A propósito de mensagem em vídeo, onde se faz justa crítica a uma repórter que estranhou que remédio sem eficácia comprovada pela ciência tenha salvado a vida de importante militar, eu recebi de pessoa extremamente querida do meu coração, a seguinte mensagem:
“Eu me pergunto: Por que não fazem esta reflexão no Facebook?
Quem lê suas reflexões no Facebook Pensa que você é o maior adversário que o
Bolsonaro tem. Você fala nas entrelinhas como se realmente pensasse que ele é o
culpado pelas 500.000 mortes.”.
Com a devida vênia, peço
a respeitável compreensão para afirmar que não sou adversário de ninguém e muito
menos ainda do presidente do país, em quem votei conscientemente sabendo perfeitamente
da capacidade administrativa dele, diante das circunstâncias e o farei
novamente, pelos mesmos motivo e propósito, se assim for preciso, sem
arrependimento, porque tudo que tenho feito tem o meu sinete da consciência e
da responsabilidade cívicas e patrióticas.
Ou seja, não sou nem
pretendo ser adversário senão daqueles que têm o poder para praticar o melhor
para a sociedade, mas por questão pessoal ou política se enveredam por outros caminhos
sob o seu livre arbítrio, de modo a satisfazer seus planos, em detrimento do
bem comum da população.
Ao contrário da maneira
como tudo foi feito, a meu ver, ao contrário do compromisso e da priorização ao
intransigente combate à pandemia do coronavírus, com a aceitação e adoção apenas
das medidas necessárias de orientação à preservação da vida, evitando-se, ao
contrário, a mínima contestação nem polêmica acerca da doença, certamente que o
presidente brasileiro, se tivesse cuidado exclusivamente da proteção da vida humana,
com a melhoria potencializada da saúde pública, certamente que ele passaria
para a história como o maior e prestigiado presidente do país, sem precisar
fazer absolutamente mais nada, mas talvez, não à toa, ele poderá ser lembrado
por outro nome, que, de tão triste, permito-me nem dizer, lamentavelmente.
Na verdade, a contundência
da afirmação de eu ser “o maior adversário que o Bolsonaro tem”, feita por
pessoa da minha especial admiração e respeito, exatamente por eu a considerar
possuidora das maiores sabedoria e inteligência, além de ser cativa
prestigiadora, na prática e efetivamente, dos princípios humanitários, teve o
condão de exigir que eu refletisse profundamente sobre o meu papel na sociedade,
porque a importância dele é fundamentalmente interessante para se pensar se eu estou
ou não no caminho certo, contribuindo com algo positivo ou não para a sociedade,
porque não faz sentido a teimosia pela realização de algo contrário ao
interesse social.
Por fim, concluí, no âmbito
restritíssimo do meu alcance, que os meus modestos escritos não passam de um minúsculo
grão de areia no universo da opinião pública, não tendo, de igual modo, a mínima
possibilidade de influenciar coisíssima alguma, estando absolutamente em
sintonia com o meu direito de me expressar democraticamente, com base no
pensamento livre e independente, mesmo porque eu respeito e não critico opinião
de ninguém, por mais absurda que ela seja, porque a todos são propiciadas as
liberdades de expressão, desde que sejam observados os princípios do respeito e
da integridade individual, no cenário da reciprocidade civilizatória.
Quanto à eficácia do
tratamento precoce, em momento algum, embora já tivesse oportunidade de
comentar sobre ele, por diversas vezes, nunca - é preciso ficar claro - questionei
o seu emprego, mas entendo que homem público sem conhecimento de medicina
deveria ter a consciência de se eximir da discussão, da opinião ou da sugestão quanto
ao uso de medicamentos, deixando que o órgão competente do governo, se for
necessário, se encarregue de opinar ou orientar em relação ao assunto, no
âmbito da sua competência institucional, porque é exatamente assim que procedem
as nações sérias e evoluídas, em termos políticos e administrativos.
Como de costume,
analiso os fatos do dia a dia e tiro as minhas conclusões, que são coincidentes
com as de outras pessoas, ou seja, tenho o acompanhamento de mais gente contrária
ao entendimento de que o presidente do país tem sido salvador de vidas humanas.
Muitas atitudes dele,
ao contrário disso, somente demonstra indiferença à extrema gravidade da
doença, ao participar de aglomerações, sem máscaras, além de criticar, com
veemência, os isolamentos sociais, sem ao mínimo sopesar a gravidade da doença,
que seria normal, em se tratando de estadista, ante o abarrotamento dos
hospitais por pessoas infectadas pela Covid-19, nos estados sob a administração
de outros governantes e não dele, entre muitas outras medidas contrárias ao
enfrentamento à pandemia do coronavírus.
Citem-se, como exemplo,
a propósito, a falta de órgão coordenador, a nível nacional, ante às suas importância
e extrema necessidade para cuidar exclusivamente das questões referentes à
pandemia, em conjunto com as unidades da federação, contando na sua composição
somente com especialistas em medicina e sanitarismo, a par de que, o mais grave
de tudo ocorrido, o Ministério da Saúde, o principal órgão incumbido de cuidar
da saúde dos brasileiros, ficou quase um ano acéfalo, sendo dirigido por
militar estrategista do Exército, sem nenhum conhecimento da área médica, como
forma de contribuir para a dinâmica do combate à pandemia, quando o Brasil e os
brasileiros ardiam entre fortes chamas da mais agressiva e letal doença dos
últimos tempos, de modo a se contabilizar, de maneira absurda e desumana, mais
de meio milhão de mortos, sem que houvesse a mínima iniciativa diferente da
normalidade, na tentativa, ao menos, da demonstração de interesse em se fazer
alguma coisa diferente, até mesmo como a melhor das satisfações à sociedade,
porque nada pior mesmo é a prova da inação, em tempos existenciais da infernal crise
do coronavírus.
Em tese, na administração
pública, a culpa pelo crime acontece não tão somente pelo ato doloso, ou seja,
pela vontade deliberada de materializá-lo, mas também ele pode ocorrer de
maneira involuntária, por omissão ou inação, quando o seu resultado se torna prejudicial
à sociedade, quanto mais em se tratando que tudo conspira contra quem sempre se
opôs ao enfrentamento dos problemas referentes à pandemia do coronavírus, a ponto
de ter o atrevimento e o desrespeito de chamar de maricas as pessoas que ficam
em casa, com medo da gripezinha, como se a doença não oferecesse qualquer temor
às pessoas.
Nesse ponto sobrepõe a
firme insinuação de que as pessoas deveriam se expor corajosamente ao perigo,
como algo comparável à insensatez, quando, à luz do bom senso, deveria ser
extremamente o contrário, como forma de aconselhamento à preservação da vida,
como fazem normalmente os estadistas sensíveis aos princípios humanitários.
Não me surpreendo que
pessoas entendam que o Brasil esteja sendo governado por pessoa extremamente
competente e responsável, fazendo tudo do melhor no enfrentamento dessa
terrível crise demandada na saúde pública, mas acho perfeitamente normal que
outras pessoas tenham o direito, sob o prisma do estado democrático de direito,
de entender diferentemente, na ótica do conceito de que, a depender do ângulo
de visão, é possível que existam fundados motivos para se concluir que, no
enfrentamento da gravíssima pandemia do coronavírus somente foi percebida a
realização do estritamente necessário.
À vista da excepcionalidade
da crise demandada pela pandemia do coronavírus, nada mais normal do que se exigir
a adoção de algo extraordinário e revolucionário, precisamente por haver o
envolvimento de preciosas vidas humanas, fato para o qual muitas pessoas sequer
atinaram, à vista de nem terem a dignidade de se solidarizarem-se com as famílias
das vítimas, no momento em que se contabilizava meio milhão de mortes pela
Covid-19.
Neste momento, a
humanidade teve o gesto nobre é humano justamente de dizer quanto é
terrivelmente dolorosa a perda de entes queridos em circunstância tão cruel, na
certeza de que tudo isso bem que poderia ser pintado em quadro muito mais
ameno, animador e alegre se os ingredientes do enfrentamento da pandemia do
coronavírus tivessem contado com os naturais e essenciais aspectos da sensibilidade
e do amor aos princípios humanitários e de competência e responsabilidade
administrativas.
Enfim, resta-me pedir perdão
às pessoas pela infinita demonstração da minha fraqueza, por não conseguir
enxergar, tal qual como as pessoas normais, que vislumbram bondade no coração
do mandatário brasileiro, porque isso é virtude de quem igualmente tem coração
magnânimo e avaliam os fatos da vida com muito mais amor no coração, que é algo
que tento realizar, mas compreendo que ainda não tive esse importante
merecimento.
Brasília, em 21 de junho
de 2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário