, de tão somente 2.002 entrevistados, quando o Brasil tem mais de 150 milhões de eleitores, em apenas 141 municípios, tendo ficado de fora da pesquisa mais de 5.600 municípios, onde não se pode afirmar que seria observada a mesma e igualzinha tendência dos locais onde foram realizadas as pesquisas.

Trata-se de gigantesca leviandade e irresponsabilidade que somente serve para induzir os incautos à conclusão as mais absurdas possíveis, ante a brutal desconformidade entre a realidade material e o frágil e inútil resultado das pesquisas, porque não tem o menor cabimento e muito menos consistência se fazer avaliações eleitorais tão importantes tendo por base insignificante quantidade de eleitores, como se os outros 150 milhões de tivessem a mesma tendência desse diminuto punhado de pessoas, com capacidade suficiente apenas para eleger, talvez, um síndico de condomínio predial.

Não pode prosperar como sendo de utilidade pública pesquisa inconsistente como essa, porque as pessoas menos esclarecidas são levadas a imaginar que o líder da pesquisa realizada entre 2.002 eleitores já decidiu o pleito eleitoral, quando, na verdade essa pequena mostra não significa absolutamente nada, que serve apenas para que idólatras do líder do levantamento se vangloriem de situação que não tem como assegurar senão momentânea ilusão, em forma de devaneio, ante à falta de elementos palpáveis para a confirmação dos prováveis ou verdadeiros resultados, exatamente porque há extraordinário distanciamento dos números da pesquisa com a realidade fática e isso é constatável diante dos números da pesquisa, que não diz absolutamente nada, em termos de levantamentos científicos.

Infelizmente, os princípios do bom senso e da razoabilidade indicam que há gigantesca temeridade alguém achar que pesquisa realizada entre 2.002 eleitores seja suficiente para se concluir que algum candidato já está eleito, não somente à vista da fragílima quantidade de eleitores ouvidos, mas em relação a outros aspectos que precisam ser avaliados quanto, em especial, ao perfil dos candidatos, notadamente sobre a necessidade do confronto entre as suas qualidades e os seus defeitos, que estarão certamente presentes somente no momento da disputa eleitoral propriamente dita, daqui a mais de um ano.

A verdade é que os dois candidatos que lideram a avaliação realizada nos 2.002 eleitores já são bastante conhecidos dos brasileiros, exatamente em razão do seu passado como governantes e ambos têm qualidades e defeitos, segundo as suas peculiaridades como homens administradores, cabendo aos eleitores fazer a melhor escolha para o Brasil, em termos essencialmente do que eles podem realmente oferecer e fazer como contribuição positiva para o desenvolvimento socioeconômico.

Enfim, é importante que os brasileiros não se iludam com base nessas pesquisas de pouca consistência em relação aos verdadeiros objetivos, principalmente porque a insignificância dos elementos colhidos não tem o condão de contribuir para conclusões sérias e plausíveis, salvo no sentido de tentativa de enganar as pessoas ingênuas que ainda acreditam em mula sem cabeça e em outras crendices do mundo das lendas misteriosas.  

Com pesquisa ou sem ela, os brasileiros anseiam cada vez mais por que Deus ilumine os destinos do Brasil, no sentido de que possa aparecer bons candidatos ao trono presidencial, que tenham reais condições de enfim trabalhar exclusivamente para satisfazer o bem comum e o interesse público, de modo que sejam sepultadas, em definitivo, as desgraçadas ideologias, porque elas somente contribuem para privilegiar a incompetência, a insensibilidade e a irresponsabilidade na gestão pública, conforme mostram os fatos, evidentemente sempre em detrimento das causas dos brasileiros.    

No frigir dos ovos, parece bastante incompreensível, isso, evidentemente, com relação aos 2.002 eleitores entrevistados, mas que serve de avaliação para brasileiros com a mesma índole, que o governo petista, liderado por esse cidadão que pretende voltar ao poder, mas tem a sua conduta de homem público questionada na Justiça brasileira, fato que ele nem poderia pensar em exercer atividade política, foi considerado horrível e desastrado para os interesse do Brasil e dos brasileiros.

Para tanto é preciso se levar em conta, em especial, a grandeza de escândalos, roubalheiras e outras situações degradantes da administração pública, a exemplo do fisiologismo, do aparelhamento do Estado, da incompetência administrativa generalizada, do inchamento da máquina pública, da condescendência com a violência das invasões de propriedades particulares, da remessa graciosa de dinheiro dos brasileiros para obras no exterior, das amizades com ditadores e tiranos, entre outras mazelas que não condizem com a República séria, competente, responsável, civilizada e próspera.

Acredita-se que, nem nas piores republiquetas, homem público em extrema decadência moral, por força de muitas denúncias sobre práticas de irregularidades, em tramitação na Justiça, sem ter tido condições pessoais para mostrar a sua inculpabilidade em nenhum dos casos, tendo inclusive sido condenado à prisão e cumprido parte dela, por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, seja capaz de se apresentar aos cidadãos de bem e honrados como candidato, notadamente ao cargo mais relevante do país, porque isso caracteriza verdadeiro acinte à dignidade dos eleitores, que não merecem tamanha afronta, quanto mais com relação à importância e à lisura do voto.

Por outro lado, caracteriza enorme desonra para o homem comum, o eleitor, consignar apoio a homem público nessas condições nada republicana, quanto às exigências inerentes à conduta ilibada e à correção no cumprimento de suas atividades como gestor público, justamente porque ele se torna cúmplice com os péssimos exemplos dados pelo político que precisa, antes de tudo, limpar seu nome junto à Justiça, porque é somente nesta condição que ele precisa ter a dignidade de voltar a fazer política.

Não existiria nada mais deprimente, desabonador e vergonhoso para o Brasil caso político com currículo fortemente manchado com registros sobre  suspeitas da prática de irregularidades chegasse ao Palácio do Planalto, simplesmente porque isso seria a total negação da imperiosidade dos princípios da ética, da moralidade, da dignidade, legalidade, transparência, entre outros que são exigidos para o exercício de cargos públicos eletivos.        

Parece muito interessante o fato de o atual presidente do país ainda ter o merecimento de ser lembrado em pesquisa de opinião pública, para fins eleitorais, a despeito da sua demonstração de plena insensibilidade humanitária, à vista da negligência do seu governo à gravíssima crise da pandemia do novo coronavírus, conjuminada com a sua indiferença às normas sanitárias, em forma de proteção preventiva contra a Covid-19, que são provas incontestes de desamor à causa da saúde e da vida dos brasileiros.

Esses são motivos mais do que suficientes do desmerecimento de qualquer menção como homem público de verdade, sendo indigno até mesmo de intenção de voto, mesmo porque qualquer milagre do seu governo é completamente incapaz de compensar o descaso com a vida humana, como realmente aconteceu, à vista de tantas mortes, por decorrência da Covid-19.  

Os brasileiros não podem continuar, porque não têm direito, no obsequioso pecado da ignorância da aceitação de conviver com políticos ultrapassados, medíocres e aproveitadores das influências do poder e do Estado, precisando urgentemente que seja eliminado da vida pública essa terrível síndrome generalizada de não se saber votar, porque a independência da incompetência eleitoral é sinal de inteligência de um povo, na forma da demonstração de saber escolher muito bem os seus representados para a defesa de seus interesses.

Os brasileiros precisam se despertar da letargia que domina a sua capacidade de pensar como gente evoluída, em termos políticos, à vista de insistirem em apoiar homens públicos que pertencem à história brasileira e precisam apenas reconhecê-la como algo do realmente do passado.

O Brasil precisa urgentemente de mentalidade vanguardista também na política, ante a premência da implantação da modernidade e da evolução que se impõem aos novos tempos, que exigem oxigenação saudável, por meio de sangue novo na vida pública, com o arejamento da capacidade de intelectualidade e inteligência para o país ter condições de alcançar novos horizontes de prosperidade e desenvolvimento socioeconômico, com embargo da mediocridade da classe política, que somente teve condições de  aproveitar do poder.

Brasília, em 26 de junho de 2021

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